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O BMG, um dos bancos envolvidos no escândalo do mensalão, fez doações eleitorais no valor de R$ 13,3 milhões a 102 candidatos em 19 Estados. Nas informações disponibilizadas pela Justiça Eleitoral, não constam doações a diretórios partidários.
No pleito de 2006, um ano e quatro meses após o escândalo ter sido descoberto, o BMG doou R$ 2,4 milhões a 39 candidatos. Corrigido o valor pelo IPCA e comparado com as doações em 2010, o montante cresceu 491%.
As doações do BMG em 2010 foram tanto para os opositores PSDB, DEM e PPS quanto para os situacionistas PT, PMDB e PC do B. Foram beneficiados candidatos de 15 partidos, mas nenhum candidato a presidente.
O maior montante foi para o governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que levou R$ 600 mil. O governador eleito Beto Richa (PSDB-PR) obteve R$ 500 mil. Antonio Anastasia (PSDB), reeleito em MG, recebeu R$ 504 mil.
A lista inclui ainda Tarso Genro (PT), governador eleito do RS, André Puccinelli (PMDB), governador reeleito de MS, e Eduardo Campos (PSB), governador reeleito de PE, cada um com R$ 300 mil.
Há também candidatos a deputados e ao Senado, como Aécio Neves (PSDB-MG), com R$ 400 mil, Fernando Pimentel (PT-MG), com R$ 500 mil, Itamar Franco (PPS-MG), com R$ 200 mil, e Demóstenes Torres (DEM-GO), com R$ 130 mil.
BANCO RURAL
Outro banco citado no mensalão, o Rural –que em 2006 não fez doação, de acordo com TSE–, doou neste ano R$ 1,33 milhão para oito candidatos. André Puccinelli e Sinval Barbosa, reeleito governador do MT, receberam cada um R$ 500 mil.
BMG e Rural foram responsabilizadas pelo financiamento do esquema do mensalão e por isso respondem a processos administrativos por "conduzir operações de crédito em desacordo com os princípios de seletividade, garantia e liquidez".
Para o Banco Central, isso caracteriza "infração grave na condução dos interesses da instituição". As instituições negam irregularidades.
OUTRO LADO
O Banco Rural confirmou o valor doado e disse que as doações "respeitaram estritamente as regras impostas pelo TSE". O BMG informou que "todas as suas doações são regularmente contabilizadas e obedecem estritamente ao que determina a legislação eleitoral". ( As informações são do Folha)