Política

Comentarista político avalia votação surpreendente nas urnas, contrariando as pesquisas eleitorais

Conforme César Oliveira, é que os institutos de pesquisa falharam clamorosamente em identificar o movimento eleitoral.

Médico César Oliveira
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

O comentarista político César Oliveira fez uma avaliação, nesta segunda-feira (3), do resultado das eleições para presidente e governador do estado da Bahia.

Segundo ele, a eleição nacional se mostrou uma surpresa, na medida em que ocorreu de forma consistente, com segurança do voto e sem nenhum medo do processo de votação eletrônica como tanto se pregou e tanto se foi discutido, criando notícias que não são verdadeiras.

“A primeira coisa que fica definitivamente garantido é de que o voto eletrônico é seguro, confiável, e que nós precisamos nos orgulhar desse sistema eletrônico que nós temos de votação”.

A segunda supressa, conforme César Oliveira, é que os institutos de pesquisa falharam clamorosamente em identificar o movimento eleitoral.

“A gente passou a ter lojinhas de venda de percentuais, ao invés de ter institutos de pesquisa que informassem de modo real o eleitor. Então a gente tinha pesquisa para qualquer tipo, ou seja, uma pesquisa delivery, você pede e o cara entrega o que você está pedindo. Só que isso é usado para manipular o eleitor e nós não podemos mais continuar com isso”, explicou.

O terceiro aspecto importante da eleição nacional, na avaliação do comentarista feirense, é que o presidente Jair Bolsonaro teve uma votação maior do que o apontado nas pesquisas.

“Isso realmente era o que se esperava que acontecesse e há alguns movimentos surpreendentes que foi a eleição de São Paulo, em que o Tarcísio teve uma votação maior do que Haddad do PT, em que foi eleito o senador, o astronauta Pontes, que foi do início do governo Bolsonaro, isso foi uma votação surpreendente. A gente teve, no momento final, a desidratação de Ciro Gomes, que fica muito nanico nesse pós-eleitoral, o crescimento de Simone e esse voto parece que fez o movimento final a favor de Bolsonaro, garantindo o segundo turno nessa eleição presidencial”, afirmou César Oliveira.

Eleição estadual

Acerca do pleito eleitoral para o cargo de govenador na Bahia, César Oliveira ressaltou que historicamente o estado possui uma ligação muito forte com os partidos de esquerda, e por essa razão o presidente Jair Bolsonaro não conseguiu convencer o eleitorado.

“Apesar de ter até investido aqui na transposição do São Francisco e outras obras, não conseguiu mudar esse perfil eleitoral. Lula está no imaginário do baiano, ele tem uma ligação já muito consistente nesse imaginário dessa população. E é preciso a gente lembrar que a Bahia é um estado muito pobre, é o estado que tem mais dependência do Bolsa família, então é um estado que, por esse tipo de ação, criou uma ligação muito forte com Lula. E Lula está nesse imaginário, tanto é que o percentual da eleição de Lula é de 68%, aproximadamente, na Bahia”, informou.

Segundo o comentarista, esse movimento do eleitorado baiano favoreceu o crescimento do PT nas urnas e a candidatura de Jerônimo Rodrigues.

“Evidentemente que o crescimento final de Jerônimo foi um crescimento muito significativo e relativamente até maior do que o esperado. Se houvesse uma semana a mais de eleição, uma semana de disputa ou 10 dias, inevitavelmente Jerônimo teria vencido no primeiro turno. Haver segundo turno na Bahia foi exatamente porque a eleição encerrou e não deu tempo de fazer a virada. Eu acho que isso mostra que o partido, a estrutura, o grupo foi maior do que o indivíduo, do que ACM sozinho, embora ele tenha tido um grande desempenho em enfrentar toda essa estrutura, inclusive a máquina do estado e conseguiu uma votação expressiva”, pontuou César Oliveira.

Para ele, o segundo turno na Bahia será muito difícil, mas favorece quem está na estrutura do poder.

“Favorece quem está na estrutura do partido já montado para que se consiga definir isso. Lembrando que o senador Otto Alencar teve mais votos do que o próprio candidato a governador, mostrando uma penetração, uma capilaridade eleitoral muito grande e isso favorece a estrutura do poder que está instalada”, observou.

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Atento leitor

Caro César,

Imaginar que a ligação dos baianos com o PT é o Bolsa Família é a razão pela qual a direita nunca mais vai voltar a governar por essas bandas.

Não é o Bolsa Família, mas 20 novos hospitais, a exemplo do HEC e a modernização dos existentes, como o Clériston. É quintuplicar as universidades federais, e o aumento expressivo de vagas nas estaduais com a criação de novos cursos. É o ENEM em substituição ao vestibular e o ProUni proporcionando nível superior aos mais carentes. É a multiplicação do número de escolas técnicas no Estado trazendo qualificação aos jovens.

É a garantia de moradia com o Minha Casa Minha Vida, que não foi só pro pobre, mas subsídios o boom de condomínios de classe média que podemos ver aqui na cidade. São obras como a Nóide e a duplicação da parte sul e leste da Contorno. É o Hemoba no centro da cidade.

Quem não entende isso e acha que o PT se resume ao assistencialismo fechou os olhos pra o que é a Bahia e nunca vai compreender o sucesso da esquerda por cá.

Gente que pensa

E esse sentimento imaginário que o PT implantou vai perdurar por longos e longos anos sabe por que ? : a Bahia não é , e nunca será prioridade de governo nenhum e quem faz questão de deixar bem claro isso são os partidos de direita os demais fingem . A discriminação de todas as formas à população pobre baiana se arrasta desde de sempre aqui a única coisa que querem é instalar empresas para os grandes empresários do sul e sudeste obter mão de obra barata , políticos sanguessugas que nem baianos são vem apenas enriquecer às custas de trouxas burros e pobres certamente essa é definição que nos é dada . Ou seja a Bahia continua sendo vista apenas como uma senzala para satisfazer as necessidade dos coronelismo de sempre .

Maura Sérgia

Ou seja: precatórias chegaram um pouco tarde.