A Câmara Municipal de Feira de Santana realizou nesta quarta-feira (26) uma audiência pública para tratar sobre a poluição dos rios Jacuípe e Paraguaçu, em Feira de Santana. A audiência foi proposta pelos vereadores Jurandy Carvalho e Ismael Bastos, que fazem parte da Comissão do Meio Ambiente. Representantes de diversos órgãos ligados ao meio ambiente e limpeza foram convidados a participaram do debate.
De acordo com o vereador Jurandy Carvalho, as cidades de Riachão do Jacuípe e Feira de Santana são as cidades que mais poluem o rio. Ele destacou que é preciso esforços de órgãos públicos em um trabalho de conscientização, limpeza e preservação.
“A gente tem casas licenciadas em cima de nascentes e quem libera é a prefeitura e a Caixa Economia. Então é uma série de erros cometidos pelo poder público. A gente quer que exista uma campanha de esclarecimento de que não pode construir na beira do rio, não pode desmatar, não pode jogar lixo. A gente precisa que o esgotamento sanitário funcione, que sejam feitos canais sem esgotos interligados, além de uma série de providências que precisam ser tomadas”, afirmou.
A secretária municipal do Meio Ambiente, Jaciara Costa, afirmou ao Acorda Cidade que o município recebe inúmeras reclamações a respeito de poluição nos rios. Ela alerta que os corpos hídricos em Feira de Santana estão passando por uma situação de contaminação com ocupações indevidas e vegetação nas águas.
“Isso tem sido preocupante para nossa gestão. A gente precisa cuidar do meio ambiente e essa audiência pública é importante para pensarmos em ações para resolver esses problemas”, avaliou.
Lidiane Amorim, que é presidente da Associação de Pescadores, falou como a poluição das águas do rio, afeta a subsistência dos pescadores, que segundo ela, estão sofrendo constantemente diante da situação.
“A gente vem denunciando a questão da poluição, mas muitas vezes não somos ouvidos. Nessa audiência tudo foi bem relatado e vamos ver se a situação será resolvida. O debate foi muito bom”, disse.
Geraldo Barros, que é integrante da Área de Proteção Ambiental (APA), uma entidade ligada ao Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), afirmou ao Acorda Cidade que diversas discussões estão sendo feitas a respeito da poluição do Rio Jacuípe. Segundo ele, a situação é alarmante.
“Temos reuniões para tratar dos temas, pessoas da Universidade Estadual de Feira de Santana que são especialistas nesse assunto e falaram sobre o nível de poluição do Rio Jacuípe. Ficamos alarmados com a situação. Coletas feitas na água que bebemos nos deixaram preocupados, pois é lixo in natura jogado no rio”.
De acordo com ele, foi feita uma solicitação ao Inema para que fosse feito um pedido ao Ministério Público, solicitando providências com relação as graves questões relacionadas a poluição do rio, inclusive solicitando que dois órgãos fossem notificados.
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“Uma prefeitura que faz parte do entorno e estava jogando lixo no rio e esse lixo vem pra Feira de Santana e também notificação para a Embasa em relação ao esgoto que é lançado no Rio Jacuípe”, informou.
O diretor de planejamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, João Dias, destacou que para resolver os problemas de poluição dos rios de Feira de Santana, é importante o envolvimento de todos os órgãos públicos e também o engajamento da população.
“É importante que a Câmara de Vereadores esteja envolvida, agora temos um governo novo, o prefeito José Ronaldo quer resolver os problemas ambientais da cidade e conseguimos trazer a sociedade para participar. O movimento está incorporando em defesa do Rio, isso nos faz acreditar que dessa vez serão tomadas ações coordenadas para proteger o Rio Jacuípe”.
Coleta e tratamento de esgoto
Raimundo Neto, que é gerente regional da Embasa, falou sobre a coleta e tratamento de esgoto em Feira de Santana. Segundo ele, o percentual na cidade chega a 90%, que é o que preconiza a lei. Ele explicou que o percentual varia de bacia para bacia.
“Na bacia do Rio Jacuípe que foi alvo da audiência, a Embasa chega a 90%. Na Bacia do Subaé temos cerca de 84% de cobertura e na Bacia do Pojuca tem 27% de cobertura. É onde a Embasa está desenvolvendo projetos para captar recursos e elevar a cobertura com objetivo que fique semelhante as outras bacias”, disse.
O gerente da Embasa falou também sobre a importância da fiscalização para evitar que as pessoas façam o lançamento do esgoto na drenagem, no rio ou na rua. “É obrigação legal de quem tem um sistema de esgotamento sanitário na sua rua, fazer a interligação”, afirmou.
Relatório
O vereador Ismael Bastos informou que após a audiência pública, um relatório será feito e considerou até mesmo a possibilidade de projetos de leis nascerem a partir do amplo debate ocorrido durante a audiência.
“Vários órgãos foram convidados a participarem dessa audiência, várias autoridades que podem contribuir para a despoluição do Rio Jacuípe e esse é o intuito dessa audiência que estamos realizando. Os rios estão sendo muito prejudicados, com uma quantidade enorme de lixo e isso não pode continuar acontecendo. Contamos com o poder público para ampliação da sua participação e a população também precisa fazer sua parte”, salientou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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