Daniela Cardoso
Papiloscopia é a ciência da identificação humana através das impressões digitais, palmares e plantares. A identificação da autoria de diversos crimes contra o patrimônio e também contra a pessoa, em Feira de Santana, é descoberta através dessa perícia.
De acordo com o perito técnico de polícia civil, Antonione Souza, conhecido como Tone, 90% do objeto de estudo para o exame em Feira de Santana é a impressão digital. “A papiloscopia é amplamente utilizada no Brasil e no mundo. É uma ciência que foi sistematizada há mais de 100 anos, em cerca de 1891, e tem uma característica de ser barata, eficiente e rápida. No DPT de Feira temos uma coordenação de confirmação de identidade. A confirmação do corpo é feita para não ter nenhum risco de que um corpo seja entregue errado”, afirmou.
De acordo com Antonione Souza, em locais de crimes contra a pessoa e contra o patrimônio, os peritos papiloscópicos vão em busca das chamadas impressões latentes, que são aquelas impressões que a principio não são visíveis a olho nu. Conforme explicou, é necessário a utilização de lupas, de luzes floresces, que são especiais, bem como de pós reveladores. “Com esses pós a gente consegue revelar a impressão e fazer um levantamento, que é transpor aquela impressão para outro suporte”, explicou.
O perito destacou que sempre que é solicitada a realização dessa perícia, o empenho é máximo possível, pois é uma perícia que tem um resultado muito satisfatório, principalmente em caso de levantamento no local do crime. “Nesse caso, o propósito é identificar a autoria delitiva, pois como a impressão digital é única nas pessoas, se a gente encontra fragmentos de impressão e a polícia tem o suspeito, a gente faz esse confronto e não haverá dúvidas da autoria”, afirmou.
Domingos Dias, que também é perito papiloscópico, destacou que com a papiloscopia é possível chegar a identidade de uma pessoa morta, sem precisar que o estado gaste muito com o DNA e que a família sofra por um longo período esperando uma definição. “A papiloscopia é eficiente, tanto que vai chegando a seu segundo século de existência. Além disso, através dela, é possível estabelecer, no caso da identificação criminal, a autoria”, destacou.
Domingos Dias chamou atenção ainda para a questão de ‘curiosos’ que se aproximam de locais de crimes. Ele afirmou que quando os peritos chegam na cena de um crime, os curiosos já modificaram a cena e alertou que essa atitude, além de prejudicar o trabalho dos peritos, pode causar problemas para quem mexe na cena do crime.
“A medida que o papiloscopista começa a atuar com mais ênfase, os curiosos vão ter que responder o que estão fazendo naquele local, que tem que ser analisado com todo cuidado pela perícia. A aproximação de curiosos em casos de homicídios, dificulta não só nosso trabalho, mas o da perícia em geral. Já fiz levantamentos de impressão em locais de crime e quando verificamos, se tratava de impressões de diversas pessoas diferentes, o que prejudicou o nosso trabalho. Então é importante salientar que a preservação do local é importante”, afirmou.
As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade