A 10ª vítima da chacina de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, morreu neste domingo, em Salvador. O adolescente de 12 anos teve mais da metade do corpo queimado e estava internado em estado gravíssimo, no Hospital Geral do Estado (HGE), na capital baiana, desde o crime, há 13 dias.
Segundo informações do pai do adolescente, o jovem identificado como Railan morreu na tarde de domingo (10). O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Não há detalhes sobre o velório e sepultamento da vítima.
O garoto se escondeu debaixo de uma cama e, por isso, não foi visto pelos criminosos durante ação. Mesmo com ferimentos causados pelo fogo, ele conseguiu sair na rua pedindo socorro e bateu nas portas de alguns vizinhos, até ser acolhido por duas moradoras em um dos imóveis. Ambas foram mortas a tiros.
“Essas duas senhoras são verdadeiras mártires dessa barbárie. Elas abriram a porta para essa criança. Contudo, os executores perseguiram o adolescente e mataram as senhoras”, afirmou a delegada Christiane, ressaltando que no segundo imóvel não havia indícios de fogo nem de outros ocupantes.
Ciúmes motivou chacina
A Polícia Civil da Bahia afirmou na semana passada, que a chacina foi motivada por ciúmes e tinha inicialmente apenas uma pessoa como alvo.
O crime ocorreu no dia 28 de agosto e, horas depois, um suspeito de envolvimento com a ação criminosa foi preso. O homem que a polícia aponta como mandante do crime foi morto em confronto com a polícia junto com outro suspeito um dia depois.
O homem considerado o último suspeito de participar da chacina morreu após um confronto com policiais militares, no final da noite de 5 de setembro, durante tentativa de fuga para a cidade de Dias D’Ávila.
De acordo com a delegada Christiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), os quatro autores do crime fazem parte de uma facção criminosa — embora a delegada não tenha informado qual seria a organização.
O que se sabe e o que falta saber sobre o caso
No entanto, a delegada aponta que o que motivou o crime foi o fato de o suposto mandante sentir ciúmes de uma das vítimas, que seria o ex de sua atual namorada. Este alvo foi identificado como Preá. Ele era procurado pela polícia e tinha mandados judiciais expedidos por lesão corporal, tráfico de drogas, homicídio e violência doméstica.
“Estamos trabalhando com [a hipótese de] crime passional e as diligências permanecem. Não posso informar nomes porque comprometeria o andamento das investigações, mas temos um alvo principal e um ‘alvo aleatório'”, disse a delegada.
Sogra de mandante entre vítimas
A delegada explicou que até a atual sogra do mandante, de nome Cristiane, está entre as vítimas. Ela teria sido atingida porque o alvo principal, Preá, que é ex-namorado da filha, estava na casa dela. Ainda não se sabe o motivo de o ex-namorado da filha de Cristiane estar na casa.
Cristiane e Preá foram encontrados na casa incendiada junto de mais cinco pessoas.
No mesmo imóvel estava um bebê com idade entre um ano e meio e dois anos, que, segundo a polícia, foi poupado pelos criminosos e foi resgatado pelo pai. Não há informações do paradeiro do bebê e do pai. Não foi detalhado como ocorreu o resgate, nem o grau de parentesco dele com as outras pessoas no local.
A mulher que namorava o mandante do crime estava fora de casa quando o crime aconteceu e não teve nome divulgado.
Vítimas identificadas
A nona vítima da chacina não teve a identificação divulgada pela Polícia Civil. A oitava foi identificada no dia 30 de agosto. Cristiane Bispo dos Santos, de 37 anos, estava na casa que foi incendiada pelos suspeitos.
Ao longo das investigações, a Polícia Civil já havia identificado que Cristiane estava na casa que foi incendiada. Apesar disso, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) ainda não tinha confirmado o nome, sobrenome e idade da vítima.
Informações iniciais apontam que Cristiane era ex-sogra do alvo dos criminosos, um homem conhecido como “Preá”. A Polícia Civil informou que ele é uma das vítimas da chacina, mas ainda não detalhou o nome de registro dele.
Além de Cristiane, outras cinco pessoas que tiveram os corpos queimados foram identificadas. Elas são:
Carla Souza dos Santos, de 17 anos
Gabriel Souza dos Santos, de 13 anos
Carlos Augusto Gonzaga dos Santos, de 41 anos
E as irmãs: Brenda Bispo dos Santos, de 16 anos; e Bianca dos Santos Almeida, de 18 anos.
Outras duas mulheres, que foram mortas a tiros na casa vizinha, também foram identificadas. Elas eram as irmãs Clícia Costa Magalhães, de 35 anos, e Sara Miranda Magalhães, de 56 anos.
Clícia e Sara foram apontadas como “heroínas” pela delegada Christiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom). No dia do crime, elas estavam em uma casa vizinha ao imóvel queimado pelos suspeitos e socorreram o adolescente que conseguiu escapar da casa em chamas.
Fonte: G1
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram