Trio de adolescentes assume comando do tráfico em Vitória da Conquista

Um deles é líder de uma facção criminosa no Alto da Conquista, com quatro passagens pela polícia e responde inquéritos por homicídios.

Os adolescentes “Bibiu”, 14, “Zoi”, 13,  e “Pula”, 12, são os novos “comandantes” do tráfico na periferia de Vitória da Conquista, distante 509 km de Salvador, com a saída de circulação de “Jararaca”, 17.

Apontado como líder de uma facção criminosa no Alto da Conquista, com quatro passagens pela polícia e respondendo a nove inquéritos por roubo, tráfico de drogas, homicídios e tentativas de assassinato, o adolescente se apresentou à Justiça na noite de segunda-feira, 1º, pondo fim a uma caçada humana que resultou em mais de 20 mortes.

Ele foi apreendido e encaminhando ao Centro de Atendimento Socioeducativo, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, onde está desde as primeiras horas dessa quarta-feira, 3, sob acusação de matar a tiros o soldado PM Marcelo Márcio, 32, na noite do dia 28.

Buscas – As buscas pelo acusado e seu bando também resultaram no seqüestro de quatro adolescentes, sendo que três continuam desaparecidos e um, Ozéias Belas de Oliveira, 15, foi encontrado morto a tiros. Com “Jararaca” fora de circulação, a população dos bairros que viviam sob o signo do medo garante que a paz voltou a imperar.

“Graças a Deus que ficamos livres dele, mas a polícia precisa saber que existem outros tão ruins quanto esse menino e que precisam ser presos (sic) também”, desabafou uma moradora. “Confiamos em Deus e na Caesg (Companhia de Ações Especiais e Gerais) que é quem tem nos dado segurança aqui no morro”.

Por conta da onda de violência em Conquista, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público Estadual (MPE) e da Defensoria Pública encaminharam ao comando do Policiamento Regional Sul quatro pedidos de apuração contra suposta intimidação a integrantes dessas instituições.

Os procuradores da República, Mário Alves Medeiros e Danilo Pinheiro Dias, publicaram portaria para apurar os fatos por meio de inquérito civil público, a fim de “verificar a legalidade de ações policiais e eventuais abusos e desrespeito a direitos humanos”.

Medeiros e Dias disseram que vão aguardar a manifestação das autoridades estaduais “para avaliar a necessidade de solicitar ao Procurador-Geral da República que promova a federalização das apurações”.

A Tarde

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários