Bahia

Torneio ilegal de caça de animais silvestres é desarticulado no Norte da Bahia

Os agentes resgataram os animais mantidos com os infratores, apreenderam artefatos utilizados na caça, além de aplicar penalidades aos responsáveis

Torneio ilegal de caça de animais silvestres é desarticulado no Norte da Bahia
Foto: Divulgação

Na madrugada deste domingo (30), uma operação conjunta do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Companhia Independente de Policiamento Especializado Caatinga (CIPE/PMBA) desarticulou um torneio ilegal de caça de animais silvestres, de espécies de Tatu, que ocorria no distrito de Riacho Seco, município de Curaçá, região Norte da Bahia. Na ação, os agentes resgataram os animais mantidos com os infratores, apreenderam artefatos utilizados na caça, além de aplicar penalidades aos responsáveis pela atividade.

A coordenadora da Unidade Regional do Inema em Juazeiro, Manoela Bezerra, destacou a rapidez com que foi necessário agir para garantir o êxito da operação e ressaltou que a prática configura infração prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98).

“Assim que recebemos a denúncia mobilizamos imediatamente o comando da CIPE Caatinga e, em conjunto, montamos um plano de atuação para impedir que os animais fossem capturados. É uma prática que infelizmente ainda encontra adeptos na nossa região, onde grupos se articulam por meio de redes sociais para realizar essas ditas competições de quem consegue perseguir e caçar o maior número de tatus, inclusive estipulando premiações ao vencedor. A legislação ambiental é clara e prevê sanções penais e administrativas para quem mata, persegue, caça, captura, comercializa, causa maus-tratos e utiliza de métodos que possam causar danos à fauna silvestre e ao meio ambiente. O Inema tem intensificado a fiscalização em todo esse território, assegurando a proteção a esses animais silvestres, que são de extrema importância para a conservação dos ecossistemas na Caatinga”.

A ação foi possível devido ao trabalho de inteligência investigativa, conduzido pelos agentes da CIPE Caatinga e servidores da Unidade Regional do Inema com sede em Juazeiro (UR Sertão São Francisco), que incluiu a coleta de informações prévias e a adoção de uma estratégia de vigilância na região do bioma Caatinga.

“Através de informações recebidas pelo Inema , fizemos um trabalho de inteligência e algumas diligências, que indicaram o possível local do evento, o qual os participantes chamam de torneio. Por volta das duas horas da manhã, realizamos a incursão na caatinga junto com agentes do Inema , logrando êxito em localizar os caçadores. Essa operação é resultado do trabalho integrado da PMBA e os órgãos de proteção ambiental, contribuindo com ações eficazes contra as infrações que impactam o meio ambiente”, afirmou o comandante da CIPE-Caatinga, Major Érico de Carvalho.

A espécie

São 21 conhecidas no mundo, 11 ocorrem no Brasil e dessas 5 estão presentes no bioma Caatinga. “Os tatus são essenciais para o equilíbrio ecológico da Caatinga, pois se alimentam de frutas sendo dispersores de sementes e também de insetos contribuindo para o controle, por exemplo, das populações de formigas e cupins”, como explica o especialista do Inema, Geraldo Onofre.

Na Caatinga, as espécies mais conhecidas são tatu-peba (Euphractus sexcinctus), tatu-verdadeiro (Dasypus novemcinctus), Tatu-rabo-de-couro (Cabassous unicinctus) e o tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus).

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