Eleições 2018

'Comigo não teria acontecido o problema dos caminhoneiros', afirma Bolsonaro em evento da CNI

Bolsonaro falou para uma plateia formada por empresários e representantes de organizações da indústria.

Paulo Henrique Gomes

O pré-candidato à Presidente da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, participou ontem (4) da sabatina promovida pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, com os pré-candidatos ao Palácio da Alvorada. Após falar a empresários e representantes da Indústria, Bolsonaro participou de uma entrevista coletiva com jornalistas. Entre os questionamentos, o pré-candidato falou sobre a quantidade de ministérios e possíveis ministros, caso venha a ser eleito.

“No papel agora, vai bater no máximo 15 ministérios. Mas não posso adiantar. Já tenho alguns nomes, sim, civis inclusive, mas pedem para não falar enquanto não avançar mais essa questão para evitar problemas. Se eu anuncio, por exemplo, alguém que está na ativa agora como ministro, teria a ideia de uma participação dos militares na política partidária. E isso daí tá afastado. O partido das Forças Armadas chama-se Brasil”.

Bolsonaro também falou sobre a presença de militares das Forças Armadas nos ministérios. O pré-candidato argumenta que, caso os militares venham a comandar os ministérios, as escolhas serão feitas baseadas na competência dos profissionais.

“Não é o general por ser general. É por sua competência. O Temer mesmo, parece que me ouviu, e botou o general Nunes Silva lá na Defesa. Com toda certeza, a Defesa vai ter alguém de quatro estrelas lá. Penso no transporte, que é uma questão complicada e é um grande foco de corrupção. Não quer dizer que o general é incorruptível, mas a possibilidade é menor. O zelo, o trato do recurso público, também. Não vai ter a pressão política para fazer coisa que não deve. Assim sendo, eu acho que dá para você a otimizar recursos, fazer uma gestão responsável, dar uma boa arrumada no ministério dos transportes. Ciência e tecnologia, por coincidência, tem o coronel da Aeronáutica, Marcos Pontes. Coincidência. Se aparecer alguém melhor que se voluntarie e que realmente tenha o dom para isso, além do conhecimento e iniciativa, estamos prontos para aparecer outro nome. Não estou dizendo aqui, pregando aqui, que só os militares poderão salvar o Brasil. Não”.

No evento, que foi organizado pela CNI, Bolsonaro falou para uma plateia formada por empresários e representantes de organizações da indústria. O pré-candidato explicou que pretende desburocratizar o setor.

“A indústria, que eu tenho conversado aqui. É desregulamentação, é desburocratização. O governo não ficar no cangote do empresário, só lembrar dele quando precisa de alguma coisa. É o governo entender que ele é o empregado e não o patrão nessa questão. É você não fazer mais o comércio com o mundo com viés ideológico. Isso não se muda de uma hora para a outra, mas é buscar restabelecer a confiança na classe empresarial nossa, junto ao mundo aí fora”.

Bolsonaro também falou sobre a greve dos caminhoneiros no fim de maio, que durou 11 dias, e prejudicou o abastecimento em todo o país. Ele garante que, se fosse o presidente, a paralisação não teria ocorrido.

“Não ficamos reféns dos caminhoneiros. Os caminhoneiros, lá atrás, foram iludidos. No final do governo Lula, começo do governo Dilma, foi onde o BNDES abriu as portas para quem quisesse comprar caminhão. Se a minha avó quisesse comprar caminhão, ela comprava. Aumento de caminhão, oferta de carros, entra a questão da demanda, o frete cai lá embaixo. O cara não conseguia nem tirar o preço do óleo diesel. Agora tabelar, aí não dá certo. Aí a gente vai na contramão da pessoa que eu confio 100% nele, ou das pessoas, para tratar a nossa economia. Comigo não teria acontecido o problema dos caminhoneiros porque a gente teria uma inteligência diferente da praticada hoje em dia, pela ABIN, para que realmente trouxesse informações e ter um gabinete para se antecipar aos problemas. Vocês podem ver, o brasileiro não tem capacidade de se antecipar a problemas. E aconteceu. E o prejuízo é muito maior do que se possa imaginar”.

Bolsonaro ainda afirmou que os brasileiros estão perdendo a alegria de viver e de brincar. Segundo ele: “Nós estamos perdendo a possibilidade do Brasil contar uma piada. Estamos presos ao politicamente correto. Estão tirando nossa alegria de viver e de brincar”.

A sabatina da CNI marca o primeiro encontro entre os pré-candidatos à Presidência da República e representantes de setor econômico do país. Os pré-candidatos foram ouvidos separadamente, com tempo de fala limitado e igual para cada um deles. Participaram do encontro Geraldo Alckmin, do PSDB; Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, Álvaro Dias, do Podemos; Ciro Gomes, do PDT e Henrique Meirelles, do MDB.

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