Política

Bolsonaro concedeu indulto a Silveira antes de parecer jurídico do Planalto, diz Jornal

Pareceristas não se opuseram ao perdão, mas apontaram que o formato redigido às pressas estava fora do padrão dos decretos presidenciais.

Ato Cívico pela Liberdade de Expressão no Palácio do Planalto
Ato Cívico pela Liberdade de Expressão no Palácio do Planalto

Agência Brasil – Documentos oficiais obtidos pelo Estadão mostram que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se apressou e atropelou procedimentos da própria Presidência da República para conceder o perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o jornal, o decreto do indulto saiu em uma edição extra do Diário Oficial da União no dia 21 de abril, por volta das 18h, enquanto o parecer jurídico que deveria embasar e dar respaldo ao ato só foi produzido posteriormente.

Conforme apurou a publicação, meia horas antes do presidente anunciar publicamente, o subchefe adjunto da Presidência, Renato de Lima França, encaminhou um e-mail à servidora encarregada da emissão de atos na Presidência para informar a decisão de perdoar o deputado. Na mensagem, ele diz ter se reunido com Bolsonaro naquele mesmo dia e anexou a minuta do decreto acompanhada de apontamentos sobre aspectos jurídicos.

A partir do e-mail, o processo deveria seguir a burocracia exigida quando o chefe do Executivo quer editar um decreto, passando obrigatoriamente por uma análise jurídica para evitar erros e contestações. De acordo com o Estadão, entretanto, no caso de Silveira, o texto foi direto para o Diário Oficial, sem a avaliação da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) e o parecer só ficou pronto depois às 22h56.

Segundo o jornal, no documento os pareceristas não se opuseram ao perdão, mas apontaram que o formato redigido às pressas estava fora do padrão dos decretos presidenciais.

Apesar da pressa para indultar Daniel Silveira, nesta quinta-feira (26), Bolsonaro disse ter “pouco contato” com o parlamentar.

Fonte: Bahia.Ba

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