Andrea Trindade
O vendedor Igor Tosta Lopes, 37 anos, foi condenado a 13 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado pela morte da subtenente da Polícia Militar Wagna Andrade Soares, 49 anos. Ela foi assassinada por volta das 22h do dia 30 de março de 2017, na residência onde morava, localizada no bairro Caseb, em Feira de Santana, mesmo bairro onde o réu mora.
O réu aguardou o julgamento preso no Conjunto Penal de Feira de Santana onde cumprirá a pena. Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime aconteceu após uma discussão na qual Igor a matou com uma barra de ferro. Ao constatar o óbito ocultou o corpo, levando-o a um local ermo na Serra da Putuma, na cidade de Conceição da Feira. O corpo foi encontrado, por volta de 1h50 do dia 1 de abril, pela Polícia Civil após confissão do acusado.
A polícia chegou até ele depois que o carro de Wagna foi encontrado estacionado em um supermercado da cidade, próximo ao Terminal Rodoviário. Os investigadores montaram uma campana para esperar a pessoa que estacionou o veículo retornar para buscá-lo, mas o supermercado fechou às 22h e o carro permaneceu no local.
Um flanelinha informou que um homem com uma cicatriz próximo ao olho deixou o veículo. A polícia então o procurou pelas redondezas e pousadas próximas à rodoviária e o encontrou hospedado em uma delas. (Relembre aqui)
O júri
Fotos: Aldo Matos/Acorda Cidade
O julgamento, que começou às 8h30, desta quinta-feira (28), e encerrou por volta das 16h15, foi presidido pela juíza Márcia Simões. Ela informou que a pena foi baseada em homicídio duplamente qualificado.
A promotora de Justiça Semiana Cardoso disse ao Acorda Cidade que a pena aplicada pela juíza foi justa e que o réu não demonstrou arrependimento durante o júri.
“De acordo com o que está preceituado em lei esta é a pena justa e adequada para o crime que o acusado cometeu porque não havia provas nos autos que indicavam um caso de feminicídio, vez que não havia violência doméstica comprovada. Pelas próprias declarações dele, logo após sua prisão, ele fala sobre uma discussão banal por conta de afazeres domésticos, aos quais ele estava se negando a fazer e por isso o Ministério Público pediu a condenação por homicídio fútil, por entender que esse motivo é por demais pequeno para ceifar a vida de alguém. Ele demostrou frieza, sobre a forma como ele conduziu o assassinato e depois levar o copo a outra cidade para ocultar o próprio crime. Ele acredita que havia uma injusta provocação e ofensas por parte da vítima e isso acabaria justificando sua ação”, informou.
Advogados de defesa
Um dos advogados do réu, João Veloso, disse que já esperava a condenação, mas afirmou que a pena aplicada não foi condizente com a falta de provas.
“Usei a tese de legítima defesa, mas empreguei na redação a tese final de homicídio privilegiado. Não existe motivo fútil quando há luta no acontecimento, já li em várias jurisprudências”, declarou.
Os advogados João Veloso e João Mendes têm um prazo de cinco dias para recorrer da decisão.
Fotos: Aldo Matos/Acorda Cidade
Diversos amigos e parentes acompanharam o julgamento. Wagna trabalhava no Colégio da Polícia Militar de Feira de Santana e era muito querida.
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Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade