Acorda Cidade
Semana passada, o Fantástico mostrou o caos e o péssimo atendimento nas delegacias brasileiras. Foram inúmeros flagrantes. Tinha até jaula para presos. Você deve ter pensado que aquela reportagem tinha mostrado todos os absurdos? Pois nossas equipes encontraram novas situações de precariede e de extremo desrespeito.
Apenas três metros: essa é a distância que separa homens e mulheres em uma carceragem no interior baiano.
Em outra delegacia do estado, o Fantástico também flagrou, frente a frente, presos e presas. Uma está grávida. E em uma cela, ainda há dois menores. “São graves violações aos direitos humanos com cidadãos, homens e mulheres, tratados que nem animais”, explica Jayme Asfora, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.
O distrito policial de Jabaquara, de 51 mil habitantes, está sem delegado há quase um mês. Ele tirou férias e não há substituto na cidade.Clique Aqui para ver o vídeo
Em uma delegacia, duas presas e dois menores ficam perto de dez detentos. Homens e mulheres tomam banho de sol em horários diferentes em diferentes áreas da carceragem. Segundo os funcionários, os presos costumam chegar perto da cela das presas.
A outra delegacia onde mostramos situa;ao parecida fica em Conceição do Jacuípe, de 30 mil habitantes. São 22h30, não tem nenhum policial civil na delegacia, e tem dez presos dentro dela. Quem faz a segurança são dois funcionários da prefeitura que não têm armas nem treinamento para isso.
Na carceragem, há seis homens e duas mulheres. Uma delas diz que está nessa situação constrangedora há dez meses: “Para ir ao banheiro, tem que colocar uma cortina no banheiro também”, ela diz.
“Elas estão em celas separadas, mas no mesmo espaço. Isso que podemos oferecer até a apreciação do poder judiciário e autorização de transferência”, explica Maurício Telles Barbosa.
A Ordem dos Advogados do Brasil vai encaminhar uma denúncia para organizações internacionais de direitos humanos, com todos os flagrantes obtidos pelo Fantástico.
“Ser mal atendido em uma delegacia de polícia está sinônimo de uma coisa normal, e isso não pode acontecer, seja preso ou não, esteja dentro da delegacia ou fora da delegacia”, afirma Jayme Asfora.As informações são do portal Globo.com