Laiane Cruz
O vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) informou na quarta-feira (24) que pretende continuar cobrando da prefeitura de Feira o resultado da auditoria do Sistema de Transporte Coletivo, contratada no ano de 2018. Até agora, os resultados não foram divulgados. O edil apresentou um requerimento no dia 3 de fevereiro na Câmara de Vereadores, porém foi rejeitado pela maioria dos colegas.
“O nosso requerimento, que é um pedido oficial de informação, foi apresentado no dia 3 de fevereiro, justamente buscando os resultados dessa auditoria do transporte coletivo em Feira de Santana, que foi contratada no ano de 2018. Já se vão aí mais de dois anos dessa contratação com a promessa de que seis meses depois esses resultados seriam públicos. Na época, a contratação dessa auditoria por parte do governo municipal teve como justificativa o fato de as empresas de ônibus de Feira de Santana, que são a Rosa e a São João, alegavam na época, prejuízo na operação do sistema. Justamente pra passar a limpo essa história e depois de muita pressão essa auditoria foi contratada, mas infelizmente não só os vereadores como a população em geral e quem é interessado pela melhoria do transporte nunca teve acesso aos resultados”, afirmou o vereador do PSOL.
Jhonatas Monteiro lembrou que o secretário de planejamento, Carlos Brito, informou que o resultado da auditoria sairia no final de junho de 2019, o que não aconteceu. A empresa contratada foi Deloit Brasil, que é especializada na área de auditoria participou da assinatura do contrato no dia 21 de agosto de 2018.
“Isso foi alvo de divulgação por parte da Comunicação da prefeitura municipal, e apesar de toda essa divulgação e toda expectativa que se gerou em torno disso, os resultados nunca foram divulgados. E nós convivemos com essa situação em que a tarifa é um roubo em Feira de Santana, pois é essa a avaliação não só do mandato do PSOL, mas de toda a população feirense. O serviço é de péssima qualidade e nós convivemos inclusive nesses últimos dias com ameaças frequentes das empresas de reincidir o contrato e abandonar o município, que nós vivenciarmos a mesma situação de 2015, quando passamos dez dias sem o sistema de transporte coletivo em Feira de Santana.”
Segundo Jhonatas, para que essa situação não se repita, é fundamental que o prefeito Colbert Martins cumpra com o que está previsto em lei, uma vez que a auditoria foi paga com dinheiro público.
“Pela estimativa de custo, foram quase 800 mil reais, então se deve uma satisfação à sociedade, aos vereadores e principalmente aos usuários, para saberem por que pagam tão caro por um serviço tão ruim em que não há perspectiva de melhora, ainda mais com essa superlotação que a gente convive hoje. A avaliação que a gente pode ter, inclusive a partir das informações que constam no site da prefeitura, é que o trabalho foi iniciado, mas ao que parece chegou a resultados inconvenientes para alguma das partes. Se pra prefeitura, ou para as empresas que operam o sistema, o que é importante é que independente do que é conveniente ou não para algum desses lados, o lado que precisa ser atendido nessa história é quem usa o transporte coletivo”, declarou Monteiro.
O vereador afirmou ainda que aliado a tudo isso a população está assistindo ao problema da superlotação, sofrendo risco ainda maior de contaminação em função da Covid-19.
“Por causa dessa aglomeração involuntária que as pessoas não podem escolher, e as empresas que dizem que não podem ampliar a frota, sendo que o próprio prefeito vem a público para reforçar essa ideia, com base no fato que têm ‘prejuízo’ rodando o sistema. Nós conseguiríamos passar essa situação a limpo se os dados dessa auditoria estivessem disponíveis. Nós vamos continuar cobrando isso, é uma obrigação nossa e acredito que há uma expectativa também da sociedade. É um dos grandes problemas estruturais de Feira que piora a vida das pessoas. Isso significa que continuaremos cobrando, e eu espero que o prefeito encaminhe uma posição de modo mais conclusiva dessa situação da auditoria, pois é uma obrigação legal a divulgação desses resultados”, observou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.