Às vésperas do aniversário de um ano do crime, a Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público, feita em janeiro, contra dois policiais militares acusados da morte de Marcelo Felipe Guerra dos Santos Rocha, jovem de 18 anos alvejado ao tentar escapar de uma blitz na avenida Maria Quitéria em Feira de Santana, no primeiro dia de abril do ano passado.
Quatro promotores assinam a denúncia de homicídio contra os policiais envolvidos na ação policial. De acordo com a acusação, no dia 1º de abril de 2022, os agentes perseguiram o carro dirigido pelo jovem e ao emparelharem as motos que pilotavam, deram vários tiros na direção do rapaz, sendo que três o atingiram, um dos quais atravessou o corpo e saiu do outro lado.
Ferido gravemente e perdendo muito sangue, Marcelinho, como era carinhosamente chamado pela família e amigos, encostou o carro no meio fio, saiu com dificuldade e deitou de bruços no chão da avenida Presidente Dutra, falecendo ali mesmo.
Ele não tinha habilitação para dirigir e por esta razão tentou escapar da blitz. Porém, como ressalta a peça de acusação do Ministério Público, não esboçou qualquer tipo de reação ou ameaça. “Não entrou em confronto com os denunciados, bem como não apresentou qualquer reação violenta, sendo alvejado enquanto dirigia e pelas costas”, ressaltou o documento assinado pelo GEOSP – Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública, do Ministério Público.
Os laudos demonstram que o carro foi atingido no capô, teto, porta-malas, porta traseira e encosto do banco traseiro do motorista.
O colegiado de promotores pede que a dupla de PMs seja afastada do serviço na rua e fique restrita a trabalhos burocráticos.
O advogado da família, Marco Aurélio, atuando na condição de assistente de acusação, concorda com o posicionamento do Ministério Público e vai corroborar com o trabalho “para que os acusados sejam levados a julgamento pelo júri popular e condenados”.
Daniela Guerra, mãe de Marcelo, afirmou que “era a mulher mais feliz do mundo porque tinha minha família completa, mas há um ano, quando o dia mau chegou, perdi meu filho da forma mais dolorosa possível, com essa execução. Marcelinho era um empreendedor nato e, durante os 18 anos que aqui viveu, sempre teve conduta honrada e nunca fez nada que o desabonasse. Hoje, sou apenas um corpo que respira, mas sigo transformando meu luto em luta. Parabenizo a atuação dos promotores e espero que a Justiça seja feita”, concluiu.
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