Maylla Nunes
Como diz a expressão popular: ‘fogo no parquinho!’. A sessão legislativa na Câmara Municipal desta quarta-feira (8) mexeu com os corações dos parlamentares por inúmeros motivos e um deles veio da bancada governista. É que o vereador Jurandy Carvalho (PL) pediu o afastamento do presidente da Casa, o vereador Fernando Torres (PSD), líder do grupo dos independentes e toda a mesa diretiva, composta por mais quatro vereadores.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Jurandy Carvalho falou sobre o pedido de afastamento. Segundo ele, os componentes da mesa, que fazem oposição à bancada governista, estão ‘barrando’ alguns vereadores na Câmara no direito à palavra e até mesmo na aprovação de leis.
“Estamos analisando o que está acontecendo para passar ao MP. Vamos enviar imagens das sessões, a falta de aprovação em alguns requerimentos. Só depois, com rigor, é que vamos pedir o afastamento de toda a mesa. Estamos vendo as imagens das câmeras que implicam na discordância do regimento interno deste município. Para se ter uma ideia, semana passada, estava escrito na liderança no PL que eu ia falar, mas fui saciado pela vereadora Eremita a não falar. Não é só Fernando Torres, é a mesa inteira que precisa cumprir com o regimento”, disse.
O vereador ainda falou que há uma indiferença no tratamento dos vereadores do governo. Jurandy concluiu dizendo que Fernando Torres deveria ‘largar de choro’ e contar a verdade sobre o que acontece na Casa.
“O presidente desta Casa tem que largar de choro e falar a verdade. A gente precisa ser coerente não só na Câmara como em outras questões. Nós não estamos alegando salário, estamos pedindo para sermos bem tratados nessa Casa. Aqui somos um colegiado independente da prefeitura. Há uma discrepância entre os 14 vereadores e os sete. Se há uma economia dessa casa, é porque o grupo dos sete está economizando”.
'Não saio não'
Em resposta ao pedido do vereador Jurandy e aos vereadores governistas, o presidente da Câmara, Fernando Torres, declarou que não deixará a vaga. Em tribuna, também nesta manhã, o presidente destacou que o grupo de oposição tem feito ‘chantagens’ para conseguir benefícios na Casa.
“Vou mandar um recado para o grupo do sete. Saio da presidência, no momento em que encerrar o mandato. Saio da presidência no momento em que eu achar que já fiz a minha participação na Câmara de Feira. Agora, para os vereadores que acham que merecem mais, que a câmara tem que dar mais, fazendo chantagem, eu não vou aceitar. Estamos aqui hoje e isso é passageiro, mas o tempo, o nosso tempo, vamos cumprir, vocês sete querendo ou não. E para que o presidente saia é preciso de 14 votos e vocês só tem 7”.
Fernando também questionou ao grupo sobre o seu pedido de saída e frisou que o vereador Jurandy Carvalho não teria motivos para pedir o seu afastamento, já que faz parte de comissões e cargos de reputação na Câmara.
“Um membro da casa recebe o cargo de assessor especial, que é Jurandy. Faz parte de uma comissão, é presidente de uma comissão e ainda entra na justiça para arrancar a nossa presidência. Criamos uma forma para economizar os recursos da Casa. Vou sair da Casa por que dei aumento ao efetivo? Por que economizei para dar benefício ao cidadão de Feira de Santana? Vou sair por que estou combatendo o corrupto do Colbert? Essa Casa estava mal acostumada”.
Os componentes da mesa diretiva são: Fernando Torres (PSD), Silvio Dias (PT), Eremita Mota (PSDB), Emerson Minho (DC) e Lu de Rony (MDB).
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade