Orisa Gomes
Cerca de 10 ou 11 novos nomes devem estar entre os 21 candidatos eleitos para a Câmara Municipal de Feira de Santana, no pleito deste ano. A previsão foi feita pelo analista político Humberto Cedraz, em entrevista ao programa Acorda Cidade, nesta terça-feira (13). Conhecido nos bastidores como “Madame Beatriz”, por acertar resultados em eleições anteriores, Cedraz revelou que já tem uma lista com 30 nomes com maiores chances de sucesso, entre todos que disputam uma cadeira na Casa da Cidadania.
Para evitar chateações de amigos, Humberto disse que a previsão dele este ano será apenas para “consumo interno”. “Quando eu mostrava para o candidato a previsão (que casava com resultado negativo), ele retrucava: ‘Se você sabia que eu não seria eleito, por que não me avisou, para eu poupar meu tempo e dinheiro?’ Outros já diziam que a derrota era minha culpa, que fiquei ‘agourando’ a campanha”, justificou em tom de brincadeira.
A exceção das últimas eleições municipais, em que nomes fortes como Getúlio Barbosa, Ribeiro, Ângelo Almeida e Roberto Tourinho desistiram de tentar reeleição e contribuíram para uma renovação mais alta na Câmara, a média dos últimos pleitos, segundo Cedraz, foi de uma média de 45%. Em tempos mais longínquos, a renovação era menor, cerca de 30%, proporcional ao número inferior de partidos.
Campanha eleitoral insossa
Para Humberto Cedraz, insossa é a palavra que define a campanha eleitoral 2016. Isso se deve principalmente, de acordo com ele, a redução do tempo da propaganda política no rádio e na TV. “Os candidatos não podem mais discutir a cidade e os que já estão no poder levam grande vantagem. Não precisava o exagero dos 45 minutos nem cortar de forma tão drástica, porque nos ‘foguetinhos’ do dia a dia os candidatos apenas se apresentam, não têm como elaborar e mostrar um projeto de governo de forma clara”, ponderou.
Doações das empresas
Entre os pontos positivos das mudanças na legislação eleitoral aplicadas nas eleições 2016, o analista político destacou a proibição de doações de empresas, já que, conforme ele, essas doações favoreciam quem já tinha mandato e o caixa dois; e a diminuição da poluição visual, com a proibição, por exemplo, dos cavaletes com imagens de candidatos em espaços públicos.
Mudanças para as eleições 2018
A imprensa nacional já comenta a possibilidade de políticos do Congresso tentarem reaver a liberação de doações de empresas para campanhas eleitorais, a partir de 2018. Uma outra forma de favorecer os candidatos, conforme especulações políticas, seria apelar para os fundos partidários, com redução do números de legendas no país. Cedraz acredita que esta seja uma medida inviável, já que, para ele, é direito da sociedade ter representação através das mais diversas siglas partidárias. “Na Argentina são quase 100 partidos e nos Estados Unidos mais de 150”, comparou. A reforma política vem, de acordo com ele, para tentar conter a corrupção, e o que deve ser revisto pelo eleitor é a quem ele dá o voto.