Laiane Cruz
A delegada titular da 1ª Delegacia Territorial, Klaudine Passos, que está à frente das investigações da morte da empresária Gabriela Jardim Rêgo Peixoto, informou na quarta-feira (1º) que a vítima tinha uma relação conturbada com ex-marido, o médico Antônio Marcos Rêgo Costa, principal suspeito de ter praticado o crime. A prisão preventiva dele já foi representada pela polícia.
Segundo a delegada Klaudine Passos, várias pessoas ligadas a Gabriela já foram ouvidas na delegacia, entre elas a secretária que trabalhava na casa da vítima. A testemunha afirmou que o ex-casal mantinha um relacionamento conturbado, marcado por muito ciúmes por parte do médico, e que a empregadora costumava confidenciar isso a amigos próximos.
“As investigações estão bem avançadas, já ouvimos várias pessoas, um outro namorado que a senhora Gabriela tinha, e ouvimos a secretária, que foi uma peça fundamental também já que vivia no contexto familiar e nos esclareceu alguns detalhes e coisas que já estávamos sabendo, de que havia uma relação obsessiva, com muito ciúme do senhor Antônio Marcos, o que a senhora Gabriela sempre elucidava para as pessoas mais próximas que ela tinha contato”, relatou a delegada.
A secretaria informou ainda durante o depoimento que há cerca de 10 dias o médico havia pedido a Gabriela para demiti-la.
Desaparecimento
Gabriela foi vista pela última vez em companhia do ex-marido no dia 22 de agosto. De acordo com a polícia, durante as investigações, foi traçado um roteiro dos lugares por onde ela teria passado ao lado do suspeito.
“Nós tínhamos uma ocorrência policial registrada na segunda-feira, na terça iniciamos as investigações, roteirizamos toda a trajetória da Gabriela, de que ela parou em um posto de combustível, estacionou o veículo de maneira errada e foi advertida pelo frentista. Desembarcou do veículo e abraçou o motorista de um veículo Frontier, que já estava no posto e falava muito alto, segundo o frentista. Após se abraçarem, eles conversam pouco e eles saem do posto e vão para o outro lado da cidade, na Avenida Fraga Maia, onde ficaram lá em um estabelecimento comercial. Posteriormente, eles saem junto a bordo dessa Frontier e as investigações apontam que esse carro passou pela BR-116 Norte, sentido Santa Bárbara, por volta de 1h, retornando por volta das 2h. Isso nos deu um alerta muito grande. O casal teria ido a algum lugar, teria desistido, aconteceu alguma coisa”, relatou a delegada.
O veículo Frontier, pertencente a Antônio Marcos, foi apresentado à Polícia Civil na manhã de terça-feira (31). O advogado Guga Leal foi quem apresentou o veículo à polícia e informou ao Acorda Cidade que foi constituído para a defesa do médico.
O laudo da perícia do corpo de Gabriela ainda não foi entregue à polícia, e na terça-feira (31), foi expedida também a guia para perícia do veículo Frontier, de propriedade do suspeito, que foi apreendido em um condomínio da cidade.
“A Polícia ainda não tem a confirmação de que o sangue encontrado no veículo é de Gabriela. Isso virá também no bojo do laudo pericial, mas superficialmente percebeu-se que no carro havia vestígios de sangue em diversos locais, como no volante, na marcha, no banco do carona, no banco de trás, dando a entender que aquele local pode ter sido utilizado na contextualização de uma ação violenta, ou após uma ação violenta, transportando o corpo”, salientou.
Testemunhas
O veículo do médico Antônio Marcos estava sendo guardado por amigos do suspeito, que também são médicos. De acordo com a delegada, caso fique comprovado que eles favoreceram o suspeito, também serão penalizados.
“Os veículos estavam com médicos, que guardaram o carro do acusado. E se nós visualizarmos alguma situação de favorecimento real ou favorecimento pessoal, eles sofrerão a incidência da legislação.”
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
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