Andrea Trindade
A Delegacia Para o Adolescente Infrator (DAI) investiga mais um caso de suspeita de entrega irregular de bebê, em Feira de Santana.
De acordo com a delegada Klaudine Passos, titular da DAI, a polícia recebeu a denúncia de que Niziane Alves de Souza e Souza, 22 anos, que reside no conjunto Amazonas, teria entregado em troca de um emprego, o filho de apenas 22 dias de nascido a um casal homossexual na cidade de Alagoinhas, onde ela também tem residência.
“Entramos em contato com a Secretaria de Saúde de Alagoinhas, conseguimos um ofício do hospital, atestando realmente que ela teria dado a luz a uma criança do sexo masculino, e que teria saído desse hospital com um senhor. Nós então chegamos até a avó da criança que relatou que Nilzeane teria dado a criança porque não teria condições de criá-ala”, disse.
Nilzeane foi à delegacia com a com a certidão de nascimento e a criança, que nasceu no dia 1º de março, no Hospital Maternidade Doutor Carlos Meireles, em Alagoinhas.
“Na certidão consta o nome de José Vânio Ferreira da Silva, sendo que Nilzeane informou que o presidiário Israel dos Santos Pereira, é o pai. Deste modo, a pessoa que registra a criança como pai, mesmo não sendo o pai biológico, vai responder pelo artigo 214 do Código Penal. Já a senhora Nilzeane, que afirmou que o homem que registrou a criança ofereceu emprego tanto a ela quanto a uma amiga, vai responder pelo artigo 238, da Lei 8069/90, que é dar a criança mediante recompensa, que no meu entender, há uma promessa de recompensa quando ele ofereceu emprego”, disse.
O Conselho Tutelar vai acompanhar a criança e a mãe, que nega ter vendido a criança por R$ 4 mil. Ainda segundo a delegada, o pai da criança, que está preso no Conjunto Penal de Feira de Santana, não sabia que o filho dele foi registrado por outro homem.
A avó, Zélia Ferreira, pediu para criar o menino, mas a acusada informou que já “tinha dado a palavra” ao casal. “Ela disse que o menino ia ficar bem, que ele seria bem cuidado porque o pessoal tem condições de dar o que ele merecia”, disse.
Caso semelhante
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade (Arquivo)
No dia 29 de janeiro deste ano, uma entrega irregular de um bebê de apenas oito dias de nascido, sob suspeita de venda, também foi registrada em Feira de Santana. O bebê foi encontrado na casa de um casal, que foi detido.
A mãe biológica, Vanessa Sena Alves, 33 anos, afirmou que não recebeu dinheiro nenhum pela entrega do bebê. Segundo a denúncia, o casal, que já foi liberado do Conjunto Penal de Feira de Santana, pagaria R$ 5 mil pela menina. “Dei porque eu quis e não tinha condições nenhuma de cuidar da criança. Eu não joguei no lixo, não fiz nada demais. Eu preferi dar para uma pessoa que tinha condições melhores que eu”, disse.
Informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade