Feira de Santana

Passageira que passou mal em carro de aplicativo presta esclarecimento após foto de motorista viralizar

Advogado ressaltou que a passageira também foi exposta nas redes sociais e as pessoas envolvidas devem reparar o erro.

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Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A passageira que passou mal dentro de um carro de aplicativo, na última sexta-feira (26), e saltou do veículo ainda em movimento, apresentou sua versão dos fatos ao Acorda Cidade, na tarde desta quarta-feira (31).

A mulher, que preferiu não se identificar, acompanhada de advogados solicitou a presença da reportagem no escritório de seus advogados, por ter se sentido ameaçada durante uma manifestação de motoristas de aplicativo em frente à empresa onde trabalha, na última segunda-feira (29).

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

O protesto ocorreu após o condutor que atendeu a corrida, Jailson Pereira Barbosa, ter sua foto e dados divulgados nas redes sociais pela médica que prestou socorro à passageira, acusando-o de ter aplicado o “golpe do cheirinho” na cliente (saiba mais aqui).

Em entrevista ao Acorda Cidade, a passageira declarou que não divulgou o nome e a foto do motorista nas redes sociais, nem sequer o acusou de ter tentado aplicar um golpe nela durante a corrida.

Segundo ela, apenas narrou a pessoas próximas o que ocorreu após ter solicitado a corrida e como se sentiu mal.

“O que aconteceu foi que eu solicitei um carro de aplicativo, e ele me pegou na porta da empresa. Confirmei os dados, e ele me confirmou. Entrei no carro. Até aí, não tinha cheirinho nenhum, então a gente andou mais ou menos uns 30 metros, e aí eu senti um cheiro muito forte, que me sufocou. Então eu solicitei que ele parasse, e ele diminuiu, mas não chegou a parar. E eu muito enjoada, sufocada, tonta, abri a porta do carro em movimento ainda e sai passando muito mal. O pessoal de uma agência de ônibus me mandou sentar, porque viram que eu estava muito nervosa, passando mal, e quando eu melhorei um pouco, eu corri para a empresa, que era onde eu iria ter um suporte maior. Foi onde eu desmaiei, passei mal, vomitei, muito tonta, o aroma do cheirinho parece que eu inalei e fiquei sufocada, vomitei muito”, relatou a passageira ao Acorda Cidade.

Ela disse ainda que não viu o motorista colocar nenhum líquido no veículo ou tomar qualquer atitude suspeita, apenas sentiu o cheiro forte. A cliente contou que ao chegar à empresa onde trabalha, relatou aos colegas o que tinha acontecido, e algumas pessoas ao verem uma viatura da polícia passar em rondas, a chamou e denunciou o fato.

“Não foi eu que chamei, o policial estava fazendo a ronda, o pessoal da empresa chamou e comunicou o fato. Ele veio até mim e eu prestei o esclarecimento, e ele pediu que eu fosse até a delegacia de Polícia Civil e eu prestei a queixa”, disse.

Ela informou também que na segunda-feira estava trabalhando, quando os colegas ouviram os gritos da manifestação e pediram que ela entrasse, pois estava na recepção.

“Eu estava trabalhando, quando fui solicitada a entrar. Eu estava na recepção, me chamaram lá dentro, pra eu não ver, porque estavam fazendo a manifestação gritando meu nome, e foi algo muito constrangedor, até ameaçador, e até hoje estou temendo pela minha vida. Me sinto constrangida e ameaçada, porque em momento algum eu divulguei nada dele em rede social, nem acusei ele. Só relatei que senti um cheiro muito forte e passei mal. E o fato é que ele poderia também ter me dado um socorro, e ele foi omisso nisso aí.”

advogados da Esquerda para direita Movan Vieira, Tiago Barreto e o Bacharel Jonas Almeida foto aldo matos acorda cidade
Advogados Movan Vieira, Tiago Barreto e o bacharel em Direito Jonas Almeida | Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

O advogado Movan Vieira, constituído pela passageira para defesa, esclareceu que irá tomar medidas tanto na área criminal quanto cível, pelo tom de ameaça das pessoas envolvidas na manifestação.

“Citaram o nome dela, com declarações de ‘Estou aqui só para te ver’ e ‘Já sabemos onde você trabalha’. A gente vê isso como um tom de ameaça, e a medida cabível que vamos tomar é na área criminal, já que a nossa cliente não fez nenhum tipo de divulgação, não colocou o nome de ninguém, ela simplesmente narrou um fato que aconteceu. Eu sou a favor das manifestações, mas essa não teve nenhum cunho de licitude. Foram lá e fizeram algo que não deveriam, ao expor uma pessoa que não fez nenhum tipo de divulgação. Essas pessoas precisam compreender que toda vez que se comete um ato como esse você precisa reparar esse ato”, alertou o advogado durante entrevista ao Acorda Cidade.

Ele ressaltou que a cliente também foi exposta nas redes sociais e as pessoas envolvidas devem reparar o erro.

“Se o pessoal do aplicativo se sentiu ameaçado em suas funções sendo expostas, eles têm como buscar isso de outras formas mais assertivas, como a Justiça, e não fazer uma manifestação. Ela está constrangida e está passando por uma situação que não tem mais confiança em pegar um aplicativo, já que foram várias pessoas lá. A família ficou constrangida, o nome dela foi exposto de forma muito negativa na internet. Vamos agora buscar os nomes dessas pessoas e entrar com uma ação para que haja uma reparação”, completou.

Leia também: Motorista de aplicativo registra queixa após ser acusado de aplicar golpe em passageira; colegas protestam

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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