Ney Silva
Um grupo de candidatos a vereador que não lograram êxito na eleição do último domingo (2), em Feira de Santana, estiveram na manhã desta terça-feira (4) na sede do Ministério Público (MP) se dizendo insatisfeitos com a apuração dos votos. Os manifestantes foram pedir ao MP a recontagem dos votos ou uma nova eleição em segundo turno para vereador.
O advogado Fabiano Bernardes, que liderava o grupo, acredita na possibilidade de ter existido votos flutuantes, cerca de 20 mil votos, ou seja, votos que não entraram na computação geral deixando vários candidatos a vereador prejudicados.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“O que nós queremos é que as pessoas recebam os vídeos da eleição em Feira de Santana. Aos meus olhos e aos olhos de muitos houve uma compra generalizada de votos nesta eleição. Colocaram à disposição do eleitor um “pardal” (aplicativo utilizado para denúncias de irregularidades na eleição). Mas o pardal não funcionou. Não sei se não funcionou por problemas técnicos ou porque sobrecarregou”, disse Fabiano.
Segundo ele, são 120 pessoas reclamando e a quantidade ainda pode aumentar, o que demonstra uma grande insatisfação. “Nós queremos saber o voto sincero, a verdade. E, para isso todos estão buscando esse direito”, afirmou.
O presidente do diretório municipal do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), Álvaro Rios, disse que o que as pessoas querem é que o MP faça uma apuração se houve ou não irregularidade.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Essa questão de compra de votos nós sabemos que houve. Temos alguns vídeos de pessoas que mandaram para a gente. Queremos que o MP apure”, acrescentou.
O promotor Audo Rodrigues recebeu o advogado Fabiano Bernardes. Segundo ele, não existe essa situação de votos flutuantes.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Qualquer apuração só é encerrada a partir do momento que todas as urnas são computadas. Se não houver computação de todas as urnas, a ata da eleição não fecha. Já solicitei ao cartório a ata geral da eleição e passarei para o advogado que está aqui presente”, observou.
De acordo com o promotor, as pessoas estão confundindo o aplicativo de celular chamado "pardal" que é alimentado por outro sistema. Ele acredita que o aplicativo ficou muito tempo sem funcionar, as urnas em Feira de Santana demoraram para chegar ao Fórum da Justiça Eleitoral e quando chegaram foram todas de uma vez.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Audo Rodrigues enfatizou ainda que quem faz a apuração da eleição e disponibiliza os dados é o Tribunal Superior Eleitoral, que alimenta o dispositivo pardal. Na opinião dele, só existe uma forma de a pessoa saber se teve menos votos ou não do que foi apurado: é quando se encerra a votação através do boletim final da urna onde constam os votos dos candidatos. Só através da soma total de todos os boletins para se tirar o número exato de votos de um determinado candidato e conferir com o resultado oficial.
O promotor Audo Rodrigues não aceitou o pedido de abertura de nenhum procedimento de investigação eleitoral e orientou os candidatos que se sentiram prejudicados a constituir advogados e entrarem com ações individuais.