Em 10 meses deste ano de 2023, mais de uma tonelada de maconha já foi apreendida no município de Feira de Santana. A ação é resultado em conjunto das Polícia Militar, Civil e Rodoviária Federal.
Segundo o titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), Deivid Lopes, com as apreensões que são realizadas, todos os entorpecentes deixam de ser enviados para os bairros ou até mesmo, outras cidades.
“Estamos chegando agora no final do mês de outubro de 2023 e a gente faz um balanço parcial, obviamente, deste ano. Verificamos aqui, que das apreensões realizadas por todas as forças policiais aqui na cidade de Feira de Santana e contando com a Polícia Militar, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Civil, já alcançamos a quantidade expressiva de uma tonelada e 100 kg de maconha apreendidas retiradas de circulação, droga essa que seria escoada para os bairros de Feira de Santana, além disso 150 kg aproximadamente de cocaína também foram apreendidas pelas ações policiais e também causando este prejuízo a este criminosos a estes agentes do tráfico de drogas”, explicou.
Ao Acorda Cidade, o delegado informou que existe uma redução na quantidade de apreensões, se for comparar com o ano de 2022, mas é necessário destacar que o mais importante, é tirar da sociedade, alguém que seja de alta periculosidade.
“Até o momento a gente percebe uma redução nesse número de apreensões, mas é preciso chamar a atenção, que apesar da redução do número de apreensões, do quantitativo de drogas, o número de prisões se manteve muito similar. Então há uma equiparação entre o número de conduções e de indivíduos presos e a quantidade de drogas. Muitas vezes a Polícia Militar faz a condução de um indivíduo com uma quantidade relativamente menor de entorpecentes, 1 kg, 2 kg, mas um indivíduo que traz maior risco de periculosidade, um indivíduo que tem uma atuação mais violenta, que gera mais riscos para a população, muitas vezes essa prisão é muito mais relevante do que uma prisão de uma quantidade mais elevada de entorpecentes”, pontuou.
De acordo com o titular da DTE, a droga mais apreendida no município, é a maconha.
“Pelo que a gente vem verificando neste ano, a gente tem identificado o maior número de apreensões com relação à maconha, droga que é a mais popular que a gente pode mencionar, sobretudo pela quantidade de formas que estes entorpecentes podem tomar pelas espécies que a gente visualiza, desde aquelas mais básicas, aquela maconha prensada que é mais facilmente visualizada que tem um preço também de comércio, que acaba sendo mais acessível para aquele usuário até drogas, até uma maconha mais in Natura, uma maconha que passa por um processo de produção, elaboração mais detalhada, que acaba elevando o seu custo. O traficante e o usuário, eles quando no desenvolvimento da sua atividade criminosa, eles levam em consideração essa qualidade do entorpecente, os efeitos que esse tipo de droga pode causar, uma maior produção, a maior dependência que ela causa, tudo isso é levado em consideração para que ela vá para a circulação e seja comercializada por estes criminosos”, disse em entrevista ao Acorda Cidade.
Segundo Deivid Lopes, a depender da qualidade da cocaína, a grama pode custar cerca de R$ 200.
“A gente consegue visualizar durante as apreensões que o valor vai variar muito de acordo com o tipo de entorpecente que é apreendido, então por exemplo, a gente tem apreensão aqui com tipos de maconha que podem variar da grama de R$ 5 até R$ 100 e a cocaína é muito parecida com isso, a depender do nível de pureza, quanto mais próximo de uma cocaína mais pura, uma cocaína com uma qualidade mais elevada, a gente alcança valores entre R$ 20 até 150, 200 reais”, afirmou.
Rota de passagem
Considerado como maior entroncamento da região Nordeste do Brasil, hoje Feira de Santana está em uma ótima localização geográfica, onde permite o acesso do norte ao sul do país.
Diante desta situação, o delegado titular da DTE Deivid Lopes declarou que muitas drogas que são apreendidas no município, também tinham como destino, outros estados.
“Feira de Santana pelo seu posicionamento geográfico, acaba sendo muito utilizada pelos traficantes, sobretudo por ser um entroncamento. Então é muito comum que um carregamento de drogas que tenha com destinação para a região Nordeste, acaba muitas vezes passando por Feira de Santana, pela facilidade do entroncamento de escoamento para outras cidades, muitas dessas drogas que foram apreendidas aqui, elas sequer vinham para Feira de Santana, estavam apenas de passagem que seriam distribuídas para outras cidades, tantos cidades da Bahia, como outros estados, mas pelo posicionamento geográfico de Feira de Santana, muitas vezes a gente consegue identificar esse transporte, visualizar este carregamento passando pelas nossas estradas, e aí entra o trabalho de controle de fiscalização muito bem feito pela PRF, que consegue identificar esta movimentação dos traficantes, essa atividade suspeita e efetuar esta apreensão e desses indivíduos”, disse.
O delegado aproveitou para chamar a atenção das mortes relacionadas com o tráfico de drogas.
“A gente consegue visualizar que diversos homicídios em Feira de Santana de fato, tem relação com as atividades de tráfico. O tráfico de drogas por si só, em sua essência, não é um crime violento, o tráfico de drogas na legislação ele não prevê a violência como característica do crime, mas por vezes, em disputas de territórios, em busca de controle de determinada localidade, esses indivíduos, estes traficantes, eles acabam fazendo o uso de ações violentas para manter o seu local ou para ganhar novos territórios e acabar alavancando as suas ações de tráfico em todo o território de Feira de Santana. Até o dia de hoje, foram realizadas 27 prisões pela equipe da Polícia Civil, dessas 27 prisões, 19 apreensões de arma de fogo, e aí a gente retorna para a questão dos homicídios, essas apreensões estão diretamente relacionadas a uma possível diminuição no número de homicídios, toda vez que uma arma é retirada de circulação, a gente evita que ela seja utilizada, que ela seja manuseada por estes criminosos para cometer estes homicídios, então essa atuação voltada ao combate ao tráfico tem necessariamente que está em paralelo com este combate aos homicídios”, concluiu.
Deivid Lopes também citou a destinação dos entorpecentes. Segundo ele, após autorização judicial, todo material é incinerado. “A droga é apresentada na Delegacia, fazemos o armazenamento, depois é feita a perícia, recolhida uma quantidade para fazer a contra prova, encaminhamos para a Justiça, e após autorização judicial, ela é encaminhada para ser incinerada”.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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