Feira de Santana

Policiais civis se reúnem para definir nova pauta de negociação com o governo do estado

O sindicato informou que a categoria se reuniu com o governo na última segunda-feira (25), porém as negociações não tiveram avanços.

Laiane Cruz

Investigadores e escrivães da Polícia Civil do Estado da Bahia se reuniram em assembleia nesta quinta-feira (28), no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, em Feira de Santana, para discutir os próximos passos acerca das negociações com o governo do estado, sobre melhorias nas condições de trabalho da categoria e mudanças no plano de carreira.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes, informou que a categoria se reuniu com o governo na última segunda-feira (25), porém as negociações não tiveram avanços.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Nós apresentamos a proposta da mudança do cumprimento da lei, que é regulamentar o salário mínimo superior, mudar o padrão remuneratório de investigadores, escrivães e peritos técnicos de nível médio para nível superior. O governo recusou a cumprir a lei, regulamentar, recusou trazer o novo cargo de salários, remarcou a reunião para o próximo dia 25 de maio, mas sem proposta alguma, pedindo ao sindicato que apresente uma nova proposta. Então nos parece que o governo não tem interesse de dialogar, em fortalecer a segurança pública e valorizar esses profissionais que colocam suas vidas em risco para proteger a sociedade. E isso se reflete dos números da violência em Feira de Santana e na Bahia”, afirmou o sindicalista.

Eustácio Lopes destacou que governo do estado só está na mesa de negociação por conta de uma decisão judicial da desembargadora Marieuza Lima. A categoria, por ser de policiais armados, serviço essencial, não pode fazer greve, mas o governo tem que se reunir a cada 30 dias e ouvir as demandas da categoria.

Ainda conforme o presidente do Sindpoc, a categoria em outros estados continua entregando a custódia de presos, mas a Bahia persiste em manter presos custodiados em delegacias, desviando os policiais da função de investigar e elucidar crimes.

“Dos 27 estados da federação 24 não existe mais presos em delegacias, os presos que são flagranteados são levados para o presídio. Em Pernambuco, para citar um estado do Nordeste, o preso quando é conduzido pela PM é feita a formalização do flagrante, logo após a PM leva para o presidio. Em São Paulo, o preso é flagranteado quando a PM conduz à Polícia Civil e de manhã a Polícia Penal recolhe os presos e leva para o Centro de Detenção Provisória (CDP) e lá passa para uma audiência de custódia, que recebe o alvará de soltura ou é convertido em preventiva e é introduzido no sistema prisional. A Bahia desses 27 estados é um dos três que ainda persiste em ter presos na Delegacia e os policiais deixam de fazer sua atribuição, que é investigar e elucidar os crimes para tomar conta de preso. Isso nos leva à estatística de Feira como uma das cidades mais violentas do mundo e a Bahia tricampeã em homicídios. É o Estado que mais mata e que menos elucida por conta dessa sucata da Polícia Civil.”

Diante da falta de diálogo, ele reforçou que ficou definido na assembleia realizada hoje em Feira de Santana que os policiais civis continuarão buscando soluções na mesa de negociações com o governo e apresentarão uma nova pauta.

“Vamos continuar com a nossa mobilização da entrega da custódia, os escrivães também não farão cadeia de custódia de bens aprendidos, que hoje é função do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e faremos uma nova assembleia com a categoria para decidir novas mobilizações, por conta da intransigência do governo de não valorizar, de não cumprir a Lei com esses trabalhadores”, finalizou.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade. 

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