O suspeito de conduzir o veículo que atropelou e matou o jovem de 27 anos Joanderson Araújo dos Santos, na última segunda-feira (12), em Feira de Santana, se apresentou espontaneamente na delegacia, na manhã desta quinta-feira (15). Acompanhado por um advogado, ele prestou depoimento, contando sua versão sobre o ocorrido.
Inicialmente o caso está tipificado como homicídio doloso, quando há intenção de matar, contudo, caso ele prove que não atropelou a vítima de propósito, ele responderá por homicídio culposo. Ao Acorda Cidade, o Delegado Gustavo Coutinho, titular da Delegacia de Homicídios, informou que a morte ocorreu após uma briga generalizada desencadeada por uma discussão sobre o volume de som automotivo entre o suspeito do atropelamento e outros frequentadores, em uma área no Residencial Campo Belo, no Campo do Gado Novo.
Conforme o depoimento do suspeito, após a briga, ele tentou deixar o local rapidamente em seu veículo, que, segundo ele, estava engatado na marcha ré. Durante a tentativa de fuga, o carro colidiu com mesas, cadeiras e uma coluna de sustentação, sem que percebesse a gravidade do ocorrido. Posteriormente, foi constatado que Joanderson foi gravemente ferido.
“O autor fechou o porta-malas do carro dele, e fechou também o porta-malas do veículo de outras pessoas. E com isso, o pessoal foi para cima dele, ele foi muito agredido, caiu no chão, feriu a boca, e nesse momento ele com a cabeça quente, entrou no seu veículo e tentou fugir do local. Nessa hora ele ligou o veículo, segundo a informação dele mesmo, ele falou que o veículo estava engatado com a marcha ré, o carro acabou dando a ré e quebrando algumas mesas, cadeiras, e bateu em uma coluna. Ele falou que neste momento não viu nada, engatou a primeira e saiu do local”, detalhou o delegado.
Sobre a informação de que ele estaria portando uma arma, o delegado informou que o suspeito negou estar armado no momento do ocorrido e que, até o momento, esta informação também não foi confirmada por testemunhas.
“O que ficou claro aqui [no depoimento dele] foi que ele não tinha nenhuma briga, nenhuma desavença com a vítima. Eles não discutiram antes, não houve discussão nenhuma. Então, acho que não procede esse fato de ele retornar ao local com a arma para tentar pegar a vítima porque justamente não houve briga com a vítima. Mas para isso precisamos ainda ouvir parentes da vítima, amigos, a namorada da vítima, que estava no local, outras pessoas, para saber realmente se essa versão procede”, informou o delegado ao Acorda Cidade.
Quanto à classificação do crime, o delegado explicou a diferença entre homicídio doloso e culposo. “É um homicídio doloso quando o autor tem a intenção de matar. Ele quer matar, então esse crime vai ser julgado pelo júri. E no caso de homicídio culposo, é quando ele age por imprudência, imperícia ou negligência. Mas para isso, precisamos ouvir primeiro parentes, outras testemunhas que estejam ligadas com a vítima, que viram o local, tentar ver se há uma câmara de segurança no local também. Após a oitiva dessas outras testemunhas, nós vamos avaliar realmente se vamos indiciar para o homicídio doloso ou o homicídio culposo”.
O inquérito está sendo presidido pela delegada Fernanda Gabrielle, com o acompanhamento do Delegado Gustavo Coutinho. Após a conclusão das investigações e a oitiva das testemunhas, será decidido se o autor será indiciado por homicídio doloso ou culposo, dependendo das circunstâncias que levaram à morte de Joanderson Araújo dos Santos. Três testemunhas já foram ouvidas.
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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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