O Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres tenta negociar, do local, a rendição do ex-deputado Roberto Jefferson e chamou a situação de “momento de tensão”. A negociação já dura mais de quatro horas.
Agentes da PF cumprem uma decisão do ministro Alexandre de Moraes para revogar a prisão domiciliar de Roberto Jefferson, após ele abrir fogo contra a primeira equipe que chegou em sua propriedade, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro, neste domingo (23).
Os feridos são o delegado Marcelo Vilella, que teria sido atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino de Miranda, de 31 anos. Ela foi ferida na cabeça. Os dois foram atendidos em um hospital da região e já tiveram alta.
Entenda o caso
Jefferson atirou em policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior eleitoral (TSE), que determinou a detenção de Jefferson após o ex-deputado ofender a ministra do STF Cármen Lúcia – além de ataques à Corte e ao sistema eleitoral. Mais cedo, parlamentares haviam protocolado pedido de prisão contra o ex-parlamentar, que cumpria pena em prisão domiciliar.
Informações dão conta de que Jefferson também teria atirado com um fuzil caibre 556 em direção à viatura da PF que estava parada em frente à sua propriedade.
O ex-deputado usou câmeras do circuito interno de segurança para monitorar a movimentação da equipe formada por três agentes, que estavam na porta de sua propriedade. Assim que a viatura parou na frente do portão, o ex-presidente nacional do PTB passou a filmar a tela da TV que transmitia as imagens.
Em um vídeo, Jefferson confirmou os disparos, mas diz que não foram direcionados aos agentes.
“Não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles.”
Sem se identificar, um amigo de Jefferson, que está na casa dele, postou um vídeo dizendo que o ex-deputado não atirou em ninguém e nem vai atirar. Segundo o amigo, o ex-deputado apenas jogou um granada longe e os policiais se feriram com estilhaços.
Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar foram ao local para negociar uma rendição. Até a última atualização desta reportagem não havia confirmação da rendição.
Bolsonaro e Lula se manifestam
Os dois candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), se manifestaram sobre o caso em suas redes sociais.
“Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”, postou Bolsonaro no Twitter.
Já Lula também se posicionou no Twitter:
“As ofensas contra a Cármen Lúcia não podem ser aceitas por ninguém que respeita a democracia. Criaram na sociedade uma parcela violenta. Uma máquina de destruição de valores democráticos. Isso gera o comportamento como o que vimos hoje.”
Em um evento em São Paulo, Lula voltou a se manifestar.
“O que esse cidadão fez com a ministra Cármen Lúcia não é possível de ser aceita por ninguém que ama a democracia. Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões contra uma pessoa comum, muito menos contra uma ministra da Suprema Corte.”
Veja o vídeo:
Fonte: G1 e Metrópole
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