Polícia

Grupo de detentos comanda crimes em Salvador e região

Polícia Federal interceptou diálogos sobre as ações criminosas. 34 pessoas de quadrilha foram presas.

Acorda Cidade

 Diálogos entre presos com pessoas em liberdade foram interceptados durante a operação "Guaricema", executada nesta quinta-feira (2), em Salvador.

A Polícia Federal, que investiga caso mais de um ano, afirma que quatro pessoas lideram quadrilhas de tráfico de drogas, roubo de carros, assaltos a bancos e homicídios de dentro das celas, na capital e na região metropolitana. Nesta quinta-feira, a operação foi executada no interior do Complexo Penitenciário de Mata Escura.

Desde dezembro de 2011, quando começou a operação, 34 pessoas foram presas, além da  apreensão de 77 quilos de cocaína, 32 armas, algumas de uso restrito das Forças Armadas, e 13 carros roubados. Dois assaltos a empresas de ônibus da capital também foram orientados de dentro das celas, informa a polícia.

Neste período, a PF gravou conversas entre detentos do Presídio Salvador, uma das unidades do Complexo, com pessoas em liberdade (escute os áudios no vídeo acima):

"Preso: Agora como é que você quer? Daqui a pouco você quer tomar a mulher de… pra você, como você tentou outras vezes… "
Amigo- Eu tentei?
PresoEu mesmo se souber que esta mulher " vendo", pode ter certeza, "véi": armar com polícia não armo não, porque não sou disso, mas arrumo um "bocado" de ladrão, pra poder tomar o carro no caminho e desviar pra outro canto, isso eu faço".

Em outra ligação, um homem detido encomenda o roubo de um carro, que deve ser levado para Salvador e orienta o roteiro que o "ladrão" deve seguir:

"Preso: Vai até Campo Grande, de Campo Grande pega um avião e vai de avião pra lá.
Amigo – Ah,
Preso – Entendeu?
Amigo – Ham, ham!
Preso – Vê se arranja um aí pra nós, meio "pá", meio de confiança e coisa e tal, que seja bom na pista, tudo.
Amigo – Vou ver se "os guri" não tá viajando, cara, porque eles não para também… aquele dia tinha acabado de chegar.
Preso – Se você arrumar um aí você dá um toque pra nós, que a gente tá precisando de um aqui…"

Em uma terceira gravação, um preso, que se identifica como "Bruno", conversa com um homem preso na fronteira do Paraguai por tráfico de cocaína.

"Bruno- Como é que foi mesmo, me conte aí, porque "tava' ruim a ligação…
Passarinho- a gente chegou, tava numa lanchonete comendo um negócio, chegou "ele": pega as coisas e vá pegar o carro ali. Quando pegou o carro e foi motel, "deu" quinhentos metros, os caras pegaram…
Bruno- Foi polícia rodoviária ou federal?
Passarinho- Federal…Federal. Polícia Federal.
Bruno- Amanhã… vai chegar o advogado aí pra você"

Entrada de celulares
O superintendente da PF, Sérgio Toselli, afirma que é "muito comum" a prisão de pessoas que tentam entrar em presídios com aparelhos, como os celulares, além de armas e drogas. "Como são muitos eventos, alguns acabam entrando", acrescenta.

"Essa questão não tem que ser somente discutida do ponto de vista técnico, ela tem que ser discutida amplamente, inclusive envolvendo outros setores da sociedade, para que se possa alcançar uma forma de obstar a utilização de celulares dentro dos presídios", explica o delegado André Rocha.
 

As infoprmações são do G1.

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