Jairo Carneiro apresenta propostas e diz que vai reduzir despesas no orçamento público

^{Rachel Pinto}

O candidato Jairo Carneiro, foi o penúltimo entrevistado do Programa Acorda Cidade da manhã desta sexta-feira (2). Jairo é candidato do PP, tem 72 anos, é casado e bacharel em direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Ele foi diretor administrativo da Empresa Baiana de Águas e Saneamento, presidente do Conselho de Administração da Empresa Gráfica da Bahia e chefe da Casa Civil no Governo João Durval. Fez parte do Conselho Fiscal do Complexo Petroquímico de Camaçari, das Promoções e Participações da Bahia SA e do Conselho Assistencial e Previdenciário do Instituto de Assistência e Previdência do Servidor do Estado da Bahia.

Em 1986 ele foi eleito deputado federal. Reelegeu-se deputado federal na s eleições 1994, 1998 e 2002. Jairo concorreu a novo mandato em outubro de 2006, obtendo dessa vez uma suplência. Assumiu como suplente o mandato de deputado federal em agosto de 2009. Foi ainda vice-diretor e diretor geral do centro de desenvolvimento industrial. Além disso, Jairo também integrou o governo Jaques Wagner como chefe de Gabinete e depois secretário de agricultura do estado.

Na entrevista Jairo destacou suas propostas para a educação integral, ajustes no orçamento público, a construção de unidade de saúde para a pessoas com deficiência e a implantação de um plano urbanístico de requalificação para o centro da cidade.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade 

Acorda Cidade: Quais as principais propostas de governo do senhor para Feira de Santana?

Jairo Carneiro: Posso dizer propostas prioritárias que não excluem outras que serão ao longo dessa entrevista também apresentadas. Eu diria que educação acima de tudo. Nós consideramos que só a educação liberta, transforma e forma cidadãos. E o quadro que nós vemos em nossa terra do eleitorado de quase 400 mil cidadãos eleitores, quase 45% são pessoas que são analfabetas, no sentido do analfabetismo funcional, ou não concluíram o ensino fundamental.

Se projetarmos isso para a população total de mais de 600 mil habitantes nós podemos estar diante de um quadro extremamente preocupante. Nós temos o compromisso com a criança. Na educação infantil na pré-escola e na creche de todos na escola e com fé em Deus vamos concretizar essa meta não só através das instalações físicas do município, como também através de parcerias e convênios com instituições sociais. Com obras sociais das igrejas, dos clubes de serviços, dos sindicatos, dos movimentos sociais e de todos que se comprometem com a educação de qualidade em Feira de Santana. Digo também quanto à educação regular na rede municipal. Nós vamos implantar a educação integral em 50% das unidades de ensino da nossa rede. Somos mais de 200 unidades e esse é um compromisso de honra que nós assumimos pelo significado da educação pública.

Eu estudei aqui no colégio público na minha infância. Estudei na antiga escola normal, hoje Cuca e no Gastão Guimarães. Em Salvador no Colégio Público Central da Bahia, na Faculdade Pública Federal de Direito da Bahia e sei a importância da qualidade e da excelência da educação pública para rivalizar com as melhores escolas privadas, como foi no meu tempo e nós vamos fazer este renascimento. É uma questão de princípio, de propósito e de compromisso solene com o povo da minha terra. Devo dizer também que na educação integral, nós temos uma ação que é integrada, intersetorial com outros organismos do município, secretarias, e com instituições particulares que venham compor este esforço conjugado.

E aí temos o que eu denomino de programa de mutirão da solidariedade social. Esta função de complementação da educação, com atividades extracurriculares, no contraturno e também para isso se radiar em toda a comunidade feirense, para que tenhamos oportunidade de oferecer condições ao jovem, ao pai e mãe de família de preparo para a vida e para enfrentar os desafios do mercado competitivo no tempo de crise e de redução do emprego no Brasil e em nossa terra.

No município, nós vamos ter uma estrutura ágil, flexível e moderna, para atração de investimentos, de empresas. Porque inexiste na estrutura da administração isto. E se existe não funciona e vai funcionar porque eu tenho a minha vida também histórica centrada em atividades no Sedim e como parlamentar nas comissões em que participei em que o desenvolvimento econômico é mola fundamental e mestra para garantir o desenvolvimento social.

Oportunidade de trabalho pelo empreendedorismo e pelo trabalho assalariado. Vamos instituir incentivos benefícios para as empresas que criem empregos formais carteira assinada. E aproveito para dizer que na área tributária não haverá em nosso governo aumento real de IPTU e vamos corrigir os abusos cometidos recentemente com aumentos estratosféricos de mais de mil por cento. Vamos encaminhar uma proposta para a Câmara de Vereadores para fazer a revisão e corrigir as injustiças. E somente o índice de inflação se for de 7%%, de 8%, somente isso será o acréscimo do IPTU do cidadão de Feira de Santana. Na saúde, que é um setor crítico em Feira de Santana, de acordo com pesquisas recentes, oficiais e idôneas, nós temos um quadro que é lastimável.

Eu visitei bairros e vi depoimentos de pessoas dizendo que médico não tem a partir das 15h no Parque Lagoa Subaé, que não funciona para ter mínimos medicamentos e materiais em vários postos em bairros que eu visitei. Nós não podemos concordar com essa situação.

O governador Rui Costa me comunicou, garantiu e me autorizou a inserir no nosso plano de governo, autorizou a dizer que vai construir o Hospital Regional de Feira de Santana e dar outra destinação para o Hospital Geral Clériston Andrade. Nós vamos construir uma unidade de saúde para a pessoas com deficiências físico motoras, auditivas, visuais e da fala.

Porque eu me comprometi como deputado, destinei uma verba que seria a metade do necessário para a construção e infelizmente o governo da época, que é o governo de hoje, não foi buscar o dinheiro do orçamento federal e nós vamos construir, equipar e por em funcionamento para atender a essa população de deficientes que é em torno de 12 a 15% da população total de Feira de Santana .

Temos no Hospital da Mulher a reclamação do povo por mais leitos e no Hospital Municipal da Criança os leitos que lá existiam estão fechados, desativados e eles serão ativados para atender a demandas do Hospital da Mulher. Nós vamos dotar os distritos de Feira, todos, existem dois ou três que tem de policlínicas e UPAS em bairros da cidade não contemplados ainda.

São compromissos solenes e vamos fazer isso com recursos do município. Com os recursos do estado e federais e com parcerias com empresas provadas que tem alta responsabilidade compromisso com o social.

 

Acorda Cidade: E o orçamento para as propostas de onde virá?

Jairo Carneiro: Vamos fazer uma redução por racionalização e melhoria da eficiência da máquina, uma redução de 20% das despesas correntes de custeio, fora pessoal. Porque existem possibilidades concretas de eliminarmos excessos e supérfluos sem prejuízos do funcionamento e do atendimento das necessidades essenciais do povo. Isto ai vai gerar cerca de uma economia em torno de 80 milhões no ano.

Vamos trabalhar com 12 secretários e não 19, redistribuindo as funções de governo sem prejuízos da melhoria operacional do seu desempenho. Nós vamos fazer uma economia sensível com terceirizações. Consta que existem mais de seis mil terceirizados. Não tenho esse número exato, mas se isto é uma realidade, nós estamos atingindo as pessoas do povo que não tem oportunidade de disputar um concurso público para ingresso no serviço do município e nós vamos adotar o concurso público e quando não de acordo com a lei, a seleção pública para cargos temporários. Isso tudo vai significar redução de despesas e melhoria do desempenho. Vamos remunerar adequadamente os titulares de cargos de direção e assessoramento. Porque a disparidade desta função para a de secretário é extraordinária.

Se um secretário ganha 15 mil ou mais, a remuneração for alguma gratificação dessas funções é de 2.500. Eu diria que nós vamos ter na equipe mulheres. Nós vamos ter em cargos de confiança pessoas com deficiência e negros.

Não só as cotas legais dos concursos públicos, mas dos cargos de confiança da administração, teremos essas minorias marginalizadas ocupando posições destacadas no nosso governo. Eu diria que no campo da saúde, cada distrito terá uma viatura do SAMU permanentemente, ambulâncias distribuídas em bairros populosos, ficando fixadas junto as unidades de saúde desses bairros, para que o atendimento seja de imediato com presteza, reduzindo o sofrimento das pessoas.

Nós vamos ter unidades móveis no programa de saúde na escola. Unidades móveis de odontologia, de oftalmologia e de profissionais fonoaudiólogos. Experiências bem sucedidas em outros municípios que eu conheço e que nós vamos ao encontro das pessoas onde elas estão cobrindo toda a rede municipal, bairros periféricos e a zona rural.

E ao lado disso, unidades móveis de exames de mastologia para as mulheres a partir dos 40 anos. Nós vamos ter três unidades com capacidade de realizar oito mil exames diagnósticos por mês. Isso é uma coisa que não existe em Feira e é o cuidado com o ser humano. Acima de qualquer coisa nós temos de cuidar das pessoas, da sua vida, da sua educação, da sua saúde, do emprego, do seu futuro, da sua sorte e oportunidade na vida.

Acorda Cidade:Se fala muito em mobilidade urbana, qual o seu projeto para a cidade em relação à isso incluindo o transporte coletivo?