Orisa Gomes
A deputada federal Dayane Pimentel (PSL) abriu a segunda semana de entrevista do Acorda Cidade, na rodada com os candidatos a prefeito de Feira de Santana. Durante participação no programa de rádio desta segunda-feira (19), ela relatou o que fez pela cidade nos dois anos como parlamentar e disse que há políticos com 30 anos de história, que não podem dizer que fizeram tanto quanto ela. Também expôs os projetos de governo, falou da relação rompida com o presidente Jair Bolsonaro e trajetória como professora em Feira de Santana.
Dayane Pimentel estreou na política em 2018, quando foi eleita deputada federal como representante do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela, com um discurso muito forte de combate à corrupção e ideais mais conservadores voltados para educação e ordem social.
A deputada justifica a ruptura posterior com o presidente justo ao fato dela defender o combate a corrupção. “Essas alianças foram feitas em 2014/2015. Eu continuo com foco de combate à corrupção, porque eu entendo que o problema maior na política é esse”, frisou.
Também é por conta dessa postura e trabalho desenvolvido no Congresso Nacional, segundo Dayane, que ela foi acometida por uma aclamação dos correligionários para se candidatar a prefeita de Feira de Santana. Dayane ressalta que no ranking dos políticos, que é o site em que se mede o custo benefício de cada parlamentar, ela aparece em primeiro lugar entre os parlamentares baianos e entre os 30 primeiros do Brasil.
A deputada relata que já destinou cerca de R$ 14 milhões em emendas para Feira de Santana, sendo R$ 10 milhões para a saúde, além de 10 respiradores: 5 para o Hospital da Mulher e cinco para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Também três reformas de creches – no Sítio Matias, Aviário e no Asa Branca -, que terão início pós-pandemia.
“Trouxe também a primeira escola cívico-militar da Bahia. O ex-ministro da educação (Ricardo Vélez) me convidou para fazer essa indicação e escolhi Feira de Santana, que respondia a uma série de requisitos que eles buscam e por ser a minha cidade também”, explicou. E acrescentou: “Trouxe R$ 4 milhões para pavimentação asfáltica, projeto de desenvolvimento sustentável, então, é trabalho prestado”.
Como candidata a prefeita, a deputada apresentou parte do seu plano de governo. Veja abaixo a entrevista na íntegra:
Dayane Pimentel – O que Feira de Santana precisa? De coisa simples, mas que não foram construídas ao longo desses últimos vinte anos ou que foram construídas há algum tempo lá atrás, ficaram esquecidas e hoje precisam de uma reestruturação. Tenho aqui o projeto do IPTU Flex. Quem cuida da nossa cidade, paga menos, quem não cuida, tem que pagar mais. Isso é justiça através de impostos.
Tenho a ideia de trazer o hospital municipal para Feira de Santana. Um hospital que não tem nessa cidade com mais de 600 mil habitantes e que atende ainda toda a uma população da nossa região. Tenho uma ideia também de trazer o Centro de Referência da Mulher. Atendimento, para que a mulher se sinta bem, não somente o físico, mas também a mente. Que se cuide, se previna. A gente precisa de um centro direcionado.
A termo de iluminação, quero trazer iluminação de led para toda a cidade, o que vem contribuir com a nossa segurança, além de diminuir nossos custos. Também fortalecer, equipar e engrandecer a nossa Guarda Municipal. Consertar o BRT que, para mim, é uma obra que não tem pé e nem cabeça, mas já está feita, milhões foram despejados nessa obra, então a gente precisa fazer com que ela tenha algum sentido.
Tenho a construção de um novo centro de convenções, para que a gente possa estar trazendo mais recursos para Feira de Santana, através de incentivos em consultoria, palestras, eventos, o que vem ajudar na questão fiscal da nossa cidade. Tenho também a meta de elevar nosso Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para os seis pontos e, obviamente, quando a gente fala em alavancar o nosso Ideb, tornar essa nota maior, a gente precisa falar sobre valorização dos nossos professores. Também se encontra, dentro do meu plano de governo, os precatórios dos professores que precisam ser pagos, a gente precisa destravar isso, fazer formação continuada para esses docentes, a gente precisa fazer com o que esses professores saiam de suas casas felizes e satisfeitos para darem aula, aí a gente começa a ver uma educação progredir, professor satisfeito e o aluno que aprende mais.
Tenho também um projeto de pavimentação pela cidade, um asfalto que não quebre, para que de quatro em quatro anos o prefeito venha mostrar serviço, mas que ele tenha o mínimo de manutenção necessária. Qualidade, licitações filmadas, pregão eletrônico, tudo o que venha facilitar uma boa gestão com total transparência.
Esse é o meu plano de governo, pé no chão, focado em trazer dignidade nas esferas prioritárias para nossa sociedade feirense. Educação e saúde me movem bastante, porque quem tem parentes que já sofreram nas filas do SUS e quem saiu de escola pública como eu sabe como é difícil a gente alcançar sucesso na vida, o quanto é difícil ter um trabalho digno, através de uma educação municipal, quando ela não é fomentada e valorizada. Esse é o meu plano.
Quando eu estava conversando com técnicos, com pessoas que entendem de suas áreas, para que eles pudessem me ajudar nesse plano de governo e com pessoas também que conhecem a máquina pública, eu fui muito contundente em dizer que eu não queria um plano mirabolante. Não quero estar construindo foguetes em Feira de Santana, se a gente não tem um aeroporto. O que eu penso? Penso que precisa sair daquela fase de discurso apenas. Hoje, quem me conhece, me conhece através do serviço prestado que eu tenho.
Eu desafiei no primeiro debate que nós fizemos com os concorrentes, com todo respeito que eu tenho a cada um deles, mas eu desafiei cada um deles a se levantar para dizer que tenha feito ao menos metade do que eu fiz por Feira de Santana. Fiz, porque é minha obrigação; fiz, porque me sinto bem em fazer pela minha cidade, pela minha gente; fiz, porque tenho responsabilidade. A gente tem outro deputado federal na cidade, a gente não vê esses recursos. Ele recebe o mesmo valor em emendas impositivas que eu recebo. As minhas estão aqui, são R$ 14 milhões, uma escola cívico-militar, que é a 15 de Novembro, em Jaíba, 10 respiradores, reformas para três creches de mães que não podiam sair para trabalhar, porque não tinham com quem deixar os seus filhos. Pós pandemia, vão ter, porque eu consegui destravar esses recursos em Brasília. É importante salientar que o dinheiro tinha vindo e a gente não sabe para onde foi. Acabou o valor, as creches não foram finalizadas. Aí precisou que eu intervisse junto ao Ministério de Educação com a garantia do meu bom serviço prestado, diante o governo federal, diante as pautas que eu defendo e o governo achou por bem contribuir comigo nessa questão, bem como também dar a minha indicação e prioridade de estar indicando a escola cívico-militar que é muito importante.
Eu também tenho um projeto de engrandecer Feira de Santana, buscar trazer outras escolas nesse sentido, porque ajuda muito no ensino-aprendizagem, traz uma ordem e os pais pedem. Então, a gente não quer acabar com o ensino convencional, de forma alguma, a gente quer melhorar o ensino convencional e trazer outras metodologias educacionais onde comunidades julgam necessárias para trazer a educação de maior qualidade para os seus filhos, filhos que muitas vezes estão perdidos para as drogas, entrando nesse mundo, gravidez precoce.
A gente acredita que essa metodologia vem reforçar a necessidade de se ter jovens e crianças vivendo a sua primeira e segunda infância de forma tranquila, de forma que venha estudar. Obviamente também não esquecer dos jovens aprendizes, dando incentivo à nossas empresas, trazendo indústrias de fora para estar fortalecendo o nosso comércio, a nossa indústria, gerando emprego e renda, que isso faz qualidade de vida. Emprego e renda tornam qualquer sociedade com índice maior de qualidade de vida, e aí a gente vai arrecadar isso e transformar esses recursos em qualidade na educação, na saúde, na infraestrutura, cuidar do nosso meio ambiente, esse é o plano de governo da professora Dayane Pimentel.
AC – A senhora se identifica e faz questão de mostrar que é professora. Como foi sua atuação na educação em nossa cidade?
DP – Faço questão. Digo que o meu título ninguém tira. É algo conquistado por mim, a base de estudos, a base da meritocracia. Comecei a ensinar em Feira de Santana, desde o meu segundo semestre. Como algumas pessoas já sabem, eu venho de uma família humilde e era uma forma de estar buscando recursos a mais para mim, um dinheirinho a mais para que eu pudesse comprar as minhas coisinhas. As primeiras escolas em Feira de Santana foram as escolas estaduais Maria Quitéria, que foi fechada, inclusive, a Georgina Soares, ensinei no Tecla Melo, no Colégio Hellyos, no Colégio Asas de Papel e, hoje, tenho esse legado enquanto professora.
Algumas pessoas até questionam, porque realmente eu comecei muito nova, tanto comecei, quanto finalizei o curso. Imagine se todo mundo que é enfermeiro, advogado e que é médico tivesse que estar indicando aos seus pacientes e seus clientes, mas estão nas escolas os trabalhos realizados. Quem foi meu aluno sabe, quem é mãe, pai de aluno meu reconhece e eu me sinto muito feliz, quando saio à rua e recebo essa receptividade por ter sido professora dos filhos das pessoas daqui. Agora, nunca misturei escola com política. Meus alunos são as grandes testemunhas disso. Quando eu resolvi entrar na política, eu sabia que eu deveria estar ausente da sala de aula, porque não poderia misturar, não tenho esse direito.
AC – A senhora falou há pouco, aproveitando o gancho da educação, que pretende melhorar o Ideb de Feira de Santana, para chegar a seis pontos. Os especialistas dizem que isso não se faz em curto espaço de tempo. Qual é a ideia da senhora?
DP – Concordo, mas também discordo. Esse pequeno espaço de tempo dá pra gente fazer muita coisa. Eu pretendo fazer uma gestão onde, com certeza, eu terei no mínimo oito anos para poder realizar meu trabalho com uma reeleição. Ainda que não seja esse o caso, vou estar dando início à essa trajetória. Acredito que valorizando os professores, a gente já tenha meio caminho andando.
AC – A senhora foi eleita como representante do presidente Jair Bolsonaro na Bahia e rompeu com ele. Acredita que esse rompimento pode prejudicar a sua candidatura?
DP – Só se o próprio presidente fizer, porque, por mim, não tem o porquê. Na verdade, eu fui eleita pelas ideias que eu defendo. A ideia de renovação, de combate a corrupção, as ideias mais conservadoras dentro da nossa cidade de resgatar a boa cultura, trazer ordem para o mundo educacional, extinguir a corrupção e a balbúrdia, que nós estamos acostumados a viver dentro da nossa sociedade. O rompimento se deu justamente porque eu acredito que o presidente Bolsonaro se perdeu ao longo da sua trajetória.
Depois de eleito presidente, a gente tem vários exemplos, o mais recente é a indicação ao STF, advindo de um nome que, em 2018, para nós seria totalmente improvável. Mas, a minha relação com o governo é uma relação muito bacana, porque eu continuo apoiando o governo nas questões benéficas à sociedade. Quem acompanha as minhas votações, sabe. Inclusive, contribuo muito mais com o governo em algumas situações do que o próprio presidente. Pacote anticrime, por exemplo, votei da forma com os melhores especialistas em relação ao combate à corrupção. O presidente Bolsonaro se manteve calado, está calado ainda em relação a prisão em segunda instância, está favorecendo um jurídico, que a gente sabe que atua por mais impunidade. Essa é a diferença, por isso se deu ao rompimento.
Eu sendo prefeita da cidade, vou continuar minha trajetória de buscar, de pedir, de clamar e de estar denunciando aqueles que estão em desfavor a um governo que vai ser gerido em benefícios da população. Isso serve tanto para as esferas maiores, que é a estadual, o próprio governo do estado, a esfera da união e também os vereadores da cidade, que porventura estão se elegendo e se reelegendo. Vou ter um diálogo muito saudável com todos, mas baseados nos preceitos que eu acredito.
AC – Se a senhora não for para o segundo turno, a senhora vai apoiar quem?
DP – Essa é uma decisão que a gente vai tomar baseado na conduta histórica de cada candidato, baseado nos resultados e, independente, baseado em nada porque pode ser que eu não vá me posicionar. Acredito que esses últimos dias de primeiro turno e os dias iniciais de segundo turno falarão. Mas a pergunta mesmo que eu deixo é, quem vai junto comigo construir uma Feira de Santana melhor? Porque eu estarei no segundo turno com toda certeza.
AC – Qual é a proposta para a guarda municipal?
DP – Tenho, inclusive, um encontro com eles, com alguns representantes da categoria. Eu quero buscar melhores ferramentas, ferramentas mais úteis, para que eles possam estar exercendo a função deles. Obviamente, eu como professora tenho que dialogar, conversar. Como política então, ainda mais e saber deles. Tenho uma conversa essa semana com eles e quero entender justamente o que é necessário ser feito e o que é possível. Não meço esforços. Só não vou atuar onde não couber a gestão da esfera municipal. Em todos os âmbitos que forem necessários a conduta da gestão municipal para fomentar, melhorar e progredir, seja qual for a categoria, lá estará a gestão da professora Dayane Pimentel.
AC – A senhora brigada com o presidente, como vai buscar os recursos?
DP – É importante salientar que os últimos 20 anos do governo municipal também não tinham uma relação muito amistosa com nosso governo do estado. A gente sabe que o governo do estado também é uma importante ferramenta para poder construir ações. Acredito que a minha relação, que tive com o presidente, a minha relação que tenho hoje em Brasília, é uma relação que com propriedade estarei buscando e brigando por tudo o que Feira de Santana precisa, além de que nós somos uma cidade suficiente, os impostos que geramos e arrecadamos dá para construir muita coisa em Feira e sem corrupção, vai sobrar dinheiro para muita coisa.
AC – Qual a proposta da senhora para atenção básica e valorização dos agentes comunitários e agentes de endemias?
DP – Vai ficar melhor. O meu objetivo e meta é trazer cursos de formação, de capacitação para esses profissionais e conversar com a categoria, entender quais são as precariedades para saná-las. Estaria sendo hipócrita se eu dissesse que eu sei quais são todas as causas, de todas as categorias. Ninguém sabe. O interessante é que a gente possa abrir caminho para o diálogo e eu repito, tanto como professora, tanto como política sou extremamente aberta ao diálogo, dialogo com todos os deputados federais, tanto da oposição, tanto da situação, em Brasília, inclusive meus colegas aqui baianos. Dialogo com prefeito, mandei R$ 14 milhões para Feira de Santana, por ser aberta ao diálogo. Estou mandando recursos para as cidades que são comandadas por gestão de esquerda. Acredito que a gente precisa fazer pelo povo. Quando o povo é para ser o beneficiado, a gente precisa dialogar com todo mundo e, é óbvio, estar sempre centrado e focado nos princípios e valores que nós acreditamos.
AC – A senhora tem noção da grandiosidade e do tamanho de Feira de Santana? Está preparada para governar a cidade?
DP – Tenho noção sim, uma noção que fica mais clara a cada dia, comigo nas ruas, conhecendo as necessidades e demandas da população, dos bairros, dos distritos. Vou buscar uma equipe extremamente técnica para atuar comigo, não fiz alianças porque não aceitei o toma lá, dá cá, que é necessário para construir essas alianças prévias.
Vou estar entrando com liberdade total para colocar pessoas, tirando pessoas, mexendo no tabuleiro em busca sempre do melhor resultado. Vou buscar saber dentro das secretarias quais são as profissionais que têm mais experiência para colaborar nesse projeto com a gente. Vou melhorar o serviço para as comunidades. Recebo muito essa queixa, que as pessoas quando vão ser atendidas em algum órgão público ou municipal são mal atendidas. Obviamente não tenho ideia e vontade de chegar tirando esses profissionais, mas de chamar, dialogar, perguntar: “vem cá, o que está faltando para que você fique mais satisfeito no seu trabalho, atenda a comunidade de uma forma melhor, mais extensa, mais receptiva?”
Então, formar esses profissionais que andam sendo muito mal reconhecidos. Temos muitas cooperativas, que são frutos de alianças políticas que não beneficiam os nossos profissionais, em todos os campos. Saúde, educação, então vamos rever esses contratos, buscando fazer com que esses profissionais estejam satisfeitos ao trabalhar. Eu digo isso porque quando professora era assim que eu trabalhava. Quando se trabalha com satisfação, a gente consegue fazer um trabalho muito melhor.
AC – A senhora tem um minuto de propaganda eleitoral na televisão por opção? Não quis fazer negociações?
DP – Se fosse por opção, eu queria uns 10 minutos, foi por força da ocasião. Para se construir essas alianças, você tem que oferecer alguma coisa, você tem que lotear. As secretarias, os cargos. Eu não quis. Prefiro ficar com meu minuto, passar o meu recado, deixar que a população feirense diga o que busca. Eu estou vindo para essa disputa de forma muito tranquila. Acho que é uma obrigação partidária, cívico e moral minha, ser mais uma alternativa, mas a decisão é do povo feirense.
Através do legado, é um legado sim, porque são dois anos de serviço prestado. É um legado que tem gente com 30 anos na política em Feira e não tem. Conheço políticos que há 30 anos estão aqui e não podem abrir a boca para dizer o que fizeram, além de aprovar projetos “dia do baile, dia do piso”. Isso não é projeto. Projeto é fazer mais creches, construir mais escolas, aumentar o piso salarial do professor, diminuir as filas. Trazer o mundo tecnológico para as nossas marcações de consultas. Tudo isso está no meu plano de governo, trazer celeridade. Essas alianças não iriam me dar essa liberdade, então, achei por bem, ficar com meu minutinho, passar o meu recado e aí a população agora vai decidir.
AC – Os candidatos estão colocando em suas plataformas, a construção do Hospital Municipal. O que a gente ouve é que construir é mais fácil, manter que é difícil. A senhora sabe dessa realidade?
DP – Sei, sim; concordo, em partes. Mas, a gente mantém algumas cooperativas usurpando, chegam até 40% do salário do trabalhador. Acho que esse dinheiro já seria suficiente para manter. É importante ter responsabilidade, compromisso com o povo e não com alianças, não com banqueiros, com fortes empresários. As pessoas também questionam, às vezes. A senhora vai usar o fundo eleitoral? Vou usar, porque é lei. Votei contra, para ninguém usar, mas já que estão usando, eu preciso usar. Acredito que é um mercado sazonal.
Cheguei na gráfica e fiquei surpresa com o tanto que empregos que geram nesse tempo de eleição. O problema é quando você usa esse valor para colocar no bolso. Estou usando esse valor para gerar emprego. Tenho aqui na cidade muitos empregos diretos e indiretos, através desse fundo que é lei, que é legal e transparente. O que eu aconselho a população é estar sempre no TRE, no TSE buscando o que está sendo feito com esses recursos. Quem for lá, vai ver que a professora Dayane Pimentel está usando esse recurso para fomentar a economia da cidade e para ser usado como rege a lei. Esse recurso não foi feito na sua origem, para ser enviado para a educação, para a saúde. Isso é uma balela, porque ainda que eu não aceitasse, essa não seria o objetivo original do recurso. O objetivo original é usá-lo na eleição. Se não é usado na eleição, vai ser repassado para um outro candidato, para uma outra forma de estabelecer os órgãos reguladores eleitorais. Não poderiam ser repassados para as esferas públicas, para os órgãos, para os setores. Então é por isso que eu faço o uso com transparência, continuo aqui com a minha ficha limpa, buscando fazer da política um campo sério para trazer dignidade à nossa população.
AC – Independente da candidatura, a senhora como deputada não pode intervir também para a gente revitalizar o aeroporto de Feira, não?
DP – Busquei várias vezes essa demanda junto ao Ministério do Turismo, porque, por incrível que pareça, é lá que a gente busca resolver isso. É com as empresas de aviação que a gente tem que ter que passar pelo Ministério. O ministro Marcelo Álvaro, do Turismo, que tinha uma boa relação comigo, por conta desse afastamento decorrente da covid, estamos sem nos falar, mas vou lá algumas vezes buscar mais recurso.
A prefeitura, com a gestão da professora Dayane Pimentel vai buscar fazer o que é da sua competência. Mas é importante salientar que o governo do estado fez um estardalhaço e até hoje a gente não encontra nada de significante no nosso aeroporto. Eu saio de Feira de Santana, para ter que ir à Salvador para buscar esse voo para Brasília. É de competência do governo federal e do governo do estado, eles que precisam fomentar o nosso aeroporto. Mas, óbvio que o governo municipal pode agir também, pode dar uma estrutura melhor, pode buscar isso junto à esses governos, para melhorar as condições do aeroporto de Feira de Santana. É importante lembrar a sociedade que essa foi uma promessa feita pelo PT e hoje a gente não vê sacramentada.
AC – Quais são as considerações finais da senhora?
DP – Acredito que Feira de Santana teve a oportunidade com essa eleição de conhecer um pouco mais a professora Dayane Pimentel, o trabalho que eu faço enquanto política. Hoje, pra mim, independe da posição, sou uma congressista, sou deputada federal, estou levando o nome de Feira de Santana com muita honra, com muita dignidade. As pessoas que me conhecem no Congresso Nacional sabem que a menina simples da escola pública, filha de caminhoneiro se tornou uma deputada federal muito votada através da sua vontade, do seu anseio, de fazer com que o futuro das nossas crianças sejam um futuro mais digno de combater a violência, de combater a corrupção, de combater os péssimos índices que desgastam a nossa segurança, educação, saúde, infraestrutura, de mostrar que podemos sim alcançar com sucesso e muita honra, muita honestidade, sem se vender a ninguém, sem virar capacho de poder nenhum.
A professora Dayane tem total liberdade, é ficha limpa para fazer o que deve ser feito. Tenho coragem para poder progredir com a qualidade de vida e Feira de Santana, de retomar as escolas dos seus tempos de mais organização, de mais respeito para com o professor, um respeito que perpassa dos alunos e chega também à iniciativa pública de administração, com valorização à essas docentes.
Valorizar os nossos profissionais públicos municipais, nossos agentes de endemias, nossos guardas municipais, nossos profissionais da saúde, que são pessimamente reconhecidos. Ou seja, não são reconhecidos na verdade.
Transformar Feira de Santana numa administração mais livre, sem fazer da prefeitura cabide de empregos. Todo mundo que trabalhar na prefeitura vai trabalhar pelo seu currículo, pela sua formação, pelo seu trabalho e não porque deve favor a um vereador ou a um prefeito, porque quando isso acontece, muitos conseguem, mas outros muitos não conseguem. Assim também como não é do meu objetivo transformar o hospital da cidade – aqui a gente tem o Clériston, mas que também é cabide de emprego. Se você conhece alguém que te coloque lá dentro, você está empregado. Se você não conhece, você não tem emprego. Se você conhece alguém, você tem garantia no leito de UTI e, se você não conhece, você não tem. Não é essa vida que eu quero para Feira de Santana. Quero uma Feira de Santana justa para todos.
Sou sim, ideológica. No Congresso faço a minha posição no campo das ideias, mas sei que na gestão municipal a coisa é um pouco diferente. Não posso, não vou governar para um nicho, para um grupo específico. Irei governar para todos.
Na minha gestão, todo mundo vai ter vez, todo mundo vai ter voz, oportunidade, porque eu também quero gerar muito emprego em Feira, atraindo indústrias, facilitando através dos nossos impostos municipais, reduzindo o nosso ISS, fazendo com o que a energia solar seja uma ferramenta, buscando que as empresas diminuam o seu custo para fomentar mais empregos. Fazer com que os nossos jovens aprendizes tenham sua primeira oportunidade e assim garantam a sua experiência.
Me sinto honrada por poder representar vocês no Congresso Nacional. Quero representar também na gestão municipal, através da prefeitura e vou deixar o feirense e aqueles que residem e vota aqui decidirem. Se vocês querem alguém de coragem, com ficha limpa, que não deve nada a ninguém e que tem por objetivo e sonho fazer com o que as nossas crianças, as nossas mães, os nossos trabalhadores tenham mais dignidade, tenham mais oportunidades, venham com a professora Dayane Pimentel, porque aqui, temos diálogo aberto, queremos sempre melhorar, ajudar, ajustar e consertar o que está errado e em Feira de Santana e está tudo errado.
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Colaborou a estagiária Maylla Nunes