El Patron

Operação El Patron: delegado diz que policiais militares atuavam como braço armado de organização criminosa

Além da prisão, a Operação Hybris cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados.

Operação El Patron
Foto: Polícia Federal

A Operação Hybris, um desdobramento da El Patron, deflagrada na manhã desta terça-feira (9), em Feira de Santana, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados, além da suspensão de funções públicas de cinco policiais militares, bem como o cumprimento de um mandado de prisão preventiva, contra a esposa do deputado estadual Binho Galinha (Patriotas), Maiana Cerqueira.

A operação desarticulou uma estruturada e sofisticada organização criminosa especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outras infrações penais.

Durante entrevista coletiva, o delegado da Polícia Federal, Geraldo Almeida, informou que a esposa do deputado, mesmo após as primeiras investigações, continuou praticando ações criminosas.

“Hoje a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério Público Federal e a Force deflagraram a Operação Hybris, a qual é o desdobramento da operação El Patron deflagrada em dezembro do ano de 2023. Hoje tivemos a oportunidade de fazer a prisão de uma investigada que, durante as investigações, ficou comprovado que ela, mesmo após a deflagração da operação, continuou perpetrando ações criminosas, motivo pelo qual foi decretada a prisão preventiva em face dessa investigada. Na mesma ocasião, no cumprimento dessas diligências, cumprimos o mandado de busca e apreensão, afastamento cautelar de alguns policiais militares, bem como a apreensão de valores e bens em nome desses investigados”, pontuou.

Participação de policiais militares

Operação El Patron
Foto: Polícia Federal

De acordo com o delegado, os policiais militares atuavam como braço armado da organização criminosa.

“Esses policiais militares exerciam a função de braço armado dessa organização criminosa, eles ficavam ali fazendo a segurança das atividades ilícitas desenvolvida por este grupo. Eles atuam na região de Feira de Santana e cidades circunvizinhas, então não há uma delimitação territorial. As investigações estão em andamento, as instituições das agências estatais darão continuidade às investigações para que se for o caso, identificar novos alvos”, informou ao Acorda Cidade.

Questionado se os policiais militares são de Feira de Santana, o delegado informou que não poderia confirmar, para não atrapalhar as investigações.

“As investigações estão em andamento, não podemos passar informações específicas a respeito dos alvos para não atrapalhar as investigações. Precisamos levantar novas informações para poder se for o caso, deflagrar novas etapas”, concluiu.

Leonardo Moreira, auditor fiscal da Receita Federal também esteve presente na coletiva de imprensa. Segundo ele, o órgão atuou no levantamento de informações que foram solicitadas pela Justiça.

Operação El Patron
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A Receita Federal atuou em conjunto com a Polícia Federal fornecendo informações produzindo relatórios e basicamente atendendo a pedidos da Justiça que foram solicitadas, e atua também auxiliando nas buscas no cumprimento dos mandados de busca e apreensão para fins de identificação de documentos”, disse.

Ainda de acordo com o auditor fiscal, há indícios de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

“Há indícios da prática de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, porém isso vai ser apurado com mais detalhes e também com os elementos que vão ser coletados hoje”, afirmou.

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