Feira de Santana

Motorista de aplicativo diz que foi assediado por usuário e presta queixa na delegacia

Motorista e passageiros foram levados para a delegacia em Feira de Santana.

Rachel Pinto

Um motorista do aplicativo inDriver, de 34 anos, compareceu ao Complexo de Delegacias de Feira de Santana, no bairro Sobradinho, no final da manhã desta terça-feira (5), acompanhado de outros colegas motoristas e registrou uma queixa contra um usuário de 27 anos, alegando ter sido vítima de assédio sexual.

O motorista contou ao Acorda Cidade que por volta das 7h40 da manhã de hoje recebeu um chamado para atender uma corrida no Conjunto Luís Eduardo Magalhães, com destino a rodoviária. Segundo ele, um procedimento de praxe do trabalho que faz rotineiramente, se não fosse o comportamento inadequado do passageiro. Ele informou que o aplicativo inDriver oferece ao usuário todos dos dados do motorista e do veículo, inclusive o número de telefone pessoal.

O motorista disse que durante o deslocamento até a casa do passageiro, começou a receber mensagens com teor sexual e pediu que o usuário cancelasse a viagem. No entanto, segundo o motorista, o usuário não cancelou e continuou a assediá-lo.

“Ele começou a me assediar e eu pedi para ele cancelar a viagem. Ele falou que na verdade ele não queria viagem alguma e na verdade queria fazer outras coisas. Eu disse que ele estava me atrapalhando, eu sou pai de família e não curto esse tipo de coisa e infelizmente eu ia perder tanto o valor da viagem quanto o tempo do meu deslocamento. Aí eu caí no jogo dele, para eu poder encontrar com o mesmo até para ver se eu recebia o valor da viagem. Fui até o Conjunto Luís Eduardo. Eu me desloquei até o endereço e chegando lá eu fui recebido por ele, o portão estava aberto, ele me convidou a adentrar na residência dele. Porém eu não adentrei. Já nervoso pedi que o mesmo efetuasse o pagamento do valor da corrida e ele me ofereceu valor bem maior. Só que eu continuei me recusando e aí eu pedi a ele que pagasse e ele falou que era para eu aguardar que ele ia pegar o dinheiro. Até acreditei que ele ia pegar o dinheiro e quando eu dei as costas ele rapidamente fechou o portão da residência dele e foi para dentro da casa.Foi quando eu solicitei a presença da Polícia Militar e a presença dos colegas que vieram dar apoio graças a Deus a categoria é unida”, afirmou o motorista ao Acorda Cidade.

O motorista disse que a Polícia Militar conduziu usuário do aplicativo e ele até a delegacia para prestar esclarecimentos e disse que não é a primeira vez que acontece esse tipo de situação entre o usuário e motoristas acontece. De acordo com ele, o jovem utiliza contas fakes para solicitar chamadas de viagens pelo aplicativo e já enviou mensagens para outros motoristas com o mesmo conteúdo e assediando-os.

O motorista frisou que o usuário do aplicativo lhe pediu desculpa pelo ocorrido e para que ele deixasse o fato para lá.

“Ele não falou o motivo do assédio, simplesmente ele me pediu desculpa, pediu para eu deixar par lá. Mas, no meu caso é diferente e infelizmente os colegas, como eu citei anteriormente, não levaram o caso adiante. O colegas não tiveram êxito em encontrá-lo e eu obtive êxito em encontrá-lo. Espero que a justiça seja feita porque a segurança tem que ser de ambas as partes, não só do usuário, como também para o motorista. Pretendo entrar com uma ação contra o próprio aplicativo e posteriormente vou procurar um advogado para ver se eu posso entrar com uma ação contra ele mesmo”, comentou.

Usuário nega acusação e diz que pode ter tido a conta clonada

O cabo da Polícia Militar Henrique Morais, da 65ª Companhia Independente de Polícia Militar (65ª CIPM), relatou que assim que recebeu o chamado do motorista do aplicativo, compareceu até o Conjunto Luís Eduardo Magalhães para averiguar o fato e chegando lá ouviu as partes envolvidas.

“A gente entendeu por bem trazê-los par a delegacia até para preservar a integridade física do acusado. Ele informou que o ex-companheiro já tinha criado problemas dessa natureza em uma outra oportunidade e ele acredita ser essa pessoa que está se passando por ele que criou um fake, pegou os dados dele e aí está criando essa situação com os motoristas de aplicativo A autoridade policial vai ouvir as partes e diante disso vai tomar as devidas providências acerca do ocorrido”, enfatizou o policial.

O usuário do aplicativo afirmou ao Acorda Cidade que o assédio não aconteceu e que ele utiliza somente o aplicativo Uber. Ele alegou que nunca usou e nem conhece o inDriver.

“Hoje pela manhã eu solicitei um carro pelo aplicativo do Uber que eu iria até o centro para comprar algumas coisas para a minha residência, só que eu não consegui, não obtive o resultado porque deu um erro no aplicativo e aí 15 minutos depois, apareceram mais de 20 pessoas na frente da minha própria casa, me ameaçando , falando palavras de baixo calão e pularam o muro da minha casa. Me ameaçaram de morte. Eu nunca tive nenhum tipo de aplicativo a não ser o Uber. Eu nunca tive nenhum tipo de problema dessa natureza e agora infelizmente estou sendo acusado de uma coisa que eu não fiz”, acrescentou.

O usuário do aplicativo relatou ainda que acredita que o seu número de telefone tenha sido clonado por outra pessoa e lamentou toda a situação e constrangimento. Ele disse também que ficou apreensivo e com medo de ser linchado ou sofrer algum tipo de violência.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
  

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