A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Guardiões da Infância, com o objetivo de cumprir mandados de prisão decorrentes de decisões judiciais condenatórias por crimes relacionados ao abuso sexual infantil em todo o país.
As ações da Operação tiveram início em agosto, com cumprimento de mandados de prisão de criminosos que já constavam do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), mas ainda estavam em liberdade.
Na Bahia já foram presas sete pessoas, das quais cinco apenas na manhã dessa terça-feira. Ao todo já foram contabilizadas mais de 100 prisões pelo país desde o início das ações, sendo que as diligências seguem em andamento e novas prisões deverão ocorrer a qualquer momento.
O objetivo da Operação Guardiões da Infância é retirar do convívio social indivíduos que já haviam sido investigados, processados criminalmente e condenados, dando efetividade ao sistema de justiça criminal e impedindo que novos crimes contra crianças e adolescentes sejam cometidos.
O combate ao abuso sexual infantil é uma prioridade na Polícia Federal, com um trabalho amplo e complexo, tendo uma Unidade especializada no tema, o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil.
Iniciativas como a Operação Guardiões da Infância têm identificado e impedido a ação de centenas de abusadores e o resgate de um número relevante de crianças vítimas.
A Polícia Federal, além realizar de um número expressivo de Operações Policiais combatendo essa modalidade criminosa, também atua na identificação de vítimas de abuso sexual infantil, por meio da Força-Tarefa de Identificação de Vítimas, composta por policiais federais e civis especializados na tarefa de identificar vítimas a partir de imagens e vídeos, com a finalidade de resgatá-las e identificar e prender seus agressores.
A investigação
A investigação, no âmbito da Operação Teseu Digital de combate ao abuso sexual infantil, foi iniciada a partir da identificação, em 2018, de um usuário de rede social que se fazia passar por menina para, em contato com meninos jovens e crianças, demandar a troca de imagens pornográficas.
No curso da apuração, foi possível identificar, então, por meio de novos relatórios encaminhados pelo NCMEC (National Center for Missing and Exploited Children – Organização não governamental apoiada pelo Governo Americano) que havia, além do investigado originalmente identificado na Bahia, outros usuários da mesma rede social nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, que estavam utilizando o mesmo método de falsa identidade em rede social, para vitimar muitos outros jovens meninos, expondo-lhes em abusos sexuais.
Assim, a investigação se tornou mais complexa, logrou identificar muitas vítimas e os usuários da rede social que realizavam a conduta criminosa nos outros estados da federação, além de encontrar outros dois possíveis investigados nesta capital.
Foram, então, viabilizados mandados judiciais de busca e apreensão para os endereços dos investigados de modo que, nesta data, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Salvador e Madre de Deus na Bahia, Catuípe (RS) e São Paulo (SP), com a participação de 22 policiais no Brasil, com o fito de arrecadar provas e interromper as práticas ilícitas, identificando, se possível, outras vítimas de abusos sexuais infantis.
A partir de hoje, as investigações seguem seu curso para análise do material apreendido de modo a culminar com a responsabilização dos criminosos.
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