Acorda Cidade
Uma imagem curiosa marcou uma das ações de combate às fraudes veiculares registrada na tarde de ontem (19), em Salvador (BA). Dois automóveis Nissan/Versa da mesma cor e com a mesma placa em exposição lado a lado. E isto só foi possível após descoberta de uma modalidade de fraude, a clonagem de veículo.
Tudo começou após uma equipe da PRF tomar conhecimento de um veículo suspeito que estava abandonado às margens da BR 324. Prontamente, os policiais se deslocaram para o local informado e na altura do quilômetro 622 visualizaram um Nissan/Versa, de cor branca.
Ao aprofundar a vistoria no veículo, os policiais notaram que as placas ostentadas eram falsas e não pertenciam ao veículo abordado. Etiquetas de identificação também haviam sido adulteradas e após consulta aos sistemas da PRF, descobriram que o carro era roubado e estava circulando clonado.
Os policiais conseguiram localizar a proprietária do veículo original. Ela se deslocou com o veículo original até a Delegacia e o colocou lado a lado com o clone, agradecendo a ação dos policiais e relatou que estava recebendo multas em lugares que nunca trafegou e também pontos na carteira sem ter cometido infração de trânsito.
Clonagem não é um crime tão raro
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia recuperou de janeiro a agosto (19/08) desse ano 564 veículos que circulavam com registro de roubo, furto ou clonado pelas rodovias federais que cortam o estado. O levantamento realizado representa um aumento de quase 20% em comparação ao mesmo período de 2020, quando foram recuperados 472 veículos nas estradas e rodovias federais da Bahia.
A média de veículos recuperados em 2021 é de mais de 2,5 veículo por dia, representando o esforço contínuo do órgão no enfrentamento à criminalidade. A expertise dos nossos policiais colocaram a PRF BA como campeã, em 2020, na quantidade de veículos recuperados nas rodovias federais do Brasil.
Na clonagem (cabrito), os criminosos trocam a identificação do veículo e seus documentos para que pareça ser um veículo regular. Neste momento o veículo recebe placas de outro veículo com características semelhantes e o proprietário desse veículo, que se encontra em situação regular, torna-se a segunda vítima dos criminosos pois passa, muitas vezes, a receber multas de trânsito e pontos na carteira (CNH) por infrações relacionadas ao veículo clonado e, em algumas situações o proprietário paga as multas sem ter conhecimento real do cometimento da infração.
Em suas ações, a PRF verifica uma série de modalidades que giram em torno dos crimes relacionados às fraudes veiculares. Essas modalidades vão desde o simples furto/roubo do veículo passando pela utilização de documentos falsos e receptação, o que pode dificultar a identificação do crime e por isso exige uma fiscalização minuciosa por parte dos policiais.
Outra modalidade utilizada é a revenda, alimentada pelo comércio ilegal desses veículos clonados, muitas vezes negociados em sites na internet por valores inferiores ao preço real do veículo. Nesta fase do crime temos a terceira vítima em potencial, o comprador que, inadvertidamente, passa a ter a posse do veículo clonado.