Rachel Pinto
Atualizada às 13:14
Na manhã desta sexta-feira (17), em entrevista ao Acorda Cidade, o deputado federal Fernando Torres avaliou a gestão do presidente interino Michel Temer, comentou sobre o seu voto contra o impeachment da presidente afastada Dilma Roussef e propostas de sua autoria voltadas para Feira de Santana.
O deputado disse que o novo governo começou mal, com a participação de vários políticos corruptos, e que o ideal seria a realização de uma nova eleição. Ele defendeu a presidente Dilma Roussef, ressaltou que não cometeu nenhum crime e que ela foi vítima de um golpe.
“Começou mal. Michel Temer colocou ao seu lado vários corruptos, vários ministros envolvidos na lava jato, envolvidos em atos de corrupção. Ele deveria pedir para sair e a presidente Dilma deveria pedir uma nova eleição. As pessoas falam que uma nova eleição pode gerar despesas para o Brasil, mas uma nova eleição junto com a eleição de prefeito e vereador não vai trazer uma despesa a mais. Para a eleição de prefeito e vereador a estrutura é a mesma, seria só completar mais um nome. O horário de televisão pode ampliar um pouco e ter uma nova eleição para que se esqueça de uma vez por todas essa onda de corruptos que está tendo no Brasil e que o povo possa votar em um presidente que possa fazer o país crescer”, afirmou.
Votação contra o impeachment
Durante a entrevista, Fernando Torres justificou também a sua votação contra impeachment da presidente afastada Dilma Rousssef. Para ele, Dilma não cometeu nenhum ato de corrupção e foi vítima de uma injustiça.
“Eu votei contra porque eu vejo que é um golpe. Eles falam que Dilma está saindo pela pedalada fiscal, mas pedalada fiscal todos os presidentes fizeram e todo s os governadores fazem. A presidente merece voltar. Ela não se envolveu em nenhum ato de corrupção. Eu vejo que Dilma foi injustiçada e eu não poderia compartilhar daquela injustiça. Eu votei e voto. Se fosse para votar hoje eu votaria novamente contra o impeachment”, enfatizou.
Autoria da PEC para efetivação de funcionários do Samu
Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que visa a efetivação de todos os funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Fernando Torres explicou que a ação busca dar estabilidade aos funcionários do Samu, que ele considera muito capacitados e treinados na realização das suas atividades. Segundo ele, a Câmara Federal foi muito simpática à proposta e agora será aguardado o prazo de aprovação que pode chegar a dois anos.
“Essa PEC nós colocamos em 2012 porque quando entra um prefeito acontece a mudança no quadro do Samu. Os funcionários do Samu não têm estabilidade. São funcionários capacitados que já foram treinados para fazer suas atividades e isso gera muita despesa para o Brasil e para Feira de Santana. Sai um prefeito, entra outro prefeito e troca todo o quadro do Samu. Isso é um absurdo, isso é uma falta de consideração. A PEC foi muito simpática na Câmara Federal, já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e está para formar uma comissão especial para aprovar, ir para o plenário aprovar em dois turnos e em seguida ir para aprovação do senado. Eu acho que em um prazo máximo de dois anos essa PEC será aprovada. É uma bandeira nossa, do nosso mandato e eu estou lutando para que seja aprovada e os funcionários do Samu passem a trabalhar com mais tranqüilidade”, destacou.
Emendas constitucionais para Feira de Santana e inauguração da Avenida Ayrton Senna
Sobre a obra da Avenida Ayrton Senna, Fernando Torres declarou que havia colocado cinco milhões de recursos de federais para a sua realização, mas o prefeito José Ronaldo devolveu este recurso e utilizou recursos conseguidos do governo federal através do senador João Durval Carneiro para fazer a obra.
Ele contou que acha desnecessário a aplicação de uma grande quantia de recursos em inauguração de obras e o pagamento de altos cachês para a apresentação de bandas.
“Ontem houve a inauguração da Avenida Ayrton Senna e o governo do município estava comemorando bastante uma grande obra na qual foi utilizado quase nada de recurso da prefeitura. Ficou uma avenida mal feita, feia, uma “viela” e no futuro quando for feito BRT terá que refazer tudo de novo”, pontuou.
Anel de contorno
Fernando Torres falou que os cinco milhões devolvidos pelo prefeito José Ronaldo foram aplicados na realização de uma outra obra localizada no anel de contorno de Feira de Santana e que esta obra inclusive, está atrasada.
“Esse recurso ficou sem local para ser trabalhado e ai conversei com o governador Rui Costa e nós colocamos para fazer essa marginal que pega do Posto Cajueiro ao Colégio Helyos. Só que para fazer essa mudança tem muita burocracia e a obra atrasou mesmo foi por esse motivo. Esse ano está tudo parado em Brasília. Ainda não liberou recurso para nada. O país parou, Brasília parou em relação a pagamento de recursos e aí a obra está parada. Mas, ela será feita e será uma marginal para desafogar o trânsito da região”, concluiu.