Laiane Cruz
O presidente da Câmara de Vereadores, Fernando Torres (PSD), rebateu, na manhã desta quinta-feira (27), as acusações de vereador Correia Zezito contra ele no Ministério Público e afirmou que está sendo alvo de chantagem por parte do colega.
A declaração ocorre um dia após Correia Zezito protocolar a entrega de um documento no Ministério Público, no qual acusa Torres de cometer uma série de irregularidades à frente da Casa Legislativa em 2021. Além do documento impresso, foi entregue um pen drive (dispositivo de armazenamento de dados) com o conteúdo das denúncias. (Leia mais aqui)
Em entrevista ao Acorda Cidade, Fernando Torres disse que Zezito tenta desgastar a imagem dele por não ter conseguido obter ‘algumas vantagens’.
“Quem tem que fazer um dossiê contra ele sou eu, que estou sendo chantageado por ele. O nome disso é chantagem. Se a presidência não der o que ele quer, ele vai ao Ministério Público contar um monte de mentiras. Eu tenho que fazer o dossiê dos pedidos desse vereador, que ele chega na presidência da Câmara pedindo o carro da Casa para ir a Salvador levar eleitores e familiares dele. Não dou e não vou dar. Ele pode ir ao MP, que vai apurar, não tenho problema algum”, afirmou Fernando Torres.
Para o vereador, o colega esperava que a Câmara continuasse sendo presidida ‘pelo passado’. E disse que Zezito não aceita que o exercício atual seja independente.
“Esse vereador Correia Zezito vem há tempo tentando brigar comigo para ganhar pontos com o prefeito Colbert. A maior chateação dele é não aceitar que a Câmara seja independente, que cobre à prefeitura, fiscalize, e faça alguns projetos, que dê tribuna livre a todos que chegam lá necessitando. A Câmara mudou, tem democracia, onde as pessoas têm ouvido, e ele não aceita isso em hipótese nenhuma. Ele citou o exemplo dos presidiários que colocamos lá, com autorização do judiciário, do juiz Fábio Falcão, que tem como preocupação aonde os presidiários vão trabalhar após sua saída do presídio. Então ele não aceitou que um presidiário consiga um emprego na Câmara Municipal”, protestou.
Ainda de acordo com Fernando Torres, o vereador Correia Zezito teria reclamado da devolução das economias feitas pela Câmara, da ordem de R$ 2 milhões, ao poder executivo.
“Ele não aceita a economia que a Câmara fez, acha que teríamos que distribuir entre os vereadores. E tenho provas de que o Correia Zezito ficou enfurecido, porque eu dei um aumento de 20%, que é muito pouco, sendo que eu prometi 50% em três anos, e ano que vem vou dar novamente, aos funcionários efetivos da Câmara. Ele falou que não aceitava que a presidência desse esse aumento aos efetivos e não deu aos funcionários dele, que nem lá frequentam. Ele acha que a Câmara continua sendo administrada pelo passado. Mas enquanto estiver na nossa presidência, o dinheiro público será zelado”, disse.