Feminicídio

Justiça prorroga prisão de ex-vereador de Santo Estevão acusado de matar a esposa grávida

Com nove meses de gestação, a vítima foi morta com um tiro nas costas dentro do quarto.

Andrea Trindade

Foi prorrogada por mais 30 dias, a prisão temporária do ex-vereador George Passos Santana, mais conhecido como George Breu, que atuava como Chefe de Gabinete no município de Santo Estêvão.

Ele está sendo investigado pela morte da esposa Jéssica Regina Macedo do Carmo, de 31 anos, que estava grávida de 9 meses. O crime ocorreu por volta das 14h do dia 5 de fevereiro, na residência do casal, em Santo Estêvão. A vítima foi morta com um tiro nas costas dentro do quarto. O próprio George chegou a socorrê-la para o Hospital Municipal, mas Jéssica já chegou ao local sem vida, e o bebê também não resistiu.

George Breu foi preso em Feira de Santana no dia 11 de fevereiro em cumprimento ao mandado de prisão temporária decretado pela justiça (relembre aqui). Ao Acorda Cidade, o delegado Roberto Leal, coordenador de Polícia do interior (1ª Coorpin), explicou que a prorrogação da prisão ocorreu em virtude da necessidade de diligências a serem acrescentadas ao inquérito.

Delegado Roberto Leal, coordenador regional de polícia | Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“É um caos complexo, há ainda fatos que precisam ser elucidados e diligências que ainda precisam ser concluídas (…). Precisamos concluir o relatório final e o encaminhamento ao judiciário, para que o Ministério Público, caso seja o entendimento, ofereça a denúncia contra o investigado. Caso seja necessário, nós faremos um novo interrogatório, não descartamos nenhum tipo de diligência neste momento, porque principalmente há fatos que precisam ser elucidados e este prazo é justamente para isso”, informou.

Segundo o delegado, as situações apresentadas pelo ex-vereador foram refutadas pelas provas técnicas e existem versões contraditórias entre ele e as testemunhas.

“A versão apresentada pelo investigado não corrobora com as provas juntadas aos autos. Diversas situações que ele apresentou foram refutadas, principalmente pela excelente perícia técnica que foi realizada no dia do crime, e pelo laudo de necropsia. Além disso, as provas testemunhais juntadas aos autos demostram versões contraditoras às apresentadas pelo investigado. Por este motivo representou-se pela prorrogação da prisão temporária onde há indícios da autoria dele em relação ao crime”, afirmou o delegado ao Acorda Cidade.

Diante dos fatos, a Polícia Civil está trabalhando neste caso sob a linha de investigação de feminicídio e abordo provocado por terceiros.

“Este é o entendimento da Polícia Civil neste momento, de que se tratou de um feminicídio, e de um abordo provocado por terceiros, porque a esposa estava grávida de nove meses, e ele tinha consciência disso. No momento que uma pessoa efetua um disparo de arma de fogo contra uma grávida, se tem a certeza de que a criança também pode ser afetada e vir a óbito.

De acordo com o delegado, existe a possibilidade de a prisão temporária passar a ser preventiva.

“É uma das possibilidades. Neste prazo temos que concluir o inquérito, e se for entendimento representar pela prisão preventiva. Caso seja esse o entendimento também do Ministério Público, e seja também decretado pelo judiciário haverá a prisão preventiva do investigado. Mas tudo isso será analisado no curso do inquérito e posteriormente no curso do processo. Pretendemos encaminhar o mais rápido possível esse inquérito, e nesse prazo de 30 dias não é necessário que encaminhemos apenas no trigésimo dia, mas sim em qualquer momento neste prazo”, concluiu.

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