Laiane Cruz
A Delegacia de Homicídios de Feira de Santana continua investigando as circunstâncias do assassinato da menina de 2 anos e 5 meses Kethellen Mayane Bispo França, que foi baleada com um tiro na cabeça, no dia 5 de fevereiro, por homens armados no bairro Aviário, em Feira de Santana.
De acordo com o delegado Rodolfo Faro, desde o dia do crime, a polícia está em busca da localização da mãe de Kethellen Mayane, para colher o depoimento dela. Segundo ele, a mulher teria fugido de Feira de Santana e ninguém informa o seu paradeiro.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
“A polícia, apesar de todas as dificuldades no que diz respeito a esse caso, tem feito o maior esforço possível. Chegamos a um indicativo de autoria de parte dos executores, inclusive de quem teria ordenado essa ação criminosa no bairro Aviário. Informações indicativas que ainda carecem de aprofundamento nas investigações. Mas a maior dificuldade que a polícia se deparou é com o fato de até o presente momento não ter conseguido contato com a genitora da vítima, haja vista ela ter saído da cidade após a ocorrência do crime, e até então não se apresentou em nenhuma autoridade policial. A gente não tem ainda o endereço da mesma, contato com a mesma, e isso tem dificultado sobremaneira a elucidação desse crime, porque apenas ela e testemunhas que se encontravam no bairro poderiam nos trazer maiores informações, principalmente aquelas que confirmassem esses indicativos de autoria que já levantamos”, explicou.
O delegado apurou que tanto a vítima quanto a mãe moravam na cidade de Brejões e teriam vindo a Feira de Santana visitar uma amiga, que também saiu da cidade e até o momento não foi localizada em seu endereço no bairro Aviário.
“A gente também não conseguiu o contato com essa amiga, então essas informações que poderiam ter passado por essas testemunhas oculares, até então a polícia não conseguiu chegar a ter, em razão da própria dificuldade de contato e localização dessas pessoas. A gente entende que após uma perda tão grande como ela teve de perder uma filha de apenas 2 anos de idade, que a pessoa vá procura primeiro se recompor, fazer o enterro de sua filha. Mas essa ausência longa, até então, a gente não tem como procurar o motivo, cada um sente a dor da sua maneira. Mas a gente conseguiu no dia de hoje contato com a avó dessa criança que faleceu, para que ela nos consiga contato com a mãe da criança, para que a gente possa assim ir ao encontro da mesma, caso ela não tenha a possibilidade de vir à cidade de Feira de Santana”, informou Faro.
Guerra de facções
O delegado titular Rodolfo Faro esclareceu ainda que, a criança não era o alvo da ação criminosa, que teria sido orquestrada através de um líder de facção que está preso no Conjunto Penal de Feira de Santana em função da guerra de facções e disputa por territórios do tráfico.
“A informação que teria nos chegado é que, de dentro do presídio, um líder de facção que atua aqui na cidade de Feira de Santana teria ordenado essa incursão no bairro, com sentido de encontrar desafetos e assim lutar pelo domínio do tráfico naquela localidade. Então a princípio, a informação que a gente tem é que teria sido uma ordem para essa incursão no bairro para causar o terror na população e tomar o comando do tráfico naquela região. Mas que criança teria sido uma vítima predeterminada, a gente não acredita nessa hipótese, haja vista que ela não era moradora da cidade, mas as investigações ainda carecem de maiores aprofundamentos neste sentido”, salientou.
Rodolfo Faro adiantou que os suspeitos de participar da incursão criminosa, em sua maioria, moram nos bairros Queimadinha, Santo Antônio dos Prazeres e Aeroporto.
“Nós tivemos informes da participação desses indivíduos desses bairros, que são indivíduos que estariam envolvidos em uma determinada facção aqui. Eles estão sendo procurados. Dois deles já têm mandato da prisão preventiva decretada por outros homicídios, mas a gente precisa do contato urgente com essa mãe, haja vista que testemunhas e moradores do bairro optaram pela lei do silêncio, e nenhuma informação nos foi passada, mesmo que de maneira anônima.”
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade