O filho de Mãe Bernadete, Jurandyr Wellington Pacífico, não se contentou com o anúncio da prisão de três suspeitos de participação no crime que tirou a vida da liderança quilombola feito pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) na segunda-feira (4).
Segundo a pasta, um dos presos admitiu ser o executor do crime, mas nenhuma informação sobre a motivação do assassinato, nem sobre mandantes foi feita. Para Jurandyr, a “morte da mãe foi terceirizada”, ou seja, alguém contratou uma pessoa para matá-la.
“Quero saber é quem mandou executar Mãe Bernadete e o porquê. Eu estou destruído, perdi meu irmão em 2017 e minha mãe agora”, disse em entrevista para TV Bahia.
Seis anos antes de Mãe Bernadete ter sido assassinada, o filho dela e irmão de Jurandyr, Binho do Quilombo, foi morto da mesma forma, com diversos tiros dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. Apesar do caso ter sido levado para a Polícia Federal, ninguém foi preso e o crime segue sem solução.
“A Polícia Federal é detentora do maior leque de tecnologias. Por que não foi feito reconhecimento facial do suspeito de assassinar Binho? As provas estão lá. O carro passou três vezes no pedágio para matar o meu irmão. Por que não elucidou?”.
Jurandyr acredita que o suposto mandante do assassinato de Mãe Bernadete, pode ser o mesmo de Binho. “O crime de minha mãe repercutiu muito. Por que o crime de Binho do Quilombo não foi para essa fase? Por que deu as costas do crime de Binho?”, questionou.
Detalhes da Investigação
Em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (4), a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, detalhou as circunstâncias das prisões realizadas no caso de Mãe Bernadete, ialorixá e líder quilombola assassinada no dia 17 de agosto, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Três pessoas já foram presas por envolvimento no crime e um outro suspeito é procurado pela polícia.
“O primeiro indivíduo foi preso com o celular da vítima, o segundo indivíduo teria sido um dos executores, e o terceiro indivíduo teria guardado as armas que foram utilizadas. Entretanto, é importante frisar que as investigações continuam”, disse a delegada.
Além disso, Heloísa Brito afirma que está claro para as forças policiais que duas pessoas cometeram o homicídio. Entre os presos, a delegada aponta que um foi preso no interior, na cidade de Araçás, – ele seria um dos executores – e outros dois foram alcançados na região de Simões Filho. Ainda conforme as informações reveladas, apenas o suspeito apontado como executor já tinha passagem pela polícia.
Em relação a motivação, a delegada-geral afirmou que o suspeito revelou o porquê de ter cometido o crime, mas ainda é necessário verificar a veracidade das declarações. “Ele pode utilizar essa afirmação como defesa e pode criar uma história que não seja verdadeira”, disse.
Fonte: Bahia Notícias, site parceiro do Acorda Cidade
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