Laiane Cruz
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi instaurada na Câmara de Vereadores de Feira de Santana para investigar denúncias de compra e distribuição irregulares de cestas básicas pela administração municipal durante as eleições de 2020, vai ouvir os primeiros depoimentos já a partir da próxima quinta-feira (13). O primeiro a ser convocado será o vereador Paulão, autor das denúncias na Casa Legislativa.
A comissão tem como presidente o vereador Emerson Minho (DC), a relatora é a vereadora Eremita Mota (PSDB), e o vereador Silvio Dias (PT), como membro. Como suplentes, os vereadores Paulão (PSC) e Luiz da Feira (PROS).
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Segundo o vereador Silvio Dias, que é membro da comissão, após as explicações do vereador Paulão, a Câmara vai convocar o ex-vereador e atual secretário de Agricultura e Recursos Hídricos do município, Pablo Roberto, que em outubro do ano passado estava à frente da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedeso) e foi umas das peças-chave da campanha à reeleição do prefeito Colbert Martins.
“A comissão foi instaurada através de uma reunião e traçou o que é necessário e quais os primeiros planejamentos relativos à condução dos trabalhos, qual linha de investigação será dada e quais serão os primeiros convocados a depor. Nós teremos na próxima quinta-feira o convite ao vereador Paulão, como denunciante, pra que ele possa explicitar melhor as denúncias que fez na Casa e, em seguida, temos já prevista a vinda do ex-vereador e atual secretário Pablo Roberto, tendo em vista que ele estava à frente da Secretaria de Desenvolvimento Social na época da eleição, e os indícios trazidos para essa comissão é que essa secretaria foi responsável por distribuir as cestas básicas naquele período eleitoral”, explicou Silvio Dias.
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Ele reiterou que o regimento interno prevê um prazo máximo de 120 dias para conclusão do inquérito, podendo ser prorrogado para mais 60 dias. Segundo Silvio Dias, tendo em vista o número de denúncias, ele acredita que não será necessário todo esse prazo.
“São muitas denúncias que chegam à comissão e que toda a população tem conhecimento do que ocorreu naquele período eleitoral. Foram denunciados ônibus que tiveram os pneus cortados, funcionários públicos que relatam terem sofrido coação pra votarem em determinada chapa, e especificamente que é do que trata a CPI a distribuição de cestas. Então há áudios, vídeos, depoimentos de pessoas que foram beneficiadas em troca de votos, há associações que receberam essas cestas e precisam agora nos falar quais os critérios que utilizaram pra distribuir essas cestas. Existem também informações de que a quantidade de produtos entregues à Sedeso era inferior ao que foi licitado, há também indício de irregularidades no modelo de compra, que deveria ter sido uma concorrência, mas principalmente a questão de só ter ocorrido essa distribuição no período eleitoral.”
O vereador Silvio Dias questionou o fato de a pandemia existir desde março do ano passado em Feira de Santana, mas a distribuição de cestas só ocorreu durante o período eleitoral.
“E por que passado o período eleitoral, não houve continuidade dessa distribuição de cesta básica? Não estou falando nada que não seja de conhecimento da própria população e aqueles que receberam as cestas foram os primeiros a questionar, pois continuam tendo necessidade, passando fome e não há mais cestas pra serem distribuídas. Foram mais de 26 mil cestas, houve uma compra imensa especificamente naquele período, e depois não ocorreu mais. Então precisamos chegar a esse ponto, questionar essa situação. Como se comprou, qual o critério, quem distribuiu, por que fez essa distribuição a determinados setores? Isso precisa ser esclarecido”, destacou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
