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Após o avanço do coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que assinará, nesta sexta-feira (13), a Medida Provisória (MP) que libera R$ 5 bilhões, via emendas, para o enfrentamento da doença. O valor atende a um pedido feito nesta quarta pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante visita ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre a situação do covid-19 no País. A MP tem efeito imediato após a publicação.
Durante a live no Facebook ao lado do ministro, na quinta-feira (12), na qual os dois aparecem mascarados, o presidente também sugeriu o adiamento ou suspenção das manifestações pró-governo marcadas para o dia 15 de março.
“Para daqui um ou dois meses (faz a manifestação). Já foi dado um tremendo recado para o parlamento”, afirmou em live no Facebook que apresentou instabilidade e acabou ficando dividida em duas partes.
Ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também usou uma máscara, o presidente disse que é preciso evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, pois os hospitais não dariam vazão a tanta gente.
“Se o governo não tomar providências sobe, e depois de um certo limite, o sistema não suporta. Pode morrer pessoas por outros motivos, vão dizer que é o coronavírus. Como presidente da República, tenho que tomar alguma posição. Uma das ideias é adiar, suspender, e daqui um mês, dois, fazer a manifestação. Já foi dado um tremendo recado ao Parlamento, principalmente em relação a aquelas emendas de relatores, se vai ter autonomia para movimentar R$ 15 bilhões ou não. O recado foi dado”, disse, durante a transmissão.
Bolsonaro fez teste para identificar se foi infectado pelo coronavírus após o secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, testar positivo para covid-19. O resultado sairá nessa sexta-feira (13).
O receio dos médicos é que o presidente possa ser assintomático. Até a conclusão do exame, a recomendação é que ele permaneça no Palácio do Alvorada, em Brasília.
Bolsonaro tem falado nas manifestações de domingo com frequência nos últimos dias, ao contrário da maneira como levava o coronavírus. Na última terça-feira, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência divulgou uma fala do presidente sobre a mobilização, no qual nega ataques a outros poderes. “As manifestações do dia 15 de março não são contra o Congresso, nem contra o Judiciário. São a favor do Brasil”, diz a arte divulgada pela pasta.
Bolsonaro também havia chamado, por WhatsApp, aliados para participarem do ato. O fato, tratado como assunto pessoal pelo presidente, resultou em uma semana de crise entre Legislativo e Executivo.
Na transmissão semanal ao lado do ministro Mandetta, além do teor educacional à população, o presidente disse que o aparato foi utilizado pois tiveram contato recente com o membro do Governo Federal que testou positivo ao coronavírus.
“Estou usando máscara porque, nessa recente viagem aos Estados Unidos, uma das pessoas que veio comigo no voo, quando desceu em São Paulo, foi fazer os exames e deu positivo ao coronavírus. Todo mundo no voo hoje coletou material, ainda não deu resultado, mas nas próximas horas deve ter o resultado do meu e de mais algumas pessoas que estiveram comigo”, disse.
R$ 5 bilhões
O presidente deu mais detalhes sobre a liberação da MP. "A gente pede a Deus que esse problema logo dissipe aqui no nosso país e a gente volte à normalidade. Problemas estamos tendo pela frente: a questão da bolsa de valores, que despenca, dólar que sobe; isso está acontecendo no mundo todo", disse Bolsonaro. "Medidas econômicas a equipe tem tomado; agora, não somos aquelas potências que têm recursos em abundância, como os EUA, que podem socorrer com muito mais propriedade as pequenas empresas. Temos orçamento bastante engessado", continuou.
Em seguida, Mandetta interrompeu Bolsonaro e lembrou da liberação de R$ 5 bilhões. "Essa MP amanhã, são R$ 5 bilhões exatamente para essa questão do coronavírus aí", declarou o presidente. Nessa quarta, Mandetta agradeceu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pelo esforço para conseguir os recursos. "Muito obrigado ao presidente (da Câmara) Rodrigo Maia por ter sensibilizado todos os líderes a liberar essas emendas", disse Mandetta na comissão da Câmara sobre o enfrentamento da covid-19.
Depois, Maia evitou classificar o gesto como "acordo" porque disse que o governo não gosta de usar essa palavra. Com informações do Estadão Conteúdo.
Fonte: Correio