Laiane Cruz e Ney Silva
O soldador Tarcízio de Oliveira Batista, de 32 anos, que no dia 12 de agosto agrediu com um soco na cabeça o idoso Jaime da Rocha Silva, de 83 anos, se apresentou à Justiça na noite desta sexta-feira (23).
Acompanhado do advogado Renildo Brito e de familiares, Tarcízio Batista, que estava com a prisão preventiva decretada, inicialmente foi levado para a Vara do Júri e depois conduzido para o Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho.
(Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade | Advogado Renildo Brito)
O advogado Renildo Brito deu detalhes da apresentação. “A família nos procurou para apresentá-lo, e falei que já tinha sido decretada a prisão preventiva. Vim apresentá-lo para que fosse cumprida essa situação, para não dizerem que ele estava foragido. Trata-se de lesões corporais, que alcançam a tipicidade penal. Ele tomou conhecimento da prisão, foi lavrado e conduzido à delegacia”, informou.
Ainda conforme o advogado, a família confirma que ele tem problemas mentais e por isso ele está analisando a situação. “Ele toma remédios controlados, inclusive a mãe tem chorado muito, pois tem procurado os governos para fazer o tratamento, e ele chegou a alcançar um surto psicótico”, disse.
A mãe de Tarcízio Oliveira, a dona de casa Rita de Cássia Oliveira Batista, disse estar muito sentida pela agressão ao idoso e conta o drama vivido pela família dela pelo fato do filho ter problema mental.
“Nós estamos sentindo pela situação que está ocorrendo com a família do idoso, pois só eles sabem o que estão passando, mas também estamos passando uma situação difícil, pois não foi descaso da gente. Nós não tivemos a ajuda necessária quando buscamos. Assim como aconteceu com a nossa casa, nossa família, poderia ser com qualquer um.”
Rita de Cássia relatou que a família leva Tarcízio para o hospital quando está no surto, ele é medicado e mandam para casa. “O Hospital Lopes Rodrigues manda pra família. Vê que o paciente não está bom, a gente explica a necessidade, mas eles mandam pra casa, independente de como a pessoa está. Eu já cheguei a dormir na emergência com Tarcízio, falei da medicação que não estava funcionando, passei toda uma maratona, mas só que a situação estava insustentável”.
Ela disse também que no dia da agressão o filho estava nervoso e ouvindo vozes. “Ele já vinha com o surto há dias. Ele tomou a medicação e foi trabalhar. Ele teve uma consulta dias antes no Caps. Aconteceu isso dentro de um surto, nesse dia que houve a agressão. Ele estava nervoso, ouvindo vozes. Uma pessoa dentro de um surto não fica normal. Há um laudo comprovando que ele tem um distúrbio. Assim como foi com meu filho, poderia ser com outras pessoas.”
Tarcízio Oliveira está preso no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho e deverá ser transferido para o manicômio judiciário, em Salvador, por ter problemas mentais.