Rachel Pinto
Atualizada às 21:15
O garoto Felipe Silva Ribeiro, que foi atacado por um cachorro pit bull, na última terça-feira (12), no Conjunto Feira X em Feira de Santana, se recuperar dos vários ferimentos que teve, mas ainda está muito abalado com o fato. Ele foi ferido pelo cachorro quando brincava com mais dois colegas em um terreno próximo a escola, quando, segundo ele, o dono do cachorro soltou o animal e ordenou que o cão atacasse.
O menino teve vários ferimentos no tórax, pescoço e nádegas, foi socorrido por policiais militares para a Policlínica do Feira X e depois transferido para o Hospital Estadual da Criança (HEC). Em virtude do HEC não ter o soro antirrábico, ele foi transferido para Salvador, onde fez o tratamento e recebeu alta na tarde de ontem (13).
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Isabela de Jesus Silva Ribeiro, de 29 anos, mãe de Felipe, esteve na delegacia nesta quinta-feira (14) para prestar depoimento e contou ao Acorda Cidade detalhes sobre o fato. Ela informou que por pouco o filho quase morre, que o garoto ainda sente muitas dores e está muito abalado psicologicamente.
“Eu estava em casa, por volta das 11h e eu acabei recebendo uma ligação da diretora do colégio de Felipe, informando que ele estava na policlínica do Conjunto Feira X e que foi atacado pelo cachorro porque ele tinha pulado o muro de um colégio desativado que fica nesse terreno. Aí eu fui até a policlínica para ver o que tinha acontecido e quando eu cheguei lá ele já estava sendo medicado. Ele informou que tinha saído da escola mais cedo e foi para esse campo brincar com mais dois coleguinhas. Quando ele chegou lá, se deparou com o dono do animal que segundo informações das crianças e do próprio Felipe, o homem abriu o portão e mandou o cachorro pegá-los. Como Felipe estava atrás, o cachorro pegou e o derrubou. Mordeu ele em diversas partes do corpo, como o pescoço, tórax e nádegas, aí Felipe saiu correndo. O o dono do cachorro retirou o cachorro de cima dele e aí meu filho foi pedir socorro na rua”, relatou Isabela ao Acorda Cidade.
A mãe de Felipe lamentou o fato e negou a informação de que o menino tenha pulado o muro de uma propriedade privada. De acordo com ela, a área onde as crianças brincavam era um local aberto. Isabela disse não entender o que teria provocado essa atitude do dono do animal e agradeceu a Deus pelo filho estar vivo.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Ele poderia ter morrido. Teve a nádega lacerada e muitos ferimentos no tórax. Havia a suspeita de perfuração do pulmão, mas foi descartada após o raio-x. Ele ficou internado e tomou as medicações. A médica informou que se ele tiver qualquer complicação deverá retornar para o hospital. Até porque, segundo ela, tem uma bactéria presente na saliva do cachorro que pode causar outras coisas. Ele ainda está com dificuldade para respirar, sem se alimentar direito e muito abalado”, afirmou.
Isabela salientou ainda que após o ataque que o dono do cachorro não prestou nenhum tipo de solidariedade a família e nem os primeiros socorros a criança.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Felipe confirmou tudo que aconteceu e disse que mesmo com muitos ferimentos, já está se sentindo um pouco melhor.
“A escola soltou mais cedo e a gente estava brincando. Eu e mais dois colegas, um correndo atrás do outro. Aí o homem abriu o portão e mandou o cachorro pegar a gente. Aí eu corri e o cachorro me puxou, mordeu minha barriga, mordeu meu peito e meu pescoço. Meus colegas gritaram socorro e o homem veio tirar o cachorro. Ele me jogou no chão. Por pouco eu não morri. Eu fiquei no chão ensanguentado. O homem entrou na residência com o cachorro e se trancou”, contou o garoto.
O que diz o dono do cachorro
O dono do cachorro foi identificado como Marko, de 30 anos. Ele foi apresentado na terça-feira (12) na Central de Flagrantes pela guarnição da PM e seria ouvido pelo Delegado José Guimarães Carvalho. No entanto, ele não esperou o momento do delegado ouvi-lo e foi embora. O delegado vai marcar um novo dia e data para que ele se apresente para prestar esclarecimentos a Polícia Civil, depois de ser ouvido, o delegado José Guimarães vai pegar a peça do inquérito e remeter par ao delegado Deivid Lopes que é o titular de 1º Delegacia e que vai apurar o fato.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.