Polícia

Suspeito de matar irmão de vereadora disse à polícia que estava sob efeito de drogas e que agiu após ser ameaçado pela vítima

O homem é vizinho da vítima e desferiu golpes de picareta, faca e martelo. O fato ocorreu na residência de Crispim, localizada no Conjunto Feira VII, em Feira de Santana.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

O suspeito de ter assassinado Crispim Mota de Jesus, de 65 anos, irmão da vereadora e presidente da Câmara de Vereadores, Eremita Mota, na noite de terça-feira (23), alegou em seu depoimento, que matou a vítima após ser ameaçado.

O homem é vizinho da vítima e desferiu golpes de picareta, faca e martelo. O fato ocorreu na residência de Crispim, localizada no Conjunto Feira VII, em Feira de Santana. O Acorda Cidade conversou com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Gustavo Coutinho, que deu mais detalhes sobre o depoimento do autor, que foi preso em flagrante.

Delegado Gustavo Coutinho
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Realmente houve esse crime bárbaro que ocorreu na noite de ontem no Caminho 31, no Feira VII, cujo autor tem 26 anos. Ele foi preso, autuado em flagrante pela Delegacia de Homicídios. Foi preso por uma guarnição da Polícia Militar”, disse.

Sobre a alegação do suspeito em ter praticado o crime, o delegado Gustavo Coutinho destacou que ele teria informado que foi ameaçado pela vítima, no momento em que estava na porta de casa. Ao invadir a residência de Crispim pelos fundos, ele disse que foi atingido por um objeto pela esposa da vítima e teria então tomado a faca que estava com a vítima e atingiu Crispim na cabeça e no peito.

“Ao ser interrogado, ele alegou que se encontrava sentado na porta de casa, quando o Crispim chegou de carro, e já havia jogado o carro na direção do mesmo. Com isso, houve uma discussão, e o interrogado entrou em sua residência, quando ele disse que ouviu um disparo de arma de fogo vindo da residência de Crispim. Por conta disso, ele se sentiu ameaçado, e disse que pulou o muro da casa de Crispim, e perguntou a ele onde estava a arma, a pistola, e foi surpreendido com o golpe realizado com uma televisão, por parte da esposa de Crispim. Ela teria jogado a televisão em cima dele e que Crispim, inclusive, pegou uma faca para ele, e golpeou o interrogado na mão. Assim, o suspeito tomou a faca da vítima e atingiu-a na cabeça e no peito. Posteriormente, ele pegou uma picareta, que estava lá na residência de Crispim, e passou a desferir mais golpes na cabeça da vítima, que já estava no chão, desacordada. Tanto que, após esse fato, ele conseguiu fugir, e se escondeu no telhado de uma residência, quando foi capturado pela Polícia Militar. Então, essa foi a versão contada pelo autor, quando esteve aqui na Delegacia, e quando foi interrogado”.

Ainda em interrogatório, o suspeito teria alegado que além da ameaça, estaria sob o efeito de drogas no momento do crime. A esposa da vítima, que também estava no momento do fato, também foi golpeada.

“Ele, inclusive, confessou que havia feito uso de crack, que estava sob o uso de drogas, quando cometeu esse fato. Acredito que ele estivesse um pouco atordoado, tenha imaginado coisas, e realmente ocorreu esse crime trágico na noite de ontem. Ele já tinha passagem por invasão de domicílio, por lesão corporal, e por violência doméstica. É um indivíduo meio complicado. Inclusive, ele era vizinho da vítima. A vítima conhecia ele, a esposa da vítima também conhecia ele, mas por conta de uma discussão boba, por conta do uso de drogas, ocasionou esse homicídio. Ele ainda feriu a esposa de Crispim, a senhora Adriele, que foi encaminhada inclusive para UPA do Clériston de Andrade. Então agora ele vai responder pelo crime de homicídio e por uma tentativa de homicídio também”.

O delegado titular da DH ainda informou ao Acorda Cidade sobre a relação do autor com a vítima. Segundo Gustavo Coutinho, o suspeito também relatou em interrogatório que teria um bom relacionamento com Crispim.

“Quando questionado, ele falou que tinha um bom relacionamento, mas que teve essa discussão, no momento em que o Crispim estava estacionando o carro. Uma discussão boba e que certamente ele praticou isso sob efeito de droga, dizendo ele que ouviu disparos vindo da casa de Crispim, mas isso não foi confirmado pelos vizinhos. Na verdade isso foi mentira, foi uma alegação que ele está dizendo aqui na delegacia pra se defender, mas nada justifica o ato bárbaro que ele cometeu de ter efetuado vários golpes de faca, de ter ido até o quintal, se apossado de uma picareta, de um martelo, voltado e continuou a fazer o golpe na cabeça de Crispim, que já estava no chão desacordado”.

O suspeito, ainda conforme o delegado, está à disposição da Justiça. Questionado sobre o depoimento da esposa da vítima, Gustavo Coutinho concluiu que ainda esta semana, ela e outros familiares do autor serão ouvidos.

“Foi dispensada a sua oitiva, mas ela vai aparecer na delegacia essa semana, tanto ela quanto parentes das vítimas, parentes do agressor, vizinhos, vão ser ouvidos aqui. Temos um prazo de 10 dias para conclusão do inquérito e encaminhamento à Justiça. Mas a prisão dele já foi validada porque foi uma prisão em flagrante, ele ainda vai passar pela audiência de custódia, mas acredito que um crime como esse não tem como expandir a liberdade, então ele vai continuar preso, à disposição da Justiça. Geralmente é comum quando indivíduos que usam drogas passam a ter alucinações e acabam cometendo esse tipo de crime, realmente é comum. Nos 22 anos de delegado que eu tenho, já vi vários casos como esse”, concluiu.

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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