Feira de Santana

Polícia faz reconstituição do assassinato de guarda municipal

O acusado continua preso à disposição da justiça até que se tenha o laudo comprovando ou divergindo o que foi dito pelo investigado.

Gabriel Gonçalves

Na manhã desta quinta-feira (17), a Polícia Civil realizou a reconstituição do assassinato do guarda municipal André Luís Carvalho de Holanda, de 36 anos, que ocorreu no dia 18 de agosto deste ano na Rua Cristóvão Barreto em Feira de Santana. André Luís era do município de Alagoinhas e foi morto por uma travesti de 27 anos que confessou ter praticado o crime, após uma discussão sobre o pagamento de um programa. A travesti contou à polícia que entrou em luta corporal com André Luís, quando o revólver dele disparou e acabou atingindo-o.

Durante a reconstituição, o delegado Rodolfo Faro da Delegacia de Homicídios (DH) explicou ao Acorda Cidade que surgiram dúvidas após a conclusão do inquérito ao confrontar as informações do interrogatório do acusado com dados fornecidos pela perícia, e por este motivo foi preciso realizar a reconstituição.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Após os dados fornecidos pela perícia tanto no local do crime, quanto com o laudo cadavérico, sugiram inconsistências com o interrogatório do acusado no que que diz respeito a forma como teria acontecido esse crime, e em razão de contradições, o Ministério Público (MP) requisitou a reconstituição para verificar se o crime aconteceu da forma como relatada pelo acusado ou em razão das perícias coletadas no local", afirmou.

O promotor Rafael Carvalho estava presente na reconstituição do crime e explicou que o Ministério Público deve acompanhar todo o procedimento realizado pelos peritos para que possa ser esclarecida a dinâmica dos fatos como realmente aconteceram.

"O Ministério Público não só acompanha, como também auxilia dando algumas informações dos fatos através da leitura do inquérito policial. Entendemos que houve uma necessidade de maiores esclarecimentos sobre esse fato com base nas declarações do indiciado e das perícias que já constam nesse inquérito, e pelo fato que não tinha testemunhas no momento do crime e só havia o indiciado e a própria vítima, então, é necessário trazer mais elementos, provas mais robustas", explicou o promotor.

A reconstituição também foi acompanhada pelo advogado do acusado, Bender Nascimento, que destacou a importância do procedimento para que se possa chegar até a realidade dos fatos.

"Aquele que está sendo denunciado, investigado, precisa falar o máximo da verdade com as investigações e é isso que meu constituinte está a fazer. Ele que veio por livre espontânea vontade, pois ele tem o direito de estar presente ou não, mas ele entendeu que seria melhor prestar todos os esclarecimentos e colaborar perante a autoridade policial", explicou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Para ser realizada a reconstituição do crime que durou cerca de quarto horas, a Delegacia de Homicídios utilizou um veículo que pertence ao próprio órgão e contou com o apoio da Polícia Técnica, Polícia Militar e da Superintendência Municipal de Trânsito (SMT) para que a via fosse interditada.

O acusado continua preso à disposição da justiça até que se tenha o laudo comprovando ou divergindo o que foi dito pelo investigado.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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