Nesta segunda-feira (5), a descentralização da merenda escolar foi debatida na Câmara de Vereadores de Feira de Santana.
Os interessados presentes ao debate falaram sobre a importância de ser disponibilizada uma alimentação com maior valor nutricional e que atenda às necessidades dos alunos, o que infelizmente não vem sendo feito, como relatou o Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal de Feira de Santana, Ivamberg Lima.
“A avaliação nossa é muito positiva. Nós aqui ouvimos a APLB, mãe de aluno, ouvimos Conceição Borges, da Agricultura Familiar, ouvimos as experiências de diretores das escolas estaduais, que têm a descentralização já há muito tempo, nutricionistas, ouvimos o Conselho da Merenda escolar aqui, e ouvimos a sociedade. Só ficamos indignados, porque ninguém da Secretaria de Educação veio, ninguém da Prefeitura veio, o Ministério Público também não veio, e era muito importante que eles estivessem aqui para emitir opinião. A Secretária de Educação havia dito, em uma conversa, que tinha outro plano para fazer, mas não veio apresentar esse outro plano” ressaltou.
O Presidente da Comissão destacou que a Secretária de Educação, Anaci Paim, será convocada para responder às questões levantadas durante a audiência, que deixaram os presentes com dúvidas.
“Nós vamos convocá-la a partir de um requerimento da Comissão de Educação para que ela responda o que ela está pensando acerca da descentralização e algumas dúvidas que nós temos acerca disso,” apontou.
Ivamberg Lima contou ao Acorda Cidade que a descentralização é a melhor forma para que os alunos tenham uma alimentação de qualidade.
“Ao final dessa audiência, nós aprovamos aqui, e além de mandar um relatório, vamos levar um requerimento de convocação da Secretária para que ela possa vir aqui responder aos vereadores algumas dúvidas que a gente tem quanto à merenda escolar, além de outro requerimento para que ela nos responda quanto tem em caixa, porque aqui foi dito que tem mais de R$ 4 milhões em caixa, e os alunos não foram honrados se alimentando, se é que a gente pode chamar de alimentação suco e biscoito, ou um ou outro, ou os dois. E a gente viu aqui a nutricionista falar que [esses alimentos] possuem baixo teor nutricional e não é isso que tem que ser dado pelas escolas aos alunos.”
A Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, Conceição Borges, declarou a importância de apresentar o tema debatido para a sociedade.
“O que a gente viu aqui hoje, a gente chega a ficar triste, chega a dar desânimo. E a gente compreende que em um município do tamanho de Feira de Santana não é fácil fazer com que as coisas aconteçam com perfeição, então nesse sentido a descentralização vai nos ajudar, vai valorizar, e também vai aquecer a economia do município e fortalecer aquele comércio que está ali por perto,” detalhou.
“Para nós da zona rural é de fato uma forma de garantir a comercialização dos produtos da agricultura familiar, de incentivar a produção de alimentos e de garantir a geração de renda, principalmente para essa juventude. Então é um debate intenso, é um debate importante e eu acho que ele não pode começar e terminar aqui, a sociedade precisa compreender o que significa descentralização e acho que a comunidade precisa compreender que isso não é uma tarefa apenas do sindicato da APLB, e apenas da Câmara de Vereadores, tem que ser uma tarefa principalmente de mães e pais de alunos desses município,” destacou Conceição.
A diretora da APLB Feira, Marlede Oliveira, contou ao Acorda Cidade que é inaceitável termos dinheiro no caixa e não possuir merenda nas escolas.
“Nós sempre buscamos esse debate para que as coisas em Feira aconteçam, porque o que não dá é ter um caixa de R$ 4 milhões da merenda e não ter merenda nas escolas, porque quando tem merenda, não tem merendeira, quando tem merendeira, não tem merenda. É um absurdo essa centralização da merenda, não comprar merenda de forma que viabilize a alimentação de todas as crianças na escola,” desabafou.
“Hoje a gente passa por muitas dificuldades no município e recebe muitas reclamações. A APLB sindicato, além dessa lutas pela garantia dos direitos dos trabalhadores, salários, agora a gente tem que lutar pela questão da alimentação escolar, porque criança com fome não aprende, professora Anaci e o prefeito Colbert precisam aprender isso: criança passando fome não vai aprender nem aqui, nem em lugar nenhum, e em Feira de Santana, o maior município do interior, a meninada está passando fome. Tem dinheiro no caixa mas não tem merenda na escola,” frisou Marlede.
A diretora da APLB Feira também ressaltou sobre a necessidade de viabilizar uma alimentação de qualidade de forma imediata e não demorada.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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