Na manhã desta sexta-feira (26), a Polícia Civil, por meio das equipes do CATI-Sertão da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (1ª Coorpin) e da Delegacia de Tanquinho, cumpriram mandado de prisão preventiva, de busca e apreensão a um homem acusado de pedofilia.
Segundo a polícia, ele se passava por mulher nas redes sociais e aliciava crianças e adolescentes. Após ganhar intimidade e confiança das vítimas na internet, ele pedia vídeos e fotos de adolescentes nuas. Esses vídeos e fotos, eram vendidos em sites na internet.
Ainda segundo a polícia, durante as buscas, o homem se escondeu no telhado da casa da namorada, mas foi localizado e preso pelos policiais.
Os mandados cumpridos hoje foram expedidos pela Vara Criminal de Santa Bárbara, após investigação da Delegacia de Tanquinho e Inteligência da Polícia Civil de Feira de Santana.
O acusado incidiu nos artigos 240 e 241 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Conforme o artigo 240, é crime por produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente. A pena é reclusão, de quatro a oito anos, e multa. Já o 241 diz que adquirir, possuir ou armazenar o mesmo tipo de material citado tem como pena o cumprimento de um a quatro anos, e multa.
O Acorda Cidade conversou com o Coordenador da Polícia Civil, o delegado Yves Correia, que deu mais detalhes sobre a investigação. Segundo o delegado, o homem de 26 anos atuava sozinho através da internet.
“Uma investigação excepcional foi iniciada na Delegacia de Tanquinho e aqui de Feira de Santana. Dr. Devid, junto com o nosso Núcleo de Inteligência da 1ª Coorpin, logrou êxito em identificar esse sujeito. Logicamente, caracteriza o delito de pedofilia previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Foi feita essa representação pelo Dr. Devid na Delegacia de Tanquinho, a Comarca de Santa Bárbara, em que deferiu esses mandados, tanto de busca e apreensão, como de prisão. E no dia de hoje, a equipe tanto da Delegacia de Tanquinho, quanto da Coordenadoria do CATI-Sertão, conseguiram lograr êxito em localizar esse indivíduo. À princípio, ele atuava sozinho, por meio da internet”, disse.
Ainda de acordo com Yves Correia, a prática de pedofilia já se estendia por cerca de dois anos. Ele chamou atenção para a quantidade de vítimas que sofreram este tipo de violência.
“Ao que tudo indica, nas investigações, ele já vinha com essa prática há mais de dois anos. E essas investigações se iniciaram há quatro meses. Então, veja o lapso temporal que esse indivíduo já vem praticando, a quantidade de vítimas que podem ter sido dele. Até porque a gente sabe que qualquer tipo de divulgação de criança, adolescente, numa rede social, numa rede mundial de internet, ela toma uma proporção infinita que a gente não tem noção para poder mensurar. Porque pode passar para o mundo todo, pode ir para dark, deep web e se perder aí no mundo da criminalidade cibernética”, afirmou.
Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado Devid Lopes, titular da Delegacia Territorial de Tanquinho também contou que uma das vítimas procurou a delegacia para informar sobre fotos íntimas vazadas. As vítimas, de acordo com Devid Lopes, têm entre 13 a 15 anos de idade.
“A gente foi notificado por uma das vítimas em Tanquinho, que informou ter tido algumas imagens íntimas vazadas. E aí, diante da complexidade do caso, a gente solicitou o apoio aqui da coordenadoria que prontamente atendeu a nossa demanda. E, diante desse auxílio, desse suporte, a gente conseguiu identificar de forma mais detalhada as circunstâncias do fato, como esse indivíduo agia. Durante a investigação, como apontado, iniciou-se com uma vítima. Essa vítima trouxe o relato e, com aprofundamento, com mais detalhes sobre o caso, verificamos outras vítimas, identificamos que existia de fato, uma série de vítimas e que funcionava como uma rede de coleta dessas imagens íntimas dessas crianças, caracterizando essa pedofilia. São adolescentes de 13 a 15 anos de idade que sofreram e sofrem com esse tipo de violência”, declarou.
O delegado Devid Lopes finalizou ainda destacando que o processo seguirá na justiça e as vítimas serão notificadas para serem ouvidas. Ele contou também como ocorreu a prisão do suspeito.
“Depois desse cumprimento, as diligências irão ter continuidade, essas vítimas serão notificadas, serão ouvidas e o inquérito concluído para ser encaminhado à justiça. Durante a prisão, aqui com a equipe da coordenadoria, inicialmente ele não foi localizado na sua residência, mas conseguimos apurar o endereço onde ele estaria e a equipe se dirigiu até lá. Ele tentou se esquivar da execução da prisão, mas a equipe com expertise identificou que ele estava escondido em cima do telhado da casa e realizou a captura”, concluiu.
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram