Brasil

Bolsonaro diz que não perdoa agressor e quer que ele 'mofe na cadeia'

O candidato do PSL voltou a criticar o sistema por urnas eletrônicas

Acorda Cidade

Agência Brasil – O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, disse que não perdoa Adélio Bispo de Oliveira que o atacou com uma faca no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, em Minas Gerais. “Eu não perdoo ele (sic) não. Se depender de mim, ele mofa na cadeia", afirmou. "Bandido tem que apodrecer na cadeia. Se cadeia é lugar ruim, é só não fazer a besteira que não vai para lá. Vamos acabar com essa história de ficar com pena de encarcerado. Quem está lá fez por merecer”, acrescentou ao conceder entrevista ao site UOL, à rádio Jovem Pan e ao programa Pânico.

Bolsonaro afirmou que está "vivo por milagre" e defendeu que a pena de Adélio seja ampliada. “Como não podemos condenar ninguém por prisão perpétua, que, pelo menos, se cumpra 30 anos de cadeia. Vamos acabar com progressão de pena”, indicou. Para ele, o agressor sabia o que estava fazendo e se planejou para atacá-lo.

O candidato do PSL falou como se sente ao recuperar-se do ferimento, que provocou hemorragia no abdômen, além de atingir seu intestino. “Tô com mais vontade ainda, pode ter certeza. Essa facada aí me deu uma energia muito forte”, completou.

Fiscal das urnas

Bolsonaro voltou a criticar o sistema de votação só por urnas eletrônicas e a defender o voto impresso para evitar riscos de fraude – proposta que constou de projeto de sua autoria aprovado na Câmara em 2015.O candidato afirmou que recebeu centenas de vídeos com boletim de votação, em que não teria recebido qualquer voto e outros mostrando que quando o eleitor apertava o número 1 aparecia o 13 – imagens já confirmadas como falsas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro afirmou que a área jurídica de seu partido está pedindo ao TSE que problemas verificados no primeiro turno não se repitam para que dúvidas sobre a lisura do voto não permaneçam. Ele repetiu que respeitará os resultados das urnas e se mostrou confiante na vitória. "Vou respeitar o resultado das urnas, mas pelo que está acontecendo, ninguém teve até hoje, nem o Lula teve, uma votação tão maciça, no primeiro turno, como eu tive. O pessoal que vota em mim, a quase totalidade, está votando consciente. Ninguém foi cooptado por ninguém. A nossa votação vai ser muito maior que o primeiro turno”, disse.

Em um recado direto ao seu eleitor, sugeriu que fique atento, fiscalize as seções eleitorais e seja um dos primeiros a votar. Em caso de notar alguma irregularidade na urna, pediu que ele acione a fiscalização, um policial militar ou o mesário, para que seja resolvido imediatamente o problema na máquina que apresentar defeito.

Ativismo

Bolsonaro tentou explicar o que quer dizer quando afirma que quer acabar com o ativismo no Brasil. Ele afirmou que pretende botar um ponto final no"ativismo xiita que vive, geralmente, de dinheiro de ONG". “Nós vamos respeitar o dinheiro público. Tem um grupo de mulheres do PT e o Haddad [candidato do PT] está distribuindo um montão de memes fake news, isso é ativismo, dizendo que eu vou acabar com o Bolsa Família, que vou criar CPMF, que vou cobrar imposto de renda do pobre. Esse tipo de ativismo aí", exemplificou.

Ministério

Bolsonaro passou a terça-feira (9) gravando programas eleitorais na casa de um empresário, no bairro Jardim Botânico, na zona sul do Rio. Ao deixar o local, confirmou o nome do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como futuro ministro da Casa Civil em um eventual governo.

“No que depender de mim, sim. Ele é o homem da transição. Ele me apoia há mais de dois anos. Foi ele quem costurou, individualmente, com mais de 100 parlamentares, este apoio. Temos o apoio maciço da bancada ruralista, o apoio quase incondicional da bancada evangélica, a bancada da segurança cresceu. Nós estamos fazendo uma grande concertação”, disse.

Bolsonaro disse que seu ministério, que terá 15 pastas, ainda não está fechado, mas já estão cotados Onyx e o economista Paulo Guedes. "Queremos ministros competentes, que tenham autoridade e iniciativa para trabalhar para o bem do Brasil. E não para atender interesses políticos partidários".

O candidato disse que amanhã (10) os médicos irão avaliar se têm condições de participar de debates.

Bolsonaro disse ainda que, se eleito, vai procurar a equipe do presidente Michel Temer para articular uma transição, incluindo a possibilidade de se votar alguma mudança na Previdência.

“Eu chegando lá, vou procurar o governo para a gente aprovar uma reforma da Previdência que tenha aceitação do Parlamento e a população entenda como justa e necessária. Eu creio que a proposta do Temer, da forma que está, dificilmente vai ser aprovada. Seria bom nós contermos os ralos, quem sabe aumentar em mais um ano o tempo de serviço para o trabalhador do serviço público. Eu acho que já seria um grande passo no final do governo Temer”, disse. 

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