Daniela Cardoso
A polícia Civil está investigando a morte da estudante Gabriela de Jesus Carvalho, 18 anos, que morava no bairro Parque Ipê, em Feira de Santana, e morreu vítima de um choque elétrico no último sábado (25), quando participava de uma festa de aniversário no município de Coração de Maria. A estudante chegou a ser socorrida para o Hospital Emec, mas já chegou sem vida.
De acordo com o delegado Sérgio de Araujo Vasconcelos, titular da Delegacia Territorial de Coração de Maria, o fato ocorreu em um espaço de eventos, próximo ao distrito de São Simão, na zona rural de Coração de Maria. O proprietário do espaço já foi intimado e deve ser ouvido na delegacia na próxima segunda-feira (4). Segundo o delegado, ele deve ser responsabilizado penalmente por homicídio culposo (sem intenção de matar) e provavelmente terá o alvará de licença cassado.
“Já estivemos lá e interditamos o local, pois não pode haver funcionamento devido ao decreto municipal, por causa do coronavírus. No momento estamos ouvindo pessoas que estavam presentes no local e também a família e na segunda vamos ouvir o proprietário”, disse o delegado, que informou também que a Polícia Civil já esteve no espaço da festa, onde fez uma perícia e constatou irregularidades.
“Foi instaurado inquérito e na própria segunda-feira (27) nós fizemos uma pericia no local, onde pudemos constatar claras irregularidades nesse espaço de eventos que, apesar de ter alvará de funcionamento, estava funcionando de maneira irregular, uma vez que estava desrespeitando o decreto municipal onde está proibido o funcionamento de bares e locais onde possa haver aglomeração de pessoas”, afirmou o delegado ao Acorda Cidade.
Local onde foi realizada a festa de aniversário
Ele informou ainda que dentre as irregularidades, havia várias ligações elétricas clandestinas. Segundo o delegado Sérgio de Araujo Vasconcelos, várias pessoas já foram ouvidas, inclusive o próprio aniversariante, que contou que a estudante sofreu o choque elétrico próximo a um galinheiro.
“Constatamos que lá havia um local onde eles criavam as galinhas e havia uma cerca, tipo uma tela de proteção. O aniversariante informou o local exato onde a vítima sofreu esse choque e foi justamente nesse local do galinheiro. Provavelmente a cerca estava energizada e quando ela segurou recebeu o choque.”
O delegado disse, ainda conforme o depoimento do aniversariante, que Gabriela não utilizou o sanitário do espaço de festa por não haver privacidade, pois a porta não fechava direito e ficava muito próximo do local onde havia outras pessoas. Provavelmente por esse motivo, ela teria ido no local próximo ao galinheiro, onde tinha um carro, e depois tinha a tela.
“Ela pegou na cerca e sofreu esse choque. Algumas pessoas tentaram retirar ela, mas também sofreram choque. Quando conseguiram tirar ela da cerca, tentaram reanimá-la e como não conseguiram, colocaram ela no carro e a trouxeram para Feira de Santana, aonde a jovem veio a óbito. Agora vamos aguardar o laudo pericial ficar pronto, concluir o inquérito e encaminhar para a justiça”, afirmou.
Comemoração para poucas pessoas
O delegado Sérgio de Araujo Vasconcelos ainda comentou sobre o fato de uma festa de aniversário ser realizada no momento em que existe a recomendação de isolamento social, devido ao novo coronavírus. Segundo ele, o aniversariante disse que foi uma comemoração para poucas pessoas, cerca de 20, e que teria pedido que as pessoas utilizassem máscaras e álcool gel para proteção.
“Inclusive ele disse que disponibilizou os itens de proteção, ele nos mostrou as conversas com as orientações aos amigos, mas apesar de todos esses cuidados, houve um desrespeito ao decreto municipal. O proprietário da casa de festa tinha obrigação de informar que não poderia funcionar. O aniversariante disse ainda que o local estava aberto ao público”, informou o delegado.
As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade