Daniela Cardoso
O secretário estadual de Ressocialização da Bahia, Nestor Duarte, esteve nesta segunda-feira (25) no presídio regional de Feira de Santana, onde acompanhou o fim da rebelião iniciada na tarde de domingo (24), que deixou oito detentos mortos e cinco feridos. O secretário informou que a responsabilidade pela entrada das armas na unidade prisional será apurada, mas disse que não é uma apuração fácil. De acordo com Nestor Duarte, as armas entram no presídio de forma criminosa ou de forma negligente.
“Temos vistoria e ainda assim as armas entram. Tem responsabilidades, que devem ser apuradas, mas isso não é fácil. Essa é uma realidade do sistema prisional brasileiro e mundial. Por mais que se faça revista, por mais que exista toda uma ação para que isso não aconteça, quando se faz a vistoria encontra-se celular, drogas. É uma luta cotidiana que temos que enfrentar para procurar diminuir”, afirmou.
Sobre a quantidade de agentes penitenciários para atender a demanda do presídio regional de Feira de Santana, que no total mantém 1.500 detentos e 22 agentes por plantão, o secretário Nestor Duarte afirmou que o governo fez a parte dele com a elaboração de concurso público para aumentar o número de agentes.
“Depois de 16 anos sem concurso, o governo Jaques Wagner fez uma licitação para concurso público para agentes penitenciários e 700 agentes vieram para o sistema. Agora no final do ano passado já estavam em curso de capacitação mais 490. Então são mais de 1.000 agentes novos que estão atuando e se capacitando. O estado fez a sua parte”, declarou.
Ele destacou ainda a reforma e ampliação do presídio da cidade, que, conforme informou, possuía apenas 300 vagas e hoje está com capacidade para 1.316 detentos.
“É uma unidade que vai ser a maior da Bahia. O governo fez sua parte fazendo a reforma, a ampliação e a requalificação da unidade. Na semana passada estávamos fazendo a entrega de diplomas do Pronatec de pessoas que estavam fazendo ressocialização e infelizmente agora ocorreu no pavilhão 10 esse incidente com oito óbitos. Temos que lamentar, mas é uma disputa de crime organizado. Não há nenhuma reivindicação”, destacou.
De acordo com o secretário Nestor Duarte, haverá uma investigação para apurar quem são os responsáveis pelas mortes durante a rebelião e para definir se os líderes do motim serão transferidos para outras unidades prisionais.
“Vamos apurar e em comum acordo com o judiciário, com o Ministério Público e a Defensoria Pública faremos efetivamente as transferências que se fizerem necessárias. A polícia civil com o delegado João Uzzum esteve aqui também colhendo depoimentos para responsabilizar os novos crimes cometidos. Temos que fazer tudo dentro da lei”, salientou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade