A Polícia Civil de Feira de Santana segue investigando o crime que vitimou o jovem Jean dos Santos, de 18 anos, por volta da meia noite de segunda-feira (16), no bairro Campo Limpo.
Inicialmente, as investigações apontavam que o crime teria sido resultado de uma “brincadeira”, chamada “roleta russa”.
Após ouvir as duas testemunhas que estavam no mesmo quarto no momento do acontecido, a Polícia Civil descartou a primeira hipótese, e segue trabalhando para identificar se o crime foi acidental ou doloso.
Ao Acorda Cidade, a delegada titular da 2ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, e que presidiu o levantamento cadavérico, Ludmila Vilas Boas e Santos, informou que as informações sobre a brincadeira, foram passadas pelos proprietários do imóvel.
“Nós já ouvimos os dois envolvidos na situação que se encontravam no mesmo ambiente que a vítima, as oitivas foram muito esclarecedoras do ponto de vista de descartar a hipótese da roleta russa, que foi imediatamente contada pelos familiares do proprietário do imóvel, mas ainda existem situações a serem esclarecidas acerca da vontade do agente ter produzido o resultado morte, ou seja, se houve dolo ou culpa, porque tanto o menor que foi ouvido ontem, quanto o maior que tem 18 anos, eles eram amigos de infância da vítima. Todos estavam no mesmo quarto, o maior conversando em uma chamada de vídeo, o menor com a vítima encostada em uma cama jogando videogame, em um dado momento segundo eles, a luz foi apagada para facilitar o jogo e arma de fogo que teria sido levada ao local segundo eles, pela própria vítima, ficou entre um e outro na cama”, explicou.
Segundo a delegada, enquanto os jovens jogavam vídeo game, a vítima solicitou a arma, mas que acabou sendo disparada.
“Em dado momento, a vítima teria solicitado a arma, segundo o menor, ele teria passado essa arma e arma veio a disparar, então o que que acontece? Diante do ferimento apresentado e diante da versão apresentada, é necessário que haja esse esclarecimento por parte dos laudos periciais que nós aguardamos tanto de laudo pericial de local, de ação violenta, quanto inclusive do laudo cadavérico. Portanto, é prematuro dizer que houve intenção de matar ou que de fato foi um acidente, então muito embora o maior estivesse presente no ambiente, o menor assume que efetivamente foi ele que entregou a arma a vítima, e que o disparo se deu de forma involuntária e que ele teria feito de fato o disparo, porque ele disse que a vítima sequer chegou a pegar na arma, então ele assume que disparou a arma de forma acidental, mas essa versão precisa ser confrontada com os laudos periciais que nós esperamos, o DPT dentro de 30 dias tem o prazo para encaminhar, como se trata de adolescente envolvido no episódio de morte, este procedimento será encaminhado para a Delegacia do Adolescente Infrator [DAI], que é responsável e que possui atribuições para investigar crimes ou fatos a adolescentes”, informou ao Acorda Cidade.
De acordo com a delegada Ludmila, antes do disparo, a arma tinha sido desmuniciada.
“Segundo os dois envolvidos, eles estariam brincando com esta arma desmuniciada deflagrando, abrindo o tambor, depois fechando o tambor, e de novo deflagrando, mas não que o Jean estivesse fazendo isso contra a si mesmo, mas brincando contra um guarda-roupa e até em uma brincadeira nos pés dos colegas e não houve disparo, segundo eles. Após ele se deitarem na cama para fazer o jogo e o outro rapaz falar ao telefone, que ele [vítima] teria municiado novamente a arma e segundo o maior, que teria uma quantidade razoável de munição, e nesta passagem de arma de fogo que ele teria disparado de forma acidental. É importante salientar que arma foi retirada do local pelo menor que assumiu ter efetuado o disparo e até a presente data, não foi localizada ainda, porque ele disse ter descartado em uma lagoa, mas nós também estamos em busca deste material. A casa é dos familiares do maior que é amigo dos outros jovens, então assim, era um ambiente onde se recebia muita gente, muitos adolescentes e por amizade de infância, eles tinham por costume dormirem juntos na casa, eles tinham uma amizade há muito tempo”, afirmou.
Ainda segundo a delegada, as duas testemunhas não souberam informar de quem era a arma.
“Segundo os dois envolvidos que estão vivos, quem teria levado a arma para o local, teria sido a própria vítima fatal, mas eles afirmam não saber de quem seria esta arma. Eles não sabem dizer se teria sido um revólver calibre 38 ou se teria sido um revólver calibre 32, eu creio que possa haver a recuperação do projétil no cadáver do rapaz, uma vez que não foi localizado o orifício de saída”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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