Violência, pânico e morte numa das mais movimentadas avenidas de Salvador. Este foi o saldo de uma tentativa de assalto ao ônibus da empresa União, placa JQS-4715, que fazia a linha Duque de Caxias-Pituba, e resultou na morte do técnico administrativo Cleillton de Jesus Barbosa, de 20 anos, que estava no ponto de ônibus da Avenida Tancredo Neves, por volta das 18h de quinta-feira (14).
Segundo passageiros, o tiro que atingiu o tórax de Cleiton foi desferido por um homem que se identificou como policial civil e reagiu ao anúncio de roubo de Jucemar Marcelo Oliveira Brito, 19, também atingido por, pelo menos, dois tiros. Levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), ele foi submetido a uma cirurgia. O fato ocorreu no horário de pico no trânsito, no ponto de ônibus mais movimentado da avenida (em frente à Casa do Comércio). Com os disparos, transeuntes viveram momentos de terror, com muita correria. “O rapaz falou: ‘como é? Passa tudo, isso é um assalto!’. Depois disso, ouvi o primeiro estampido do tiro disparado por um homem que estava sentado ao fundo do coletivo. Aí, me joguei no chão”, lembrou a passageira Vanessa Aflitos, 25.
Ela recebia o troco da passagem quando tudo aconteceu. Vanessa disse que, quando todos estavam deitados no assoalho do veículo, o homem que atirou se identificou como policial civil e pediu calma. O cobrador do coletivo, Valber Souza, confirmou a versão de Vanessa, embora tenham se esquivado de confirmar que o atirador tenha dito ser policial civil. No entanto, o motorista Adenilson Reis contou que “o cobrador me disse que o passageiro entrou e se recusou a passar a catraca, quando anunciou o assalto. Um homem que disse ser policial atirou quando ele estava descendo do ônibus”.
Neste momento, o técnico administrativo Cleillton se preparava para subir no ônibus, foi atingido e caiu na calçada. O assaltante, já baleado, correu até as imediações da copiadora Copyart, onde caiu sangrando e foi levado por policiais ao HGE. O corpo de Cleilton ficou exposto no ponto de ônibus até depois das 20h (quando ocorreu o levantamento cadavérico) diante de olhares espantados de motoristas e pedestres.
Liberado
Quanto ao autor dos disparos, de nada adiantou a revista feita por PMs nos passageiros do ônibus – que ficou parado por duas horas no local, até ser levado à 16ª CP (Pituba), onde testemunhas foram ouvidas. Segundo um passageiro que não se identificou, o atirador disse aos PMs que era policial civil e foi logo liberado. Policiais revelaram que foi encontrada pelo menos uma cápsula de bala no interior do ônibus da empresa União. No entanto, nenhuma arma usada pelo assaltante foi apresentada pelos policiais que trabalham no caso. (As informações são do A Tarde)