Eleições

Candidatos que não se elegeram tentam achar votos em boletim de urna

O advogado Fabiano Bernardes, que defende os candidatos que estão buscando a recontagem de votos reconhece o esforço da justiça em esclarecer as dúvidas, mas diz que as pessoas estão incomodadas com essa situação.

Ney Silva e Rachel Pinto

Depois de dois dias de protesto com caminhadas e mobilizações na sede da Polícia Federal, Ministério Público e no Fórum da Justiça Eleitoral de Feira de Santana, mais de 200 candidatos a vereador ainda estão insatisfeitos com o resultado da eleição no município.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Depois de muita reivindicação, eles conseguiram junto aos cartórios eleitorais das quatro zonas, a liberação de boletins de urnas para a conferência de votos.

A auxiliar de administração Odete Lima, depois de conferir os boletins, achou o número de votos divulgado oficialmente na relação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ela disse que apesar do boletim ter registrado 116 votos ela acredita que teve mais de mil votos.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Tive 116 votos. As pessoas, os eleitores que estavam comigo e as lideranças foram os primeiros a protestar contra. Os votos não apareceram e em duas zonas dois eleitores votaram e disseram que a minha foto não apareceu. Pelo meu trabalho feito há muito tempo era para ser mais de mil votos”, afirmou.

O advogado Fabiano Bernardes, que defende os candidatos que estão buscando a recontagem de votos, reconhece o esforço da justiça em esclarecer as dúvidas, mas diz que as pessoas estão incomodadas com essa situação.

“É importante que a gente não aceite calado aquilo que nos incomoda, aquilo que nos inquieta. A gente precisa dar a resposta e quero agradecer a todos os envolvidos. O juiz cumpriu o prometido, já disponibilizou os boletins de urna para todo mundo fazer sua contagem e tirar as suas conclusões”, destacou.

Ainda segundo Fabiano, vários candidatos foram à delegacia e registraram boletins de ocorrência. Muitos eleitores relataram que tiveram problemas durante a votação e essas situações não foram atendidas pelos mesários das seções.

“Eu deixo claro que a urna eletrônica inibe a prova. O que se encontra é que não existe quase nenhum boletim nesses livros das mesas de votação. As pessoas dizem que são desestimuladas pelos mesários a fazer isso. A gente precisa reavaliar a eleição como um todo e entender que esse mecanismo que está aí está deixando margem, não na parte técnica, porque o sistema é matemático, mas a gente pode discutir coisas ao redor disso, relacionadas à boca de urna e abuso de poder econômico”, finalizou.

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