Operação Voucher

Colbert foi detido para evitar eliminação de provas, diz delegado da PF

Segundo o delegado, o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, foi preso preventivamente, ou seja, para evitar a eliminação de provas e com prazo maior de detenção

Acorda Cidade

secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filhoestá entre 38 presos na Operação Voucher da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta terça-feira (9). Também foram presos um ex-presidente da Embratur, além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) e o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro.

O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, disse que 33 pessoas foram presas e R$ 610 mil foram apreendidos na Operação Voucher, deflagrada nesta terça-feira e que investiga desvios de dinheiro no Ministério do Turismo.

Segundo o delegado, o secretário-executivo da pasta, Frederico Costa, o ex-secretário-executivo, Mário Moysés, e o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, foram presos preventivamente, ou seja, para evitar a eliminação de provas e com prazo maior de detenção.
Para que a Justiça decrete a prisão preventiva, as provas têm que ser mais robustas do que as prisões temporárias", disse o delegado. Por determinação da Justiça Federal, todos que foram presos preventivamente serão encaminhados a Macapá, onde a investigação está centralizada.

A produção do Acorda Cidade tentou contato com Colbert Martins, mas não obteve êxito. O irmão de Colbert, Evaldo Martins, informou que ele foi preso em São Paulo e está sendo encaminhado para o Macapá, para prestar esclarecimentos. Evaldo disse que "ele está tranquilo, pois sabe da sua inocência". Segundo Hosannah Leite, assessor do ex-deputado, "o processo é de 2009 e a investigação vem em andamento muito tempo. Como Colbert liberou uma parcela do projeto investigado, também foi detido. O que não significa que ele tenha culpa, pois o processo estava em andamento quando ele assumiu o cargo".

A investigação
A investigação da PF começou em abril deste ano. No total, a Justiça expediu 38 mandados de prisão –19 temporárias e 19 preventivas–, mas 33 foram detidos por enquanto. Em Brasília, dez pessoas foram presas preventivamente, enquanto sete estão detidos temporariamente e deverão ser soltos após prestarem depoimentos.

De acordo com a investigação –que deve ser finalizada entre duas semanas e um mês — o convênio suspeito totaliza R$ 4,45 milhões do ministério, em convênio com o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), no Amapá.

"O dinheiro era repassado pelo ministério ao Ibrasi, que usava empresas do grupo ou fictícias. A partir desse repasses, os treinamentos não eram executados", disse o delegado. Os policiais suspeitam que pelo menos dois terços deste valor foi desviado. O Ministério do Turismo fez o convênio com dinheiro originado de emenda parlamentar. Segundo o delegado, contudo, não indícios, "até o momento", de participação de deputados no esquema.

Na casa do diretor do Ibrasi, em São Paulo, foram apreendidos R$ 610 mil, um dos objetivos da operação era justamente buscar dinheiro vivo. A PF, contudo, disse que não informará nomes dos envolvidos nem especificar a conduta de cada um. De acordo com o delegado Paulo de Tarso Teixeira, as oitivas que serão realizadas servirá para esclarecer a participação dos envolvidos no esquema. Com informações da Folha.